Prólogo

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Rebeca apanhou a bolsa e se preparou para sair

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Rebeca apanhou a bolsa e se preparou para sair. Mas, embalada pela escuridão e pela chuva tilintante, descobriu que a cama de uma de suas filhas estava vazia.

Ofegou baixo.

Com o coração descompassado, checou o relógio quatro vezes enquanto andava rápido pela casa, procurando pela menina. Era tarde da noite. Não podia se atrasar ou as coisas ficariam ainda mais fora de controle.

Maria Júlia não estava no banheiro.

Maria Júlia não estava dormindo com o pai.

Maria Júlia não estava na cozinha.

Um tremor subiu pelo corpo de Rebeca. E se eles houvessem cumprido as ameaças? E se eles houvessem descoberto a verdade que ela vinha escondendo no último ano? E se eles tivessem pegado uma das gêmeas para atingi-la e...

Os pensamentos abrandaram quando ela viu a luz da sala acesa. Rebeca reduziu os passos. Maria Júlia estava sentada no sofá, com um livro nas mãos, os olhos comprimidos encarando a página aberta.

— Maju? — Rebeca a chamou. — O que você está fazendo?

— Tentando ler. A Malu consegue ler muito bem, já faz bastante tempo, sem precisar ficar vendo aquelas pessoas toda a semana.

— A Malu é a Malu. E a Maju é a Maju. — Rebeca esticou a mão, acariciando os cabelos escuros da filha. Imaginou que ela se referia à psicopedagoga e à fonoaudióloga. — Você aprende de um jeito diferente.

— Porque a Malu é perfeita. E eu não.

— Não fale assim. Isso não é verdade.

Maria Júlia não ficou satisfeita.

Nunca ficava, porque se sentia inferior à Maria Lúcia, a irmã gêmea.

Rebeca soltou o ar, conferindo as horas outra vez. Por Deus, iria se atrasar demais.

— Volte para a cama, meu amor. Está tarde. Está chovendo.

— Não quero.

Tentou mudar a abordagem.

— O que você está lendo?

A menina de nove anos ergueu o livro. Um relâmpago iluminou a sala. A capa de Frankenstein, de Mary Shelley, fez Rebeca engolir em seco.

Tentou colocar uma expressão serena no rosto.

— E qual trecho você está tentando ler?

— Esse aqui. A Malu conseguiu ler certinho.

Rebeca apanhou o livro, lendo o trecho que a menina havia marcado com lápis.

"Descobri como e porque a vida é gerada. Mais impressionante ainda: tornei-me capaz de dar vida à matéria inanimada — de transformar a morte em vida".

O trovão que ribombou do lado de fora da casa fez sua alma tremer.

— Vamos fazer assim... — Rebeca fechou o livro. — Amanhã eu te ajudo o quanto você quiser, o que acha?

— Não quero que a Malu fique junto.

— Ela não vai ficar. Seremos você, eu e o livro. Apenas nós.

Desta vez, sua resposta surtiu efeito no semblante sempre desafiador da filha. Maria Júlia concordou e se levantou, voltando para o quarto onde Maria Lúcia dormia.

Rebeca esperou que a filha se deitasse, deu um beijo em cada uma das gêmeas e girou nos calcanhares, acelerando o passo enquanto deixava o interior silencioso da casa.

Ao entrar no carro e dar partida, sua mão tremia.

Quase chorou, quase sucumbiu às lágrimas, mas não havia tempo para isso. Acelerou ainda mais, os pneus deslizando pelo asfalto molhado.

Os limpadores de para-brisa não venciam a água violenta.

Não atendeu a nenhuma das ligações que entravam em seu celular. Já podia imaginar quais perguntas seriam feitas.

"Onde está a chave?".

"Onde está o mapa-fonte?".

"Onde está a criptografia?".

Os dedos de Rebeca comprimiam o volante, os olhos perdidos na escuridão e na chuva que caía pela avenida deserta.

Precisava chegar logo ao ponto de encontro. Precisava de ajuda.

Ninguém podia descobrir que ela tinha conseguido.

Não agora.

E nem nunca mais.

Pois...

Rebeca só teve tempo de ver os faróis de um Hummer H2 preto vindo alucinadamente em sua direção.

A lateral do seu carro foi atingida; ela gritou, o impacto a fez soltar o volante, o veículo perdeu o controle, capotou, o mundo rodou em um misto de estilhaços, sombras e água; e a última coisa em que Rebeca pensou foi no marido e nas filhas antes da escuridão devorá-la para sempre.

A lateral do seu carro foi atingida; ela gritou, o impacto a fez soltar o volante, o veículo perdeu o controle, capotou, o mundo rodou em um misto de estilhaços, sombras e água; e a última coisa em que Rebeca pensou foi no marido e nas filhas ante...

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Volteeeeeeeeei com uma nova história, meus amores ♥

É, eu não consigo ficar muito tempo longe daqui kkkkk

Vamos embarcar em uma história cheia de suspense e ação, mas com aquele romance que não pode faltar nunca ♥♥

Sigam em frente, pois vou liberar o capítulo 1 também ---->

Código Nísis | DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora