7- Still Have Me

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As redes caíram, mas Anna Agnis aqui pra salvar vocês com essa att fresquinha!

Eu não tenho muito

Mas pelo menos eu ainda tenho a mim

    A S H A N T I

    Fazia um mês que estou morando na Inglaterra e, eu nunca estive tão bem acostumada com alguém quanto estou acostumada com a família Young. Nos vemos quase todos os dias, jantar, almoço, cafés, e sempre eu me apaixono um pouco mais por Brandon Young. E claro, entrando na família Young aos pouquinhos.

    —Pai, podemos levar um pote de sorvete de maracujá? —Hope pediu, com olhar de "gatinho do shrek".

    —Não levamos um de morango na última vez?

    —Ah eu sei... mas você disse que era muito doce e não faz bem pra minha saúde! —A menina justificou —Não é, Shanti?

    —Eu concordo. Vai, Brandon, por favor?!—Imitei ela.

    —Vocês duas, hein? Tudo bem, peguem um pra cada. —Sorrimos animadas quando conseguimos o que queríamos.

    Ia seguir com eles, quando minha melhor amiga me ligou por chamada de vídeo.

    —Vão indo, logo alcanço vocês, sim? —Sorri e atendi a ligação. —Oi amiga linda, como que você está, hm?

    —Amiga, deu um ruim federal, sério. O Tom tá indo ai atrás de você. —Andy falou e eu paralizei no lugar. Não podia ser possível.

    —Andy Eleanor London, me diz por favor que isso é mentira. —Disse pausadamente, sentindo minhas mãos tremerem.

    —Eu queria muito que fosse. Eu acidentalmente postei nos status privados um print da nossa conversa que você tirou uma foto da sua casa com a localização ligada, e eu nem sei porque tinha o Tom ainda, mas aí, o idiota mandou "então é lá que ela está?" E ele postou stories em Manchester. —Andy contou com a voz triste. —Isso é péssimo, principalmente agora que tem o bonitão ai com você e...

    —Andy, meu bem, pela nonagésima vez, Brandon é apenas um amigo, não temos nada!—Segui andando, irritada.

    —Nossa, se afirmar isso com tanta veemência de novo eu fico triste. —Me virei quando percebi que estava perto de Brandon de novo.

    —Não seja dramático. —Debochei. —Amiga, podemos seguir conversando por mensagem?

    E ao longo do caminho, eu só estava rezando pra que tudo isso não passasse de uma brincadeira de mal gosto e que ia ficar tudo bem no final.

    Mas, quando estávamos nos aproximando de casa e vi Thomas desleixadamente apoiado na cerca viva, acho que acabei perdendo a habilidade de andar e simplesmente congelei no lugar.

    —O que foi? —Brandon parou ao meu lado e segurou meu braço de leve.

    —Shanti, minha linda! —Thomas sorriu largo.

    Isso é um pesadelo.

    B R A N D O N

    Eu juro que a situação agora é digna de uma cena que eu escreveria em um livro meu.

    —Como eu senti sua falta! —O desconhecido agarrou Ashanti em um abraço apertado e ela nem sequer se moveu. —Não vai me apresentar para seus amigos?

    —Ah, deixe que eu mesma faça isso. —Hope estendeu a mão para o cumprimentar. —Meu nome é Hope Ray e eu odeio você. Agora vamos embora, pai. —Ela recuou, segurou minha mão e tentou me arrastar pra dentro, mas não me mexi. —Pai?

    —Ashanti, não finja que não pensa em mim. Você até fez uma música sobre mim, não fez? —O homem brincou, mas ela não se movia, não dizia nada.

    —Ashanti, se quiser eu fico aqui com você. —Me aproximei dela e tentei.

    —Não precisa. —Ela falou, e olhou para mim. —Olha, entre com a Hope e eu encontro vocês mais tarde, sim?— Forçou um sorriso. —Vai lá.

    Entrei em casa mesmo contra a minha vontade, olhando o tempo todo para o estranho invasivo e ex namorado de Ashanti. Vendo uma mulher tão incrível como ela, me pergunto como ela se conformou com alguém tão.. sem sal?

    —Eu não acredito que esse cara realmente  voltou! —Hope reclamou. —"Shanti, minha linda!"— Imitou o homem e revirou os olhos —Metido enjoado.

    —Eu vou estar bem atento. Qualquer coisa, eu vou me intrometer. Percebeu como ela travou quando o viu? —Olhei para a casa, mesmo sem conseguir ver nada. —Não vou deixar que algo ruim aconteça com ela.

    —Sabe que de onde eu venho, isso tem nome. —Hope arqueou as sobrancelhas — Eso és amor!

    —No puedo amar a alguien que ni siquiera conozco, hija mía. —Sorri com ironia para ela.

   

    A S H A N T I

    Revendo Thomas, eu pude ter a certeza do porque perdê-lo foi o melhor que já me aconteceu.

    —E tudo que eu fiz foi te amar da forma mais genuína, pra você fugir, inverter tudo como se eu fosse o vilão e se bandear com  um britânicozinho qualquer? —Ele reclamou, se fingindo ferido.

    —Eu vou pedir pra você ser respeitoso com o Brandon, porque ele tem sido minha única companhia ultimamente. Quando você, Thomas, me deixou faltando um mês para nosso casamento. —Acusei, apontando o dedo no rosto dele.

    —E aí você resolveu vir pra esse fim de mundo sem nada?

    —Eu posso não ter muito mas pelo menos eu tenho a mim. Você me fez sentir tão inferior e triste, mas eu nunca me senti tão genuína e feliz quanto me sinto aqui. —Confessei, nem acreditando que eu honestamente dizia aquilo.

    —Você não é ninguém, Ashanti. Você é tão fútil que é sempre tão dependente de pessoas ao seu redor, não? —Thomas gritou, me fazendo recuar.

    A porta de minha casa estava entre aberta, e pude ver Brandon ali, com um olhar muito atento pra situação.

    —Eu não sei nem porque quis tentar de novo. —Thomas negou, me olhando com nojo.

    —Então já está na sua hora de ir, cara. —Brandon entrou em casa e veio até mim, sentou ao meu lado no sofá e afagou minhas costas. —Tudo bem, Shanti?

    —O que você tá fazendo aqui? Não tá vendo que nós dois estamos conversando? — Thomas reclamou.

    —Vi e ouvi. Eu vou dizer uma única vez pra não ficar subtendido. Ou você sai daqui e mantém a dignidade, ou você vai sair com a polícia por perturbar a paz da vizinhança, ou vai sair desacordado em uma ambulância, você decide o final. —Brandon falou com uma paz impressionante.

    —Isso é uma ameaça?—Thomas arqueou a sobrancelha e riu em deboche.

    —Que bom! Você não é um completo ignorante e entende uma fala simples.—Brandon sorriu pequeno.

    Thomas ficou uns segundos parado em silêncio, o suficiente pra assimilar o que estava acontecendo. Abriu a boca mas logo fechou, como se tentasse pensar na coisa certa a dizer. E então, ele foi embora.

    —Está tudo bem? Ele tentou te machucar? —Brandon fez carinho em meus cabelos, com um olhar atento e preocupado.

    —Tá sim, machucado emocional conta? —Ergui o olhar para ele. —Eu só preciso de um tempo.

    —Tá bem... acho que é melhor que fique sozinha agora. —Brandon se afastou.

    —Pode se desculpar com a Hope por mim? Não vou me unir a vocês hoje. —Pedi.

    —Não se preocupe com a gente. E, ouça toda a música alta que quiser. —Ele garantiu e sorriu.

    —Obrigada. De verdade.

    Algum tempo depois, a ficha caiu. Eu podia não ter Thomas agora. Nem meu casamento perfeito. Nem minha família perfeita. Mas afinal eu ainda tinha a mim. E era o mais importante.

DreamGirl: The Solo StarOnde histórias criam vida. Descubra agora