Dulce María
O resumo do meu relacionamento era: trabalho.
Sim, apenas trabalho, sem sexo.
Até onde isso poderia ser ruim, não é? Eu e Christopher sempre fomos muito parceiros, mas precisar aturar ele vinte e quatro horas por dia com uma eleição chegando e isso era demais até para mim.
Já estávamos em casa fazia pelo menos dois meses e nada tinha mudado ou afrouxado, para ser sincera, tudo tinha piorado.
Acordávamos todos os dias as oito horas da manhã, tomávamos banho, nos trocávamos e íamos direto para a cozinha. Um dia eu fazia o café e o suco, enquanto ele fazia a salada de frutas, o misto quente ou qualquer outra coisa que fossemos comer, no outro dia era ao contrário e depois ia cada um para seu canto e suas reuniões.
Anahí basicamente tirava meu coro com eventos virtuais da alta sociedade que eram basicamente insuportáveis, mas não mais do que a ideia de que logo isso voltaria ao presencial e claro, nada era tão ruim que não pudesse piorar.
Christopher passava o dia todo trancado no escritório com reuniões atrás de reuniões, nunca saía de lá para almoçar, raramente tomava café de tarde e mal jantava. Tudo o que ele comia era porque eu levava para ele. Muitas vezes, eu o escutava aos berros com Alfonso e sempre que isso acontecia, Any me mandava mensagem para ver se eu sabia de algo, mas a resposta era óbvia: a esposa nunca sabe dos negócios do marido.
Eu sei que existem dois erros nesse ponto de vista e que um desses erros é o machismo instaurado nessa história toda e o outro claro, que eu e Christopher não passamos de um casal de namorados, o que pode ser péssimo para sua imagem.
O universo político nunca foi justo, coerente e muito menos limpo, mas a gente espera que na nossa vez, possamos mudar tudo, mas até onde vale a pena tentar bater de frente com o povo, não é?
Christopher topou entrar nessa para que sim, nós fizéssemos a diferença nisso tudo, só que cada dia que se passa dentro dessa pandemia ele fica mais político e menos humano, esquisito.
– Dulce? – A voz de Christopher me tirou dos meus pensamentos me assustando. – Desculpe. Em que estava pensando? – Ele se sentou ao meu lado na cama.
– Em nada demais. – Sorri sem mostrar os dentes.
– Entendo. – Christopher suspirou de forma aflita. – Me diz que você não jantou ainda... – Semicerrei os olhos e ele desviou o olhar.
– São quase dez horas da noite, eu meio que já desisti de jantar. – Dei de ombros e ele mordeu o lábio inferior.
– Então ainda não desistiu por completo. – Chris falou se levantando e deu a volta na cama. – Eu sei que eu tenho sido um péssimo namorado, mal tenho te dado atenção e quando dou, sou relapso e queria começar a endireitar as coisas, mesmo sendo quase dez da noite. – Ele esticou a mão para que eu pegasse foi inevitável sorrir.
– O que iremos fazer nesse enorme apartamento, senhor von Uckermann? – Falei de forma teatral enquanto pegava sua mão.
– Surpresa senhorita Saviñón. – Ele piscou e depositou um beijo em minha mão.
Nós caminhamos em direção à sacada e lá estava montado de forma simples discreta, um jantar romântico.
– Eu queria poder ter feito mais, mas infelizmente estamos quase presos aqui. – Christopher fez careta e eu ri pelo nariz.
– Ficou incrível. – Me virei para abraça-lo e dei um beijo em seu nariz.
– Sente-se amor, vou trazer nosso jantar. – Chris puxou uma cadeira pra mim e logo saiu sala a dentro.
Eu estava toda boba e encantada com essa ação dele, ambos estávamos totalmente focados no trabalho e esquecendo de que nosso relacionamento também importava. Não cobrava mais isso dele, porque querendo ou não, eu tinha colocado ele nessa furada, a gente só não esperava que pudéssemos ficar presos dentro do nosso apartamento nesse meio tempo.
– Não posso culpar a pandemia de tudo, mas ela acabou prejudicando nosso relacionamento. – Christopher falou colocando um prato de macarrão à carbonara em minha frente. – Na verdade... – Fez uma pausa enquanto arrumava seu lado da mesa. – Prejudicou minha cabeça e eu fiquei relapso e quero me desculpar por isso. – Se sentou. – Você é minha maior parceira Dulce, meu ponto de luz. – Seu sorriso sincero era lindo.
– Chris, eu não o culpo totalmente. Sei que você tem estado ocupado por conta da campanha e parte disso é minha culpa...
– Não, Dulce! – Ele me repreendeu. – É minha! Eu preciso trabalhar? Sim, até porquê, eu amo meu trabalho, mas eu amo você mais e preciso cuidar disso aqui. – Christopher sinalizou nós dois com os dedos. – Sem nós, já não tem mais a mim, nem a candidatura. – Suspirou e assenti.
– Então não vamos mais falar de trabalho, apenas de nós. – Sorri sincera.
– Apenas de nós!
***
O jantar seguiu totalmente tranquilo e leve, bem como as coisas aconteciam no começo do nosso relacionamento – mesmo com tudo que rolava na época.
Christopher se mostrou o cara por quem me apaixonei e foi fácil de notar que era com aquele cara que eu escolhi viver.
– Espero que daqui pra frente nós dois possamos dar mais atenção pra nós. – Falei me sentando no braço do sofá.
– Pode ter certeza que tudo vai melhorar, amor. – Ele falou apoiando as mãos em meus ombros. – Prometo fazer pelo menos uma das refeições principais sentado à mesa com você. – Chris beijou minha cabeça.
– Uau! – Fingi surpresa. – Isso sim é um começo senhor Christopher von Uckermann. – Brinquei virando minha cabeça de lado e ele fez careta.
– Chata!
– Você me ama, não tem jeito! – Falei e logo depois fiz um biquinho.
Christopher desceu suas mãos por meus braços se aproximando de mim e depositou um beijo tímido... Era um beijo que na verdade, eu não sentia há pelo menos três anos.
Me virei de lado e o puxei para minha frente, fazendo-o se encaixar no meio das minhas pernas. Passei minhas mãos por seu peito aprofundando ainda mais o beijo, fazendo com que ele soltasse um gemido.
Suas mãos que estavam em minha cintura passaram de forma delicada por minhas pernas guiando-as para que eu as enrolasse em seu quadril e com um impulso quase ridículo ele me pegou no colo, rompendo o beijo.
– Hoje eu quero relembrar os velhos tempos. – Sua voz rouca fez com que meu corpo ardesse em chamas.
Os beijos continuaram da sala até nosso quarto e Chris se sentou na cama me deixando em colo, onde eu sentia claramente sua ereção no meio das minhas pernas, o que me fez deslizar lentamente enquanto mordia seu lábio.
– Você sempre vai ser o meu maior pecado, Dulce María.
--
N/A: hello!
demorei, mas voltei!
eu juro que eu não tinha esquecido de vocês, só tava dificil soltar tudo que se passava/passa nessa cachola!
me perdoem!
comentem, votem e eu volto (eu sempre volto)!
beijinhossssssss ;*
VOCÊ ESTÁ LENDO
Nada Convencional: A Disputa
Fanfiction+18 | Depois de quatro anos do último pedido de Christopher, ele e Dulce viveram de forma tranquila, sem muitas polêmicas, até que a vida serena se transforma em caos. O mundo sofre seu pior momento: uma pandemia. Será que Christopher conseguirá enf...