Capítulo 29: Anjinha

131 14 2
                                    

- O que eu pretendo fazer? - pergunto.

  - Isso mesmo vai manter o chove mas não molha ou vai agir? - pergunta minha amiga.

  - Eu vou agir - respondo firme.

  - Serio? - questiona Rebeca desconfiada - como?

  - Ehhh... Bem você sabe.... Daquele jeito - começo gaguejando.

  - Eu sabia você não tem ideia de como fazer isso - disse minha amiga não parecendo surpresa.

  - Queria ver você no meu lugar duvido que estaria tão calma - digo apoiando a minha cabeça na mesa.

  - Nunca vamos saber - disse Rebeca - mas Ana você sabe que não pode demorar muito, não é?

  - Não, não sei - digo levantando o olhar.

  - Pois devia saber - disse ela - porque quanto mais demorar mais doloroso vai ser.

Ana: off
Sabrina: on

  Eu ainda estava olhando para aquele cartão enquanto tentava decidir se ligava ou não para a amiga de infância da Ana: - Quer saber? Eu vou ligar - digo pegando o meu celular discando o numero.

  - Quem é o engraçadinho que decidiu me ligar a essa hora? - questiona Ella num tom arrastado devido ao sono me fazendo começar a me arrepender de ter ligado.

  - Sou eu a Sabrina - digo meio constrangida.

  - Sabrina já tava na hora - disse Ella num tom surpreendentemente animado - e desculpe pela explosão juro que só foi porque me acordou.

  - Não é um incomodo? - pergunto surpresa pela repentina mudança de humor da outra.

  - Com você nunca - disse a outra - então, o que devo a ligação?

  - É que eu quero lhe fazer uma pergunta - respondo timidamente não sabendo se eu deveria fazer aquilo.

  - Que tipo de pergunta? - questiona Ella.

  - É sobre a Ana - começo.

  - Meu amor eu lhe dei o meu numero justamente por isso - disse ela num tom calmo - eu quero saber o gênero da pergunta.

  - Eu queria saber como era a relação da Ana com os seus pais - digo notando que a outra demorara a responder.

  - Por essa eu não esperava - disse Ella - pelo menos não tão cedo.

  - Pode me contar? - pergunto com medo da resposta.

  - Posso - responde ela parecendo um pouco triste - bem, pelos 10 anos que vivi ao lado deles posso dizer que antes da descoberta a Ana era muito próxima dos seus pais, serio pareciam aquelas famílias de comercial de manteiga.

  - E eles davam algum indicio que... - começo sem conseguir terminar.

  - Que seriam desgraçados desalmados? - sugere Ella com desdem - não, não davam, eles amavam a Ana ou melhor ainda amam, mas são teimosos e orgulhosos demais para voltarem atrás da decisão tomada pelo preconceito.

  - Eu só tenho uma ultima pergunta e quero que seja sincera - digo.

  - Não se preocupe eu sempre serei sincera - garante ela.

  - Ok, eu quero saber se você poderia me dizer a onde eles moram - digo.

  - Posso fazer melhor - disse Ella - eu te levo, mas sobre uma condição.

  - Que condição?- pergunto desconfiada.

  - Que você responda uma pergunta simples - disse Ella num tom estranhamente calmo.

  - Que pergunta? - questiono.

  - É bem simples é só me dizer como se sente com o Leandro e como você se sente com a Ana - responde Ella - me responda e eu te levo.

  - Bem eu...

  - Não precisa responder agora, pense um pouco depois me ligue - disse Ella antes de desligar.

  - Quanto mais falo com essa garota mais confusa fico - digo me deitando na cama.

  Ainda pensando sobre aquela pergunta acabou pegando no sono acordando na manhã seguinte com o barulho do despertador sendo seguido pelo grito da minha mãe: - Sabrina levanta você não quer se atrasar.

  Com isso levanto da cama num pulo indo rapidamente para o banheiro fazendo a minha higiene matinal em tempo recorde descendo as escadas com a bolsa em meus ombros, me sentando na mesa onde o café da manhã estava colocado: - Demorei muito? - questiono antes de começar a comer.

  - Se comer rápido não - disse minha mãe.

  Assim que termino me despeço dos meus pais antes de ir em direção ao colégio na minha bicicleta ao chegar começo a prender a corrente na bake sinto alguém tocar o meu ombro abrindo um sorriso ao reconhecer o perfume que ficara em minha cama me virando para olhar-la me perdendo em seus olhos que brilhavam junto ao seu sorriso: - Quer ajuda ai anjinha? - pergunta Ana me causando um sorriso ainda maior ao ouvir o apelido.

  - Não precisa já conseguir - respondo sentindo minhas bochechas arderem.

  - Ok vamos entrar? - pergunta ela com as mãos atras das costas.

  - Claro - digo entrando junto a ela.

  - Cade a sua outra metade? - questiona Ana me dando um meio abraço fazendo o meu coração dar um salto no peito.

  Eu não sabia o que estava acontecendo comigo, mas estava feliz demais para pensar no assunto era muito bom ter a velha Ana de volta: - Não sei se encontrar me avisa - digo brincando.

  - Ah duas horas - disse ela se afastando de repente me deixando com a sensação de vazio o que não fazia o menor sentido.

  - Sabrina - disse Leandro vindo até onde estava me abraçando e isso estranhamente não faz aquelas borboletas voarem era quase como ser abraçada por um amigo.

Continua...    

A babá - 1° temporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora