6 - Caça

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Um misto de choque e incredulidade rodava dentro de Igor enquanto ele via sua moto e a ladra avançarem pela avenida, costurando os veículos e desaparecendo no meio do trânsito noturno

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Um misto de choque e incredulidade rodava dentro de Igor enquanto ele via sua moto e a ladra avançarem pela avenida, costurando os veículos e desaparecendo no meio do trânsito noturno.

— Porra!

Idiota. Idiota. Idiota!

Tinha se deixado levar pela ideia de uma garota bonita em perigo e acabara baixando a guarda.

Se seu pai ficasse sabendo sobre sua falha...

Igor agitou a cabeça, o rosto vermelho de raiva.

Mas aquilo não ia sair barato.

Sinalizou para os táxis que passavam, o sangue correndo rápido e irritado pelas veias. Estava há anos no ramo tático, militar e estratégico. Ninguém, absolutamente nenhum ser que treinara com ele, tinha sido capaz de enganá-lo. Até aquela garota dissimulada cruzar seu caminho.

Atrás dele, na escuridão da praia, o mar estourava em rugidos e ondas pesadas.

Bufando, Igor entrou no primeiro táxi que parou para ele, aguardando que o aplicativo em seu celular se conectasse com o rastreador da moto. Ainda bem que tinha aceitado instalá-lo no dia da compra.

Se aquela ladra caísse com a sua Ducati...

Ah, era melhor nem pensar nisso.

— Para onde, senhor? — o taxista perguntou.

Um ponto de localização surgiu na tela do celular.

— Siga em frente. Eu te falo onde você deve virar.


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O modo como o vento assoviava e atravessava seus cabelos fez Maju se sentir selvagem e imponente em cima daquela moto sensacional. O motor rugia a cada vez que ela acelerava, inflamando e incitando a rebeldia nata de seu sangue.

Não conseguiu segurar um sorrisinho travesso; imaginava que o dono daquela belezinha deveria estar furioso.

Mas era só um empréstimo.

Com certeza, aquela moto importada deveria ter um rastreador.

Maju virou à esquerda, sempre checando os espelhos, para se certificar de que não estava sendo seguida.

A sensação que sentira na praia...

Era como se alguém estivesse vigiando seus passos, sondando cada um de seus movimentos.

O trabalho com o submundo dos agiotas a fizera desenvolver um tipo de percepção tátil para aquela situação. Era uma questão de pura sobrevivência. Tinha que estar sempre atenta, ou poderia acabar com uma faca enfiada no pescoço.

Código Nísis | DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora