Sua respiração está desregulada quando finalmente chega em frente à loja de conveniência e consegue sentir o suor escorrendo pela sua têmpora, o deixando ainda mais autoconsciente do que já se sentiria em uma situação normal.
Jisung está com os coturnos desgastados sobre o balcão, mexendo no celular completamente alheio à figura bagunçada parada no meio das prateleiras de chocolates. Ele demora excruciantes trinta segundos para, com um berro assustado, se dar conta que estava sendo observado e lançar ao Bang seu melhor olhar repreendedor.
- Felix.
É tudo o que ele ofega, se apoiando um pouquinho sobre os joelhos para retomar o fôlego - e ele tenta muito fazer isso de uma forma descolada, mesmo que Jisung esteja prestes a chamar a ambulância - e o mais novo aponta preocupado para a portinha encostada aos fundos da loja que dá no inventário.
Chan para em frente a ela, encarando a maçaneta tão mal-cuidada quanto qualquer outra coisa ali dentro, e de repente sua pressão parece despencar às dezenas, como se ele estivesse prestes a desmaiar.
Até considera dar uma espiada em Jisung, garantir que o garoto não está prestando muita atenção nos seus movimentos, mas tem medo de, caso desvie a atenção daquele único ponto metálico onde apoia sua mão direita, vai perder toda e qualquer coragem que já teve um dia de entrar ali.
- Por que você não entra? - o Han questiona, alto demais para o gosto de Chan - Tá aberta.
- Eu vou entrar.
- Então entra.
- Eu tô entrando!
- Não tá, não - mais uma pausa, os dois se encarando como se um fosse ainda mais estúpido do que o outro. Felizmente, a estupidez de ambos é bastante igualitária - É só entrar.
- Tá bom, entrei!
E ele escancara a porta.
Felix está parado no mesmo lugar desde que enviara a mensagem – sentado no chão, na frente de uma caixa de pacotes de Doritos – encarando a tela apagada do seu celular como se, magicamente, ela fizesse com que Chan se materializasse ali.
E, quando um toma consciência da presença dos outros, o Lee não tem muita certeza se deve confiar nos poderes secretos do seu aparelho ou se ele só estava com muito sono mesmo.
Chan muda o peso de um pé para o outro, mas percebe que ambos os pés não estão dando muita conta do seu peso, então tudo o que consegue fazer é soltar um suspiro sonoro e parcialmente exausto, mesmo que nem sequer saiba o que o exauriu tanto assim.
Ele não sabe o que fazer agora. A mensagem de Felix simplesmente precisava ser lida em voz alta, um na frente do outro, isso era tudo o que ele sabia e tudo em que pensara no caminho desesperado até ali.
Mas, no momento em que estava cara a cara com o motivo das suas olheiras duas vezes mais escuras que o normal, todas as suas discussões mentais dos últimos três dias tinham simplesmente desaparecido e tudo em que ele conseguia pensar era no som esquisito que sua barriga fazia sempre que se encaravam por mais de cinco segundos ininterruptos.
Ele estava no meio desse dilema mental quando escuta o suspiro de Jisung, o que indicava que ele provavelmente estava prestes a fazer alguma observação ridícula - de novo - e esse é o único motivo para, com um passo longo, entrar por completo no inventário e fechar a porta atrás de si.
Única e exclusivamente para abafar qualquer observação ridícula que deixaria a boca de Jisung no segundo seguinte.
Mas, tudo o que o atendente faz é deixar um risinho escapar e voltar a colocar os pés sobre o balcão, tendo uma foto particularmente interessante para mandar para o garoto do outro lado do seu celular o enchendo de mensagens sobre o que estava acontecendo ali.
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pandemic.
Fanfictionna qual chan é um universitário com um péssimo relógio biológico e felix o aspirante a cozinheiro que trabalha durante as madrugadas naquela lojinha de conveniência na esquina. e, talvez, a história deles pudesse ser muito mais do que isso, mas quem...