Antonella Santinelle
Já mandei alguém para buscar a Rossi, viva, mas não precisa ser realmente menos doloroso para ela.
Chego perto de papa Luccas do lado de fora do galpão, ele estava apenas observando a movimentação lá dentro com calma, uma calma que ele tem que não entendo.
- Sua calma me assusta pai - digo me colocando ao lado dele.
- Se eu ficasse nervoso a cada reviravolta que acontece nessa família acho que já teria infartado – respondeu ele alguns segundos depois.
- Isso é fato – concordo com ele enquanto coloco um sorriso nos meus lábios - a vida nessa família e eu ainda me surpreendo – concordei rindo um pouco disso.
Ficamos um tempo em silencio por algum tempo, escuto os gritos vindo lá de dentro e já posso imaginar o porquê e não evito o pequeno sorriso que se forma em meus lábios. Observar o que Beatrice está fazendo lá dentro tiraria minha atenção do fato de Manon Rossi estar vindo para cá, vê-la depois de mais de vinte anos está me causando um nó no estomago, minha ansiedade está atacando isso sim.
- Se isso lhe causar algum problema sabe que pode sair dessa briga toda, não é? - perguntou ele me pegando de surpresa, estava completamente perdida em meus pensamentos.
Fico em silencio porque não sei o que responder para ele na verdade. Minha falta de resposta faz meu pai me abraçar, o que fez com que as lagrimas que eu estava prendendo soltassem de meus olhos e caíssem sobre minha face.
- Estou bem papa – digo finalmente depois de pensar u pouco em como estou lidando com isso – sabia que um dia chegaria o momento em que eu teria que lidar com meu passado, com minha família biológica, estou me preparando mentalmente para isso dês de que tinha dezesseis anos – falei.
- Estou preocupada com você Antonella – disse logo em seguida – você teve pesadelos com eles até os vinte filha, não quero que reencontrar eles, bate de frente com o seu passado igual vai acontecer seja demais para você – falou com um tom muito preocupado na voz.
Respiro fundo pensando em uma resposta que posso acamá-lo, ou ao menos deixar ele e papa Hericco menos preocupado com isso, mesmo sabendo que nada que eu disser pode fazê-los ficar menos preocupados.
- Pai – digo calmamente com um sorriso meio forçado no rosto, mas do jeito mais natural que consigo – eu juro a você que estou bem, que isso não está me afetando. Eles me deixaram, mas isso me deu a melhor coisa que poderia ter acontecido na minha vida, eles me deixarem me trouxe até você e papa Hericco e eu sou eternamente grata por tudo que fizeram por mim, por me amarem e me acolherem em seus corações como filha, pela família maravilhosa que eu tenho e ganhei com isso. Eu superei o que aconteceu, para mim agora eles são apenas inimigos da minha família e deram tratados como tal – digo confiantes, mesmo não sendo totalmente verdade.
Esconder o que sinto tem se tornado cada vez mais fácil para mim, mesmo sendo meus pais não quero preocupá-los com isso, pode parecer idiota, até minha própria mente me crítica por isso, porém, não consigo evitar.
- Tem certeza de que tá bem? – perguntou novamente me fazendo sorrir ainda mais.
- Absoluta.
Soren Santinelle
- Acho que vou amar as facas – digo sorrindo maldosamente para eles, que me retribui o olhar.
Eu já amo meus irmãos. Eu e eles temos mais em comum do que imaginava, podemos mal nos conhecer, mas ainda sim somos irmãos, somos sangue do mesmo sangue.
- Isso vai ser interessante – disse Giovanni indo até a mesa e voltando com quatro vacas, e dando uma para cada. A adaga nas minhas mãos é muito bonita, completamente prata, com o punhas todo preto com pedras em esmeraldas, uma coisa mais do que só linda – soube que meus queridos irmãos mais velhos resolveram ficar grávidos ao mesmo tempo – disse Giovanni debochado – Conseguem ver um pouco de sangue sem vomitar? – ele pergunta rindo, e Antony dá uma pequena risada também – porque assim se vocês como os herdeiros primários da máfia italiana seriam uma vergonha vomitarem em uma pequena tortura.
- Um dia vai acontecer com você – provocou Samuel olhando para ele.
- É – respondendo - podemos sim ficar sem vomitar – digo logo depois dele.
- Acho que não – respondeu o mesmo – acho que um bebê crescendo dentro de mim, não é muito meu estilo – constatou o mesmo, desviando o olhar logo em seguida.
- Quer apostar? – sou eu quem pergunto, fazendo os três me olhares surpresos.
- Acha que eu terei um bebê? – perguntou ele me olhando – um bebê que venha de dentro de mim?
- Acho que sim – respondi – ainda acho que seu filho ou sua filha serem muito amigo dos meus filhos.
- Apostado – respondeu o mesmo, depois de uns minutos me analisando – o que eu vou ganhar assim que isso não acontecer.
- Eu lhe darei até os vinte e um anos para isso acontecer – digo o olhando debochado – quando eu ganhar quero um Rolls-Royce Boat Tail – digo e vejo seus olhos se arregalares minimamente – o que você quer caso ganhe?
- Rolls-Royce Boat Tail? – ele pergunta um pouco espantado ainda – só o carro mais caro do mundo.
- Quando custaria isso? – perguntou Antony agora prestando atenção em nossa conversa.
- 145 milhões de euros – respondeu Samuel rindo.
- Quero que pinte meu novo apartamento inteiro sozinho – disse Giovanni de uma vez, depois de uns momentos pensando.
- Fechado – digo sorrindo – vi que gostam de apostar, o que eu ganho se acertar de primeira?
Samuel me olha, e logo depois me lança um olhar malicioso.
- Acha que acertara de primeira? – perguntou o mesmo debochado.
- Ainda sou seu irmão mais velho – digo indignado.
- Mas mesmo assim não cresceu aprendendo como se faz – respondeu o mesmo.
- Acha que eu não consigo? – perguntou também bem debochado.
- Acho que não – respondeu o mesmo, e logo atrás dele Giovanni concorda.
- To com o Soren – disse Antony me olhando – acho que ele consegue de primeiro.
- Aposto mil euros – disse Giovanni de repente – Quatro mil euros na mesa, se você acertar primeiro você e Antony levam tudo, se não acertar eu e Samuel levamos.
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Aquele Garoto (Trilogia Meu Criminoso - Livro 03)
FanfictionEm "Aquele Garoto", somos apresentados à vida de Soren Oliveira, um jovem que, após o término de um relacionamento de longa data com Pedro, encontra refúgio nos braços acolhedores de alguém do.seu passado. Recém-formado e embarcando em sua residênci...