"T0 só para nós" - Parte I

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P.O.V. Francisca

-Sabes que poderia-te prender por me detruires o coração e depois apareceres na minha casa com um ramo de flores. -Afimei escondendo um sorriso matreiro.

-E vinho, eu troxe vinho, sabes é importante referir isso também, porque eu sou uma romântico.

-E eu sou alérgica ao polen das flores. -Disse olhando-o pela segunda vez, enquanto fechava a porta.

A única coisa que vi antes de olhar para o Tiago e me começar a rir, foram duas mãos a pucharem me as flores, na verdade lê-se roubarem as minhas flores, as minhas tulipas brancas como a neve, da minha mão.

-Desculpa, a sério, eu não sabia, foi sem querer, se quiseres eu vou po-las no, lixo na rua, para não teres um ataque de alergias. -Tiago falava tão depressa que cheguei a um momento em que lhe bati.

NÃO EU NÃO LHE BATI UMA, EW NOJO!

Eu dei-lhe um estalo.

-Para que foi isso?!

-Eu não sou alérgica. -Disse dando o meu sorriso de anjo.

-Tu.. tu mentis-te?

-Não é nada que não fazas também. -Simplesmente aquelas palavras saíram da minha boca sem as conseguir parar para medir e consequentemente pensar nas consequências, quando as medi já era tarde de mais e o Tiago olhava para mim.- Desculpa, eu não(-)

-Eu mereci esta, deixa.

-Eu não queria, a sério, falei sem pensar, eu(-)

-O que vai ser o jantar Chefe Cardoso?

Sorri, talvez por ele ter modado de assunto e não me deixar embaraçada com o que tinha dito.

-Vai ser Atum à Brás, é fácil e deve ser bom.

-Deve?

-Acho que sim.

-Tu queres me envenenar, estou a ver.

-Cala-te e ajuda-me, podes pousar o vinho aí na mesa.

A minha casa é um T0, o que quer dizer que a única divisão com porta que têm é a casa de banho, Tiago pousou a garrafa em cima da bancada, e começou a puchar as mangas para cima.

-O que estás a fazer?

Despe-te, despe-te, quer dizer, despir para quê?!? Lol

-Vou ajudar, tu pedis te ajuda e eu quero ajudar.

-Okay, sê bem vindo á minha cozinha.

Disse apontando para a pequena cozinha da minha casa, ele por sua vez pegou no avental que estava na bancada e colocou-o no seu corpo, perfeitamente bem feito, quer dizer constituído, o rapaz deve ir ao ginásio, faz muito bem, manter a forma e ser saúdavel.

-Onde queres que ponha as tuas flores?

-Deixa me encontrar uma jarra para elas.

-Okay.

-Fui em direção ao móvel onde estava a televisão e abri a segunda porta, encontrando apenas umas chávenas do tempo medieval, as que a minha mãe me comprou no natal, para quando "a menina tiver um jantar e depois quiser servir um cafezinho", nessa altura eu nem podia com a minha mãe, ela andava numa de tratar as pessoas pela terceira pessoa, até as filhas e o marido, ao lado das chávenas estava o pequeno aquário do Neno, o meu peixe dourado.

Se não à jarra, à aquário, o que importa é ter saúde e ser feliz, peguei no aquário e quando me virei e olhei de novo para o rapaz que estava na minha cozinha, este olhou para mim, como quem diz "o que fazes com um aquário na mão?".

"escreve-me"Onde histórias criam vida. Descubra agora