𝑪𝒖𝒑𝒊𝒅 𝑬𝒓𝒓𝒐𝒓𝒔- Regulus Black

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  O vento batia em seu rosto enquanto ela voava de volta a sua casa. Trabalhar como cupido não era nada fácil, já que eram milhares de casais em apenas um dia, pelo menos ela tinha seu irmão gêmeo, Eros, para lhe ajudar.

  Quando chegou, logo trombou com Perséfone. Apesar da deusa da primavera não ter uma boa relação com sua mãe, as duas sempre tiveram uma amizade forte.

  — Elis!— Perséfone abraça a deusa alada, que sorri com a recepção de sua amiga.— E então? Como foi o trabalho?

  — Cansativo, mas gratificante. Ver o amor surgir entre aqueles dois... Foi lindo de se ver.— Elis sorri e Perséfone ri.

  — Bem, esse é o seu trabalho, imagino o quão lindo deve ser ver isso todo dia.

  As duas caminhavam e riam pelo Olimpo, falando sobre assuntos os quais os mortais não seriam capazes de entender. Até que Elis se assusta ao sentir seu irmão gêmeo atrás de si, rindo da reação de sua irmã.

  — Você não tem o quem fazer, Eros?

  — Até tenho, mas te assustar é mais divertido.— Ele sorri e coloca as mãos na cintura enquanto segura o riso da expressão de sua irmã.

  — Da próxima vez, eu vou fazer Psiquê se apaixonar por outro só pra você aprender!

  — Quero ver conseguir.

  Perséfone ria das alfinetadas que os dois irmãos davam, até que o riso da deusa da primavera cessa ao ver quem se aproximava.

  Afrodite chegava, sua presença sendo marcante como sempre. Os longos cabelos ruivos da deusa contrastavam com as flores cor-de-rosa ornadas em sua cabeça. Ela ia em direção a seus dois filhos, enquanto olhava atentamente para Perséfone.

  — Perséfone.— A voz aveludada da deusa da beleza possuía muita acidez ao pronunciar o nome da rainha do Submundo.

  — Afrodite.— O clima de tensão se instalou no ambiente. As duas deusas se fuzilavam por olhares, fazendo os dois irmãos ficarem constrangidos e resolverem dar um jeito na situação.

  — Er... O que deseja, mãe?

  — Preciso conversar com os dois, sozinhos.

  Elis se virou para a amiga com um olhar de desculpas, o qual Perséfone entendeu e se retirou do local, indo para longe dali. Com apenas os deuses do amor presentes, Afrodite resolveu começar a falar.

  — Por que ainda insiste em andar com aquela... Deusa menor?

  — Er... nós também somos deuses menores, mãe.— Elis olha atentamente para Afrodite, que se mantinha indignada com a amizade de sua filha.— Sem contar que eu não tenho nada haver com suas rixas.

  — Você realmente puxou o seu pai.

  — Não fale que eu puxei alguém que nem participou de minha criação.

  — Elis.— Eros sussurra entre-dentes. Ele era quem apaziguava os nervos de sua irmã, já que ela era de um pavio curtíssimo assim como Ares. Elis respirou fundo, procurando se acalmar, até que sua mãe tornou a falar.

— Bem, vamos direto ao ponto. Me acompanhem.

Os três seguem para um lago o qual Eros e Elis sempre viam os casais os quais teriam de juntar.

  — Apolo estava a sua procura, Elis.— Afrodite diz e os gêmeos reviram os olhos.

— Ele não tem vergonha na cara né? Já deixei claro mais de mil vezes que eu não quero ficar com ele nem se o pintassem de ouro.

— Deixa ele irmã, se ele tentar algo, a gente faz ele quebrar a cara que nem da última vez, lembra?— Os dois riem ao se lembrarem de quando fizeram o deus da música se apaixonar por uma ninfa e fazer canções tristes sobre seu coração partido.

— Se eu fosse vocês, não me atreveria a mexer com um dos 12 olimpianos, vocês sabem bem o que acontecem quando mexem conosco.

— E nós somos os deuses do amor, e eles sabem bem o quão perigoso é o amor.— Elis dá um sorriso de canto. Ela sabia o quão poderosa era e não fazia a menor questão de mostrar isso através do caos.

Chegando no lago, Afrodite se vira para Elis.

— Tenho uma missão para você.

  — E qual seria?

  — Juntar duas almas gêmeas.— Elis se aproxima do lago e vê dois jovens. Uma garota ruiva revirava os olhos para um garoto moreno de óculos.— Bruxos britânicos. Chamam-se Lily Evans e James Potter.

  — Certo. Vou só buscar minhas flechas e...

  — Não, essa missão não será feita de modo tradicional.— Afrodite se vira para sair e olha Elis por cima do ombro.— Você se infiltrará.

— Espera, o que? Eu vou ter que me infiltrar? Onde?

— Em Hogwarts, o colégio deles.

— Mas eu não sou uma bruxa!

— Pelo amor de Zeus, você é uma deusa Elis!— Eros se vira para a irmã.— Pode ser literalmente o que quiser.

A jovem deusa ficou um tempo parada, processando tudo. Ela já conheceu bruxos é claro, visitava Circe quando ainda era viva e era amiga da deusa Hecáte, mas ela não sabia como eles viviam, como funcionava sua magia. Sem ter muita escolha, ela respira fundo e se vira para sua mãe.

— Tudo bem. Partirei assim que começar as aulas deles.— Elis saiu dali com sua cabeça girando, como ela faria aquela missão?

Afrodite logo se virou para Eros, que estava chocado olhando para o lago.

— Eros.— O deus se vira ao ser chamado.— Já sabe o que fazer.