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  Sirius descia as escadas de casa quando viu Regulus tocando violino. As notas emitiam paz, algo que só era possível naquela casa quando seus pais viajavam (o que era o caso).

  — Tenho que admitir, você fez bem em seguir essa vontade dos nossos pais.— Sirius se encosta no corrimão e dá um sorriso quando Regulus lhe olha assustado.

  — A quanto tempo está ai?

  — Tempo o suficiente para perceber uma certa melancolia em seus calmos acordes. O que aconteceu? Alguém quebrou seu coração?

  Regulus riu com tal pergunta. Era cômico alguém que vive quebrando corações por ai lhe perguntar algo deste tipo.

  — Sabe, agora que eu parei para pensar, chega a ser cômico quando eu percebo que é você quem me pergunta isso.

  — Por que? Eu também tenho um coração.— Sirius se vira de costas e joga seu corpo para trás, de forma que o início de seu corpo estivesse de cabeça para baixo.— E ele já foi partido, sabia?

  — Claro que tem.— Regulus ri junto de Sirius. Ele amava esses momentos com ele, mesmo que não fosse sempre que eles aconteciam.

  Sentada na poltrona estava Elis, que havia chegado lá fazia algumas horas. Não faria o menor sentido ela simplesmente aparecer na porta deles depois de receber a carta, então ela aproveitou sua forma divina ficou ali. Ela riu em ver como os irmãos pareciam se dar tão bem quando estavam sozinhos, apesar de ter um pé atrás com Sirius, mas percebia no olhar de Regulus que ele amava o irmão e que desejava ter mais momentos assim. Ela se levantou e foi para trás de Regulus, as mãos nas costas e um sorriso enfeitavam as feições da deusa.

  — Chama ele pra tocar piano com você.— Ela sussurra em seu ouvido, seu sorriso se alargando quando Regulus decide escutar sua "intuição" e o chamar para tocar. Sirius logo se aproxima e os dois estão tocando juntos uma música alegre. Os dois riam enquanto tocavam, aproveitando a energia calma entre os dois, esse momento em que poderiam ser irmãos sem se preocupar com seus pais. Enquanto eles estavam alheios a isso, Elis resolveu aproveitar a sua invisibilidade para dançar pela sala ao som da nova música. Suas asas estavam juntas ao seu corpo conforme ela girava e batia palmas, a música tocando e as risadas dos dois ecoando, sem poderem ouvir a terceira voz no ar.

  Para a infelicidades dos dois, logo se pode ouvir a porta sendo aberta e o barulho de passos se aproximando. Elis parou de dançar quando viu o patriarca e matriarca Black em frente a porta, suas expressões de nojo pela cena que viram. Quando Sirius percebe a chegada de seus pais, seus dedos se embaralham nas notas e emitem um som alto e desarmônico, já Regulus apenas abaixou o violino rapidamente enquanto encarava seus pais.

  — Que bagunça é essa em minha casa?— Órion Black pergunta.

  — Mas... vocês não estavam viajando?

  — Tivemos um imprevisto e voltamos mais cedo.— Walburga se aproxima e olha para Sirius com nojo.— Você além de nos envergonhar, retira os modos de seu irmão?

  — Mãe, a gente só estava tocando...

  — Não interrompa sua mãe.— Interrompe o pai dos garotos.

  Elis olhava para a cena horrorizada. Via Sirius discutindo aos berros com seus pais, a raiva transparecendo de seus rostos, mas só conseguia focar no rosto de Regulus, que implorava para seus pais pararem, seu olhar transbordando de cansaço. Aquela situação devia ser recorrente, pensou ela, mas logo viu a paciência se esvair de Órion e o mesmo levantar a mão para Regulus, que se encolheu para tentar se proteger.

Antes que a mão dele atingisse o jovem, ele sentiu uma pontada em sua cabeça. A dor latejava de sua cabeça para todo o seu corpo, desviando sua atenção de seu filho para seu próprio corpo. Logo Walburga sentiu a mesma coisa, ambos parando de discutir com os filhos e fazendo expressões de dor. Os dois alegaram ser dor da viagem e seguiram para seus quartos, jurando que mais tarde resolveriam isso.

Elis ficou feliz de retirar o efeito apaixonante de algumas flechas. Ela conseguiu fazer os mais velhos sentirem dor, que era um do sintomas de suas flechas, mas sem se apaixonarem. Quando voltou sua atenção para os irmãos, viu Sirius se aproximando de Regulus com um rosto de pena.

— Reg, me desculpa por isso. Eu não...

Regulus apenas o olhou e seguiu para seu quarto, o rosto claramente cansado. Ambos eram bonitos, mas Regulus carregava olheiras e uma expressão cansada em sua pele pálida. A porta logo foi trancada, deixando Sirius e Elis ali sozinhos na sala.

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  — Por que me chamou?— Eros se aproximou de Elis na grande e silenciosa mansão Black.

  Elis apenas apontou para o quarto de Sirius, a porta de madeira escura reluzindo na luz da lua.

  — Console o rapaz que está lá. Sem gracinhas, me ouviu?

  — Espera, o que? Consolar? Eu faço as pessoas se apaixonarem, Elis.— A mesma o cala ao pressionar seu dedo indicador nos lábios do deus, o fazendo se calar.

  — Eu sei disso e eu pouco me importo. Agora você vai entrar naquele quarto e fazer o que eu estou te mandando, me ouviu?

  Eros ia reclamar, mas Elis estava sem paciência, o que o fez ficar quieto e entrar. Ela então suspirou e entrou no quarto de Regulus. Seus olhos voaram pelo grande cômodo, decorando com poucas coisas. Havia alguns desenhos de constelações nas paredes claras, alguns quadros pintados à mão, mas nada além disso. Quando se virou para a cama, viu que a roupa de cama estava intocada, no entanto, o rapaz estava chorando ajoelhado no chão, apoiando suas costas ao pé da cama. Aquela cena fez seu coração se quebrar e ela se sentou na cama, passando as mãos pelo seu cabelo enquanto ele chorava.

  Apesar da tristeza, Regulus sentiu uma paz brotar ao seu redor. Ele não sabia explicar, mas era uma energia tão acolhedora que ele não teve como não se agarrar a ela. Era quase como se um anjo de guarda ou qualquer outra coisa estivesse ao seu lado, lhe trazendo calma em seu momento de desespero. Sentia formigamentos em seu couro cabeludo, mas deixou a sensação inebriar seus pensamentos. Estava cansado daquela vida, cansado do caos que era sua família. Foi então que ele viu uma coruja pousar em sua janela com um pergaminho. Ao abrir, um esboço de sorriso ousou brotar em seu rosto.

  " Caro Regulus,

  Fico feliz de ter recebido sua mensagem. Acabou que tive que passar as férias na Londres trouxa, minha família teve problemas na Grécia e não pude voltar para lá. Que tal se a gente se encontrar? No café perto do Big Ben talvez? Tenho certeza que você amará o cappuccino de lá. Se quiser ir, tenho o costume de ir lá sempre perto das 15:30, nas mesas do lado de fora.
Atenciosamente,

E.V."

  Ele mentalmente agradeceu Elis pelo convite, qualquer oportunidade de se livrar daquele inferno era bem-vinda. Enquanto isso, Elis estava sentada em sua janela, observando cada passo que o jovem sonserino dava.

  — Espero que ela esteja lá mesmo.— Ele sussurra para si e enxuga o rosto, entregando um petisco para a coruja. Elis ri e se aproxima, aproximando seus lábios de seu ouvido.

  — Eu vou estar, Reg.

  E assim ela retornou para sua janela, alçando voo junto de Eros de volta para o Olimpo.

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Mais um aqui pra vcs.

Quero que o romance demore de acontecer, então provavelmente essa será uma fanfic longa. Estou perto das férias, então pode ser que eu demore ainda mais para escrever, mas logo logo eu retorno.

Votem e bjs ♥️

𝑪𝒖𝒑𝒊𝒅 𝑬𝒓𝒓𝒐𝒓𝒔- Regulus BlackOnde histórias criam vida. Descubra agora