Soren Santinelle
Depois de mais ou menos uma hora e meia, e tanto eu quanto Heitor estarmos morrendo de angústia sentados no consultório o doutor volta com Luigi nos braços.
Eu nem primeiro momento pego rápido Luigi, que logo volta a dormir no meu colo.
- O que meu filho tem? - perguntou Heitor olhando para ele.
- Fizemos alguns exames e constatamos que Luigi está ficando cego - disse ele nos olhando.
- Qual o nome da doença? - perguntei depois de uns minutos.
Meus braços mesmo sem perceber apertavam mais me pequeno bebê contra meu peito.
- Catarata - respondeu ele - catarata e mais normal em pessoas idosas, só um caso em sete mil com crianças, para bebês o dado e ainda menos, um caso em noventa mil - disse ele só servindo para eu apertar mais Luigi em mim - nós podemos fazer uma pequena cirurgia para parar o avanço da doença, mas a cirurgia recomendada para ele talvez recuperar toda a visão só pode ser feita depois dos vinte anos - informou ele.
- Como assim? - Heitor perguntou olhando para ele sem entender.
- A taxa de sucesso da cirurgia antes dos vinte anos e menor que 12% - disse ele nos olhando - mas podemos fazer uma simples cirurgia nos olhos dele que vai fazer a propagação da cegueira pagar.
- Então ele ainda pode ver? - perguntei.
- Ele hoje deve estar enxergando tudo escuro, o que é normal, mas em geral ele pode ver a silhueta de vocês, mas não necessariamente os rostos - disse ele nos olhando.
- E depois da cirurgia? - perguntou Henrique - como ele provavelmente vai ver?
- Ele provavelmente vai continuar vendo só a silhueta com se ele estivesse em um quarto escuro e vocês abrissem a porta e bem atras tivesse uma luz - explicou ele.
- Quando ele vai fazer a cirurgia? - perguntei olhando para ele.
- Podemos marcar para depois de amanhã a cirurgia - disse ele pegando o prontuário de Soren.
- Ele já nasceu com catarata? - finalmente perguntei.
- Pelo estágio que ela está, talvez sim - disse ele dando um suspiro - talvez ele já tenha nascido com ela, mas seria impossível de detectar se fosse o caso.
Sabe aquele momento que a culta te consome, eu tive todos os sinais, mas por alguém motivo eu não percebi, ou não queria perceber, eu não sei.
- Muito bem - disse Heitor tomando a frente de tudo - amanhã que horas devemos estar aqui?
- As sete e meia - disse ele.
Eu ainda estava estático, com Luigi no colo, parecia um pesadelo, um pesado e eu queria acordar logo.
__________*__________
Luigi já está em cirurgia a sete horas, eu não estou só preocupado, eu já estou desesperado.
- Fique calmo amor - disse Heitor segurando minha mão.
- Não era para demorar tanto - digo mais nervoso a cada segundo.
- Se algo tivesse acontecido já tinham nos avisado - disse ele me lançando um sorriso forçado para mim.
Depois de mais dez minutos finalmente vimos o cirurgião de Luigi vindo até nos.
- Senhores - disse ele chegando perto de nós - vocês devem ser os pais de Luigi Santinelle.
- Somos - concordou Heitor.
- Como este nosso bebê? - perguntei logo em seguida.
- A cirurgia foi um sucesso - disse ele dando um sorriso calmante - nos constatamos que o dano não estava tão avassalador como pensamos, então constatamos que com sus dezoito anos ele pode fazer uma cirurgia e dependendo o estado lá, ele pode voltar a enxergar completamente normal.
- Podemos ver ele? - Henrique perguntou.
- Claro que podem - disse ele.
Nós o seguimos até a UTI, onde ele estava em uma incubadora.
Tão quietinho.
- Ele vai ficar bem amor - disse Heitor.
- Tomara que você tenha razão - digo baixinho.
Três Anos Depois
- Não fique nervoso - disse Samuel atras de mim.
- Como não ficar nervoso? - pergunto me virando para ele - estou bonito?
- Você sabe que você está lindo - disse ele me olhando sorrindo.
A posta se abre, e entrando vejo Luigi, ele passa por Samuel sem maiores dificuldades e vem até mim
- Oi meu amor - digo dando um beijo na testa dele - você não acha que ta grande demais pra pedir colo? - pergunto rindo
- Meus olhos doem papai - disse ele baixinho.
Vou até uma pequena mala que eu trouce o Vision Pro, um remédio que o médico nos receitou caso ele tivesse dor.
- Toma amor - digo dando uma garrafinha de água para ele junto com a cápsula.
Não existe uma versão liquida desse remédio, então Luigi aprendeu a tomar a capsula.
- Via passar amor - digo passando a mão nos cabelos dele.
Luigi fez a cirurgia a três anos.
A recuperação foi dolorosa tanto para nós quando para os meus irmãos, que ficaram muito com Agatha, Amalia e Adam, já que Luigi vivia chorando com dor depois da cirurgia, e as crianças acabavam acordando durante a noite.
Hoje as coisas estão melhores, tanto que ano que vem Luigi vai começar na escola. Meus bebês mais velhos estão com sete anos, eles são muito protetores com Luigi, e sempre entendem quando as vezes, mas quase nunca acontece, nós temos que remarcar as coisas que fazemos com eles para ir em uma consulta.
- Pai - vejo Agatha entrando no quarto com um lindo vestido branco, igual ao meu terno - faltam um minuto.
Olho para Samuel, e ele sorri para mim.
- Já está na hora - digo olhando nervoso para meu irmão.
- Já está não hora - concordou ele sorrindo.
__________*__________
Assim que chego na casa do meu avô, vejo meu pai me esperando. Samuel já tinha ido para o seu acento.
- Preparado meu amor? - pergunto ele me olhando.
- Se eu disser que não - digo sorrindo nervoso.
- Eu vou estar com você - disse ele me dando um beijo nos meus cachos.
- Não me deixa cair pai.
- Nunca.
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Aquele Garoto (Trilogia Meu Criminoso - Livro 03)
FanfictionEm "Aquele Garoto", somos apresentados à vida de Soren Oliveira, um jovem que, após o término de um relacionamento de longa data com Pedro, encontra refúgio nos braços acolhedores de alguém do.seu passado. Recém-formado e embarcando em sua residênci...