Clare Beddor era de fato uma criança peculiar para seu tempo, talvez isso seja culpa de seu pai, um ex herói de guerra com traumas, mas isso era o que Clare gostaria de usar como uma desculpa, o motivo de sua estranheza era por influência de nada ma...
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Preto, não tinha nada contra a cor apesar de não concordar em usar tal cor em um funeral, aprendi em minhas viagens que a morte pode ter vários significados, se fosse para ir a um enterro gostaria de ir de branco ou quem sabe uma cor alegre para simbolizar que estava o desejando uma boa viajem. Preto fazia paredes que estava o desejando uma má partida, não sei me sentia assim.
Rhiana escolheu um vestido preto simples e próprio para uma jovem dama para as tradições desse mundo ou pelo que pude ver, para esse lado da muralha, Rhiana estava uma verdadeira deusa ao meu ver, Paul não passava longe, ele era alto com uma pele branca como papel, seus cabelos eram de um loiro quase branco e isso me fazia pensar que talvez ele fosse descendente da Corte Invernal, seus olhos eram como os meus em uma cor estranha de verde eu acho. Me parecia com ele de certa forma assim como me parecia com Rhiana. Preto não combinava com Paul, talvez cores claras, cores escuras o faziam destacar de um jeito engraçado.
— Preparada? — Ele me pergunta me ajudando a subir na carruagem.
— Não, porém ficarei bem — Lê respondo me sentando em meu lugar, Rhiana se sentou a minha frente assim como Paul fazendo o acento ao meu lado ficar vazio. . — Tudo ficará bem, meu amor — Rhiana tenta me tranquilisar.
Confirmo com a cabeça tentando acreditar, ela tinha essa força de encorajamento natural, porém dessa vez não estava dando certo.
Tento reunir todas as forças que tinha quando a carruagem para na grande mansão ao qual seria o enterro. Rhiana segura minha mão com ternura me dando forças e me tranquilisando ao mesmo tempo. Lanço um sorriso contido em usa direção, seguro com cuidado o buquê que iria derrubar sobre o caixão, eram flores bonitas e nada próprias para um enterro, segurava em minha mão um buquê de flores das sombras, ela eram tão azuis que pareciam brilhar em um brilho estelar e crescia somente nas sombras do bosque mais escuro, odiava a claridade e era quase impossível de cultivar.
Consigo ver de longe vários nobres trajando um preto sem vida. Por isso odiava funerais, eles desmerecem o preto com essas emoções mórbidas e sombrias. Os mexicanos e indígenas deveriam dar algumas aulinhas para essas pessoas. Eu sei que enterrar um ente querido doia, pela mãe eu passei por isso duas vezes e com pessoas importantes para mim, mas aprendi que nunca é fácil ou se torna melhor, apenas suportável.
Os nobres abrem caminho para que possamos passar, Rhiana segurava o braço de Paul com uma etiqueta de dar inveja, era como ver uma pintura ganhar vida, opostos e lindos lado a lado, eu andava alguns passos atrás segurando com uma mão meu buquê e a outra a barra de meu vestido preto, minha sapatilha preta que parecia ser de uma boneca Barbie brilhava levemente sobre a Luz do sol. O chapéu sobre minha cabeça me protegia do sol, ele continha uma fita de sedã preta ao qual estava amarrada abaixo de meu queixo, ele quase cobriria todo o meu cabelo se não fosse pelos fios brancos que se destacava sobre o tecido preto.
Três meninas, mesmo tom de cabelo e pele porém idades diferentes, uma delas era delicada como uma flor e olhos de corça, já as outras duas tinham olhos na cor de um azul gélido, a que parecia ser a mais velha não tinha uma expressão presa ao rosto, a mais nova não parecia sem se quer saber como lidar com tudo ao seu redor, não foi preciso ser um gênio para saber quem eram as três, Nestha, Elain e Feyre Archeron, se elas soubessem...
Meus pais conversão com o Sr. Archeron lê dando os pêsames, ele mal falará uma palavra, não o culpava era sua esposa ali. Volto minha atuação para as três meninas a minha frente. Nestha parecia inerte até notar meu buquê.
— Por que trouxe essas flores o funeral de minha mãe! — sua fala não era educada, ela estava com raiva usso era visível.
Não lê respondo, retido três flores do buquê antes de colocar as outras sobre o caixão da ex Sra. Archeron. Me inclino para ver melhor seu rosto ela estava repleta de flores, era tradição colocar flores sobre o morto como um desejo de boa travessia.
— A morte não é algo ao qual podemos prever, elas vêm em momentos imprevisíveis, o medo de não saber o que vem depois sempre está presente, eu espero que esteja descansado agora. — Falo olhando o que era uma bela mulher a minha frente — Na vida fazemos muitas escolhas, as vezes nós arrependemos, outras apreendemos a lidar ou fingir que nunca existiu, somente nós mesmos podemos dizer se nossa vida foi vivida intensamente ou não. Espero que você tenha tido mais alegrias que arrependimentos, desejo que nessa vida você tenha sido como as flores das sombras, mesmo no escuto brilhavam intensamente. Vá sem arrependimentos, brilhe como a mais Bela estrela no céu.
Quando volto a me virar me arrependo do que fiz, olhares, muitos olhares sobre mim, eles tinham escutado? Viro minha cabeça para as pessoas mais próximas tentando achar uma resposta, Nestha me olhava com um brilho estanho nos olhos, Elain chora e Feyre não parecia está nessa terra. Suspiro andando em sua direção.
— Essas são flores das sombras, o significado são diversos, o que mais gosto é: Brilhe intensamente mesmo nós momentos mais sombrios. — entrego uma para cada irmã. — Vai ser difícil mais não impossível, a dor não irá embora porém aprendemos a suportar, vejo que o futuro de vocês serão brilhantes, não menos dolorosos, mas é isso o que acontece com os sonhadores, eles aprendem a brilhar mesmo nos pesadelos.
Não espero uma reação, se o fizesse era capaz de Nestha jogar a flor em minha cara. Quase corro para meus pais não aguentando os olhares. Rhiana sorria de um jeito estanho, ela era assustadora quando queria.
Assisto as irmãs Archeron a distância, elas teriam uma grande luta pela frente, principalmente Feyre, e eu também, minha luta começaria agora, cada segundo contava, a ampulheta foi virada, minha morte estava em contagem regressiva a partir de agora.
