Dulce María
– Você faz realmente questão disso? – Anahí me perguntou enquanto tomava um gole de cerveja.
– Você não faz? – A encarei.
– Não sei. – Ela deu de ombros. – É algo irrelevante.
– Não deveria ser e você sabe. – Any revirou os olhos.
– Acho que se tornou irrelevante quando nós quase morremos mexendo em um vespeiro, talvez eu não precise te lembrar disso. – Bufei e ela negou com a cabeça. – Dul, a pergunta real é: por que meu irmão?
– Ótima pergunta. – Sorri feliz em respondê-la. – O histórico político familiar de vocês é uma porcaria. – Mais uma vez Any revirou os olhos. – Ok, o meu também e nem por isso eu tô morrendo, mas a questão é: Christopher tem um histórico único. Ele é ótimo em esconder tudo. – Anahí riu pelo nariz. – E eu sei que ele mudou e que não aprontaria uma dessa com a cidade...
– Com a cidade? – Ela me questionou com um olhar um tanto quanto assustador.
– Sim. – Disse firme.
– Só com a cidade, Dulce? – Any reformulou a pergunta.
– Ele não faria isso comigo, eu sei que não. – Respirei fundo. – Christopher sempre teve planos impecáveis para a cidade, ele é o melhor...
– Você tem certeza? – Assenti. – Então estamos juntos, até porque Alfonso jamais me deixaria discordar disso. – Anahí riu.
– As coisas vão se encaixar... Só que antes, eu preciso convencer seu irmão que ele é o cara certo. – Me levantei e encarei a parede atrás de Any. – O que pode ser muito difícil, ou...
– Extremamente fácil! – Falou me interrompendo.
– Exato. – Suspirei. – Hora de dar tchau meu amor, preciso de alguns minutos antes do seu irmãozão chegar. – Comprimi os lábios.
– É isso, então. Espero que cheguem numa boa opção. – Anahí sorriu.
– Vamos decidir o que é melhor para nós e para Rio Velho.
Eu voltei para casa andando, tendo a plena sensação que aquela seria última vez que eu poderia fazer aquilo, eu só não sabia o porquê, mas eu tinha certeza que seria.
Quando parei na portaria do prédio, fiquei ali alguns segundos pensando em como conversar com Christopher, na realidade, como chegar nele sem parecer um: "Então amor, por que você não quer sair candidato? Vai dar certo!"
Assim que abri a porta do nosso apartamento, Christopher estava na sacada, fumando um cigarro enquanto tomava cerveja e eu mentalmente xinguei.
Não esperava que ele já estivesse em casa, eu queria me preparar antes de tentar convence-lo do que podemos chamar de "suicídio social eterno", mas pelo jeito, ele pensou da mesma forma.
– Dul? – Chris falou se virando para a porta.
– Oi amor... – Falei insegura enquanto fechava a porta.
– Acho que precisamos conversar, não é? – Christopher falou sereno.
– Muito provavelmente. – Disse sem graça tirando meus sapatos.
– Devemos colocar todos os prós e contras na mesa, assim decidimos juntos como isso tudo irá acontecer, tudo bem? – Ele falou enquanto apagava seu cigarro.
– É a melhor pedida. – Falei abrindo o frigobar. – Mais uma? – Chris concordou com a cabeça. – Ok, você começa? – Disse me sentando.
– Pode ser. – Christopher abriu sua cerveja e tomou um longo gole. – Estive pensando por algumas horas. – Ele fez uma pausa. – Horas essas que quase não passaram, mas consegui alinhar todos os meus pensamentos e chegar em uma conclusão minha. – Chris fitou a vista da sacada e logo me encarou. – Eu amo essa cidade Dulce, tanto quanto você, mas não sei se ainda estou disposto a uma vida política novamente. – Sua respiração pesada dominou o ambiente. – Isso seria expor novamente nossas vidas, mas de uma maneira extrema, seria colocar em cheque nossa privacidade, nossa paz...
– Bons argumentos. – Eu ri forçado. – Contra mim eles parecem muito melhores, devo confessar. – Christopher deu de ombros e abaixou a cabeça.
– Parece ridículo eu usar o que você me disse quatro anos atrás hoje como desculpa, mas na realidade é atual para mim. – Disse me encarando.
– Você tem um currículo político impecável, você é esforçado, inteligente e tem planos lindos para a cidade. – Christopher sorriu sem mostrar os dentes. – Da última vez eu tinha medo de como tudo isso poderia aparecer, mas a gente precisa levar em conta tudo o que tinha se passado. – Eu o encarei de maneira firme. – Seu plano de uma política limpa e transparente é o que nossa cidade precisa, você é jovem, antenado...
– Calma, devagar. – Ele suspirou. – Você acha que é uma boa ideia eu entrar com todos os meus planos de quatro anos atrás e diz que sou antenado? – Assenti rapidamente. – Amor, não da pra eu tentar disputar o pleito assim, não com propostas de uma cidade de cofre cheio e totalmente reluzente...
– Cofres não tão cheios. – O corrigi.
– Independente Dul. – Ele passou as mãos pelos cabelos. – A gente precisa de um plano, de uma equipe e tudo isso demora tempo. – Christopher me encarou extremamente sério. – Eu agradeço tanto você ter me parado quatro anos atrás, porque eu ia afundar essa cidade.
– Você é capaz! – Levantei o tom.
– Ok, sou capaz. – Eu o encarei confusa e dei um gole em minha cerveja. – Dulce, o prazo de entrega de candidatura provavelmente já passou e é necessário pelo menos um ano de filiação ao partido e eu não vou começar mentindo só pra conseguir disputador o pleito. – Ele me encarou com vitória no olhar e eu segurei o riso.
– Amor, você desfez sua filiação quatro anos atrás? – O semblante de Christopher se colocou em puro terror. – Imaginei. E outra coisa, estamos em fevereiro, o prazo sempre corre até março ou abril. – Dei de ombros e Chris me olhou com uma fisionomia de dor. – E antes que você fale que: "nenhum partido vai te querer", não tem candidato na cidade! É você, Christopher! – Nesse momento eu já estava em pé, basicamente aos berros.
– Você ainda vai me deixar maluco! – Christopher falou jogando a cabeça para trás.
– E então? – Falei apreensiva.
– Se tudo se encaixar bem... Vamos juntos nessa.
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N/A: hellooooooooooooo
desculpem a demora, eu basicamente tirei o feriado pra nanar hauahuhauha
e aí vamos nós!
Comentem, votem e eu volto!
beijinhosssssssss ;*
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Nada Convencional: A Disputa
Fanfiction+18 | Depois de quatro anos do último pedido de Christopher, ele e Dulce viveram de forma tranquila, sem muitas polêmicas, até que a vida serena se transforma em caos. O mundo sofre seu pior momento: uma pandemia. Será que Christopher conseguirá enf...