37_ Eu vou casar...

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Emma Hills

... A minha atenção e a do Caden foi totalmente para a casa que estava cheia de glitter.

No segundo seguinte, o Khoy saiu do quarto dele igual um ninja e suspirou aliviado nos vendo na porta.

- Quem fez isso? - O Caden perguntou olhando pro Khoy e pra mim.

Se ele tentar me acusar de alguma loucura, vai ter tiro e porradaria.

- Eu tava com você. - Me defendi.

- Foi o Brendon. - O Khoy falou com indignação.

Acontece que o Khoy e o meu irmão se odeiam...

- E como você sabe? - O Caden perguntou.

- Porque eu tava aqui. - O Khoy soltou simples.

- Então por que você não parou ele? - O Caden questionou surtando.

- Porque eu tava pedindo a Genoveva em casamento. - O Khoy justificou e eu arregalei os olhos.

- Vocês vão casar? - Soltei desacreditada imaginando o caos que isso seria.

- Então você ficou no seu quarto pedindo a Genoveva em casamento enquanto o irmão do amor da minha vida colocava glitter no nosso apartamento? - O Caden falou pausadamente tentando esconder o ódio.

- Vocês tão juntos de novo? - O Khoy perguntou me encarando com uma cara safada.

- Foco! - O Caden falou.

- Eu não fiquei parado enquanto ele espalhava glitter pelo apartamento . - O Khoy corrigiu. - Eu entrei no armário.

- E você só saiu do armário agora? - Perguntei rindo.

- Me respeita que do armário a minha mãe teve que me arrancar quando eu tinha 13 anos. - O Khoy exigiu colocando as mãos na cintura.

Eu encarei o Khoy com os olhos arregalados em choque e ele me encarou do mesmo jeito.

- Emma, você não ia falar com a Ella? - O Caden interrompeu e eu encarei ele assentindo.

Eu dei uma última olhada para o Khoy e ele me seguiu com o olhar pelo corredor.

Até passou um arrepio pela espinha, povo sinistro...

A porta do quarto estava entreaberta e eu empurrei a mesma lentamente, enquanto entrava.

A Ella estava sentada na beira da cama enquanto olhava pro anel de noivado em seu dedo. Quando ela notou a minha presença no quarto, levantou o rosto e os nossos olhares se encontraram.

Como eu pude deixar a minha melhor amiga esconder isso tudo de mim?

- Eu to noiva. - Ela ergueu a mão com um sorriso fraco.

- Então, você ganhou. - Sorri.

A gente fez uma aposta.

Quem se casasse primeiro, ganhava um sorvete da outra.

Na época, a gente não tinha nem um centavo no bolso então sorvete era negócio de gente rica e milagre.

- Pra ser sincera, você merece mais o sorvete que eu. - Ela deu de ombros e eu me aproximei.

- Como tudo isso aconteceu? - Me sentei do lado dela com cuidado.

Eu tinha medo de falar alguma coisa e piorar a situação.

- Eu já não estava tão bem mentalmente na época, Emma. - Ela abaixou o rosto frustrada.

- Você procura ajuda quando isso acontece, e não se afunda nas drogas. - Respondi no mesmo tom e a Ella me encarou.

- Sabe aquela sensação de não ser você mesma? E quando você tenta ser você mesma, acaba percebendo que talvez as pessoas não te amem assim? - A Ella sussurrou.

Vendo a minha a confusão no meu olhar, a minha amiga se levantou.

- E realmente, as pessoas não te amam. Elas amam quem você inventou. E você tem tanto medo das pessoas descobrirem o quão insuportável você é, que os seus medos são enormes e que falar de futuro é aterrorizante pra você. - Ela continuou dando voltas pelo quarto.

- Você não é insuportável. - Falei baixinho.

- Então talvez você não me conheça tão bem quanto acha. - Soltou.

- O quê? - Ri desacreditada. - Somos melhores amigas há mais de um ano.

- Eu tenho 3 irmãos, dois meninos e uma menina. O meu pai abandonou a minha mãe quando eu tinha apenas 6 anos e desde então ela cuidou de mim e dos meus irmãos sozinha. O meu irmão mais velho se formou, se casou, e morreu no avião que ele mesmo estava pilotando. A minha mãe ficou tão arrasada que eu tive que cuidar dos meus irmãos por meses e mais tarde descobrirmos que a esposa dele tava grávida, mas não era do meu irmão. - A Ella contou tudo rapidamente.

Eu continuei encarando a minha amiga em choque e escutando aquilo tudo pela primeira vez.

- Mais tarde quando eu fiz 16 anos, decidi me mudar e a minha mãe não me apoiou em nada. Um dia ela me avisou que estava na cidade e queria me ver. Eu tava tão feliz que ela finalmente estava demonstrando saudade e que decidiu aparecer, que eu mal consegui tirar o sorriso do rosto naquele dia. Quando eu apareci no café que ela estava, a primeira coisa que ela fez, foi criticar o meu cabelo e falar o quão horrível ele estava curto. - Soltou baixinho.

- Ella... - Sussurrei triste.

- E realmente o cabelo tava horrível mas me machucou tanto saber que a primeira coisa que ela fez depois de anos sem me ver, foi me insultar. - Falou se sentando no chão lentamente. - Ela nem pensou em me abraçar.

Eu não sabia nada sobre a família da Ella, nunca conheci ninguém do passado dela e escutando ela me contar sobre a mãe, só mostra o motivo disso tudo.

- Naquele mesmo dia, depois do café com a minha mãe, eu estava exausta. Decidi passar por um caminho diferente e durante o caminho, eu te vi brigando com o Ruan no meio da rua, antes dele simplesmente te deixar lá. - Ela sorriu fraquinho.

- Foi assim que a gente se conheceu. - Completei lembrando.

- E por tanto tempo você foi a única coisa que me fazia acreditar que tudo ficaria bem. - Vi uma lágrima cair do rosto da Ella.

Eu me sentei no chão também e me aproximei da minha melhor amiga.

- Eu não sabia o que eu queria para o meu futuro e nem qual era o meu sonho, mas te escutar falando do seu livro enquanto você escrevia ele, era suficiente e preenchia o vazio em mim. - Ela encarou os meus olhos.

Eu senti os meus olhos se encherem de água e abaixei a cabeça.

- Depois eu conheci o meu noivo e o Caden. As drogas no início não passavam de diversão e apenas para experimentar, mas são drogas, elas consomem cada átomo seu de diversão e transformam em dependência. - Forçou um sorriso fraco entre as lágrimas. - Aquilo se tornou um jeito de eu me sentir menos vazia.

- Eu queria que você tivesse me mostrado um sinal que não estava bem... - Confessei.

- Eu tive medo que você perguntasse o motivo, então eu achei mais fácil me distanciar pra você não notar. - Ela confessou e eu ergui as sobrancelhas em choque.

- Ella, eu nunca te julgaria por nada. Eu sou a sua melhor amiga e eu to aqui exatamente pra te ajudar em tudo. - Segurei a mão dela. - E por isso mesmo, eu vou te internar.

- Mas eu vou casar... - Ela tentou protestar.

- Sim, você vai casar, mas a sua saúde sempre vai estar em primeiro lugar. - Terminei olhando no fundo dos olhos dela.

continua...

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td parece certo mas td vai dar merda

ADIVINHEM QUEM VAI MORRER

O Vendedor De DrogasOnde histórias criam vida. Descubra agora