Que megera

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Michael's POV

Meu Deus! Como eu não gosto mesmo nada da escola. Já me tinha esquecido de como são as conversas entre fofoqueiros que te levam a pensar se o tema de conversa és tu, de como toda a gente te olha de lado por seres diferente... Acho que só gostei da escola por causa dos rapazes.

Por mim não teria vindo, mas como não tinha nada para fazer, decidi vir. Assim sempre estava mais tempo com a Mariana.

Quando lá chegámos, ficámos à entrada do portão da escola com os amigos dela. Parecia que toda a gente tinha decidido sair do recinto escolar aproveitar o sol de Janeiro. Toda a gente gabava o nosso jogo de matrecos do dia anterior, até que se aproxima de nós uma gaja. Pelos olhares dos outros, eles não gostavam dela. Mas verdade seja dita, até que ela nem era má de todo. Tinha o cabelo preto quase até ao rabo e podemos dizer que tinha uma bela prateleira.

Reparo que ela não tira os olhos de mim enquanto caminha, algo que estou habituado devido às fas, mas esta gaja era impressionante, parecia que eu era o primeiro gajo que ela via na vida.

-Então é assim querido! Eu sou a Tatiana, muito prazer. E eu sei que és o Michael, daquela banda famosa, mas isso agora não interessa. O que interessa é que eu vou dar uma festa amanhã, eu sei que não dá muito jeito por ser no meio da semana, mas eu amava que tu fosses. Tens aqui um convite, porque não se lá pode entrar sem eles, por causa dos penetras, tu deves compreender. Eu sei que vais tomar a decisão certa e vais aparecer. Vamo-nos divertir muito juntos.

Nisto, ela vira as costas e vai-se embora, deixando-me com o convite nas mãos e petrificado. O que me tira do meu estado de transe é a Mariana, que ao passar por mim empurra o meu braço. Decido ir atrás dela, mas nesse preciso momento toca a campainha da escola e logo sou rodeado por adolescentes e perto a Mariana de vista. Decido voltar para o canto onde estava e apenas lá se encontrava um tipo que supos que fosse o Issac, pelo cabelo.

-Sabes que acabaste de estragar qualquer chance de ter algo com a Mariana, não sabes?

-Desculpa?

-A Mariana não te contou? Então não és assim tão importante para ela como eu pensei.

Antes que eu pudesse responder alguma coisa, já o tipo estava a entrar no recinto escolar, lugar onde eu não podia entrar, porque tinha um homem na entrada que metia medo.

Marina's POV

Não acredito que a Tatiana teve a alta de ir convidar o Michael para ir à festa dela comigo ali ao lado e ele nem foi capaz de dizer nada! Eu sei que ele não sabe o que se passou entre mim e aquela megera, mas ele sabe que eu amanhã faço anos e podia ter dito logo que não.

As aulas passaram a correr, mas em nenhuma ocasião saí de ao pé da sala, não fosse encontrar a megera e nem me apetecia ir lá fora ter com o Michael, só me apetecia estar sozinha e pensar. Algo que não aconteceu, porque a Rita, a Ana e a Tânia não saíam de ao pé de mim. Falavamos sobre banalidades, porque elas sabiam que eu não queria falar sobre o assunto que me incomodava, mas não me queriam deixar sozinha a deprimir, uma vez já chegou.

Quando deu o toque de fim de dia, dirigi-me para o portão para ir para casa, quando sou surpreendida pela Tatiana que me agarra o cotovelo e me leva para um canto.

-Então é assim, não sei qual é a cena entre ti e o Michael, mas só quero dizer-te que podes esquecer. O passado é algo que volta sempre e eu estou a proteger-te, porque não quero que voltes a sofrer como antes. Por isso, deixa o Michael vir ter comigo e poupa o teu coração.

E vai-se embora. Que nojo, como eu odeio esta gaja. 

Antes que podesse ralhar comigo mentalmente por não ter respondido à Tatiana, vejo o Michael a vir ter comigo a correr. Começo a caminhar na posição oposta, para ir para casa. 

-Mariana espera! Por favor desculpa-me!

-Desculpo-te porquê? Não fizeste nada de mal, apenas ficaste armado em parvo ao veres uma gaja armada em sonsa. 

Só reparei que tinha começado a chorar quando o Michael se aproxima de mim e me limpa a cara com as mãos dele.

-Eu não sei o que se passou entre vocês as duas, mas não me importa. Eu estou aqui por ti, mas por uma improada qualquer, e não precisas de me contar se não quiseres, mas espero que saibas que podes sempre contar comigo para qualquer coisa.

Fiquei a olhar a ele e nesse momento sabia que acreditava nas palavras dele.

-Eu conto-te, mas em casa. Aqui há muitos ouvidos.

Separados por meio mundo - M.C.Onde histórias criam vida. Descubra agora