14- Honest

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É que eu odeio te machucar

Mas eu tenho que ser honesta

Eu não posso te dar o que você precisa

Você merece mais do que eu posso prometer



    A S H A N T I.

    Uma coisa que sempre me chamou a atenção em Brandon eram seus olhos. Acho que nem existia uma cor certa para definir, mas, eram de uma imensidão profunda, como o oceano. E... eu sempre fui encantada pelo mar, sempre me transmitiu tanta calma e paz.

    Mas o oceano também tinha seu lado ruim. Seu lado denso e tempestuoso. E assim estava o olhar dele agora.

    —Espero que me entenda. Eu não quero causar mais problemas. —Disse por fim e voltei pra sala.

    Ouvi batidas apressadas na porta e fui atender. A mulher que ali esperava parecia ridiculamente esnobe, daquelas que fazem você se sentir mal só de existir ao lado dela. Você se sente um patinho feio somente de olhar pra ela.  A senhora tinha cabelos curtos e platinados enrolados nas pontas. Usava óculos de grau vermelhos e se vestia como se saída de um Paris Fashion Week. Carregava uma sacola bem grande de uma marca que eu não consegui identificar.

    —Oi, boa noite. Posso ajudar?— Sorri amistosa.

    —Eu sou a avó da Hope. Charlotte. —Ela disse, com um arrogante e forte sotaque francês.

    —Ah, pode entrar!— Dei espaço para ela. —A senhora aceita uma água, um suco, um refrigerante? Quer comer alguma coisa?

    Uma breve lição de uma Sul-Carolinense: toda vez que alguém vem em sua casa, ofereça alguma coisa. Faça com que a pessoa se sinta totalmente a vontade, como em sua própria casa. É um sinal de amistosidade.

    —Aonde está a Hope, e o Brandon? —Foi tudo que ela disse e quase murchei, sem graça. Completando com minha fala acima, as vezes você tem que estar preparado para que nem todos sejam tão amistosos quanto você.

    —Charlotte. —Brandon veio da cozinha, e parecia meio em choque. —O que faz aqui?

    —Eu vim para o aniversário de minha neta, não é óbvio? —A mulher deu um sorrisinho gélido que me fez até tremer um pouco. Ela era intimidadora.—E... quem é essa aí?— Arqueou uma sobrancelha e me olhou com deboche.

    —Sou uma amiga da família. Meu nome é Ashanti Lewis, é um prazer...

    —Sei quem você é. Queria saber seu vínculo com o pai de minha neta. É a nova mulher, por acaso? —Me interrompeu.

    —Como disse, sou apenas uma amiga da família. —Sorri falsa. —Ainda temos um pouco de bolo, a senhora quer um pedaço?

    —Não, não como nada gorduroso. —Disse com desdém.

    —Não liga não, niña. — Santiago comentou. —Essa mulher aí não gosta de nada que pareça alegre, gostoso ou normal. Una bruja aburrida. —Riu e passou por mim, indo para a cozinha.

    —Hope está um pouco ocupada agora. Experimentando alguns presentes que ganhou da família. —Brandon comprimiu os lábios. —Mas a senhora pode esperar aqui.

    —É, até ia oferecer uma água, mas não tem água light, nem que veio sei lá, dos montes do Himalaia. —Andresa, irmã de Brandon, comentou em tom de ironia

    —Andresa, pare com isso. —Brandon repreendeu. —Ela é a família da Hope também, devemos a respeitar.

    —Hm, eu acho que não. Família não aparece só quando quer. Mas, vamos deixar Brandon Young seguir a política de boa vizinhança igual o bestão que ele é de vez em quando. —Andresa sorriu e voltou a atenção para algo que fazia no celular.

DreamGirl: The Solo StarOnde histórias criam vida. Descubra agora