O Vendedor De Drogas

28_ Livro.

Emma Hills

... O seu olhar foi instantaneamente para a cicatriz na minha perna e eu engoli seco sentindo o meu coração acelerar.

O Caden notando o olhar no meu rosto sorriu e se aproximou tirando a camiseta dele.

Vi o mesmo ficar de frente comigo, me fazendo erguer a cabeça para conseguir encarar os seus olhos.

O seu perfume mesmo no fim do dia ainda tinha efeito sobre mim.

Os nossos corpos estavam próximos, mas não ao ponto que ele notasse o quão ofegante eu fiquei.

As suas tatuagens destacavam o abdômen e peito, e enquanto eu analisava o seu corpo, notei o motivo do Caden estar me mostrando aquilo tudo.

Ele também tinha cicatrizes.

Eu nunca tinha percebido as cicatrizes por causa das tatuagens.

Levantei o meu olhar para o Caden e ele sorriu me empurrando para sentar na cama.

Eu queria sentar nele.

- Essa daqui, eu ganhei quando tinha 12 anos, porque eu aceitei o desafio de descer as escadas em uma moto. - O Caden contou apontando para uma cicatriz perto da sua costela.

Ele sorria enquanto falava, gesticulando e mostrando orgulho da cicatriz por mais ridícula que fosse a história dela.

- Eu costumo dar nomes para as minhas cicatrizes por causa da primeira coisa que eu falei quando fiz elas, essa da moto se chama Ai Buceta. - Ele falou me fazendo rir. - Tem essa daqui perto do meu pescoço, um vidro gigante caiu em mim, o nome dela é Seu Filho Da Puta.

Eu dei risada mais uma vez e o Caden sorriu vendo a minha reação.

- E depois temos sobre a famosa facada que a minha mãe vive falando, foi um professor que enfiou a faca em mim porque eu peguei a filha dele, o nome dela é Rebeca. - Ele se deitou do meu lado. - A garota nem se chamava Rebeca. - Riu.

Encarei o Caden deitado do meu lado enquanto o meu sorriso desaparecia aos poucos.

- A história da minha cicatriz não é nada parecida com a das suas. - Contei. - Eu tava voltando da escola no carro do meu pai, e eu tava brava com ele nesse dia, era por uma coisa tão boba que eu nem lembro, nós tivemos outra discussão e aí o carro perdeu o controle. A minha cicatriz é apenas do tamanho do meu dedo, mas o meu pai ficou em coma por meses.

O Caden me encarava com atenção e as vezes desviava o olhar para a cicatriz na minha coxa.

- Eu sempre me senti uma pessoa horrível por isso. - Confessei.

- Você não é uma pessoa má, você é uma pessoa boa que apenas viveu coisas ruins. - O Caden sorriu.

Ele tocou a minha cicatriz levemente e me encarou de um jeito que só ele sabe fazer.

- Você não deveria ter vergonha dessa cicatriz, ela só mostra o quão forte você é. - Ele disse fazendo um sentimento bom preencher o meu peito.

- A gente deveria dar um nome pra ela. - Decidi.

- Acidemma. - O Caden sugeriu me fazendo gargalhar.

- Eu achei perfeito. - Sorri encarando ele.

O Caden traçou com os dedos toda a minha cicatriz mais uma vez com um sorriso bobo antes de subir o olhar para me encarar.

- Eu ainda acho que você é extremamente linda, com ou sem cicatriz. - Ele elogiou.

- Você tá se apaixonando? - Brinquei com os olhos semicerrados.