Fernanda A.Está tudo muito confuso, não é possível eu estar à desenvolver sentimentos por alguém do mesmo sexo que o meu, talvez esse seja o motivo de eu nunca ter interessado-me por um garoto sequer, em toda a minha infância. Mas eu não gosto de garotas, isso é uma besteira.
Pensava eu, tentando convencer-me, logo que despertei por causa do
barulho que havia do lado de fora do quarto.- Que Diabos se está a passar? Que barulho é esse? Perguntou o Kevin com a voz ainda
trémula, pois, acabara de acordar.- Não faço a mínima ideia… Respondeu o Júnior.
- Toki… Toki… Toki… Acordem! Haverão algumas mudanças por aqui, mais informações na vitrina do corredor principal. Disse a Carla apôs bater na porta, enquanto ela
passava.Ficamos intrigados com o que ela disse, tanto que, levanta-nos todos, fizemos, cada um, a sua higiene matinal, fomos para corredor principal, consultar a vitrina, para ficar apar das supostas notícias.
Havia um comunicado na vitrina, que dava conta da separação dos dormitórios, em ordem dos géneros e, ao lado, constava também a lista de como seriam feitas as distribuições dos quartos, muitos reclamaram, ao saber da notícia, porquê? Não sei. Eu até gostava da ideia, quem sabe, assim, as coisas ficariam mais interessantes, nem sei o que me faz pensar assim…
Pois então todo mundo saio de lá, uns tinham aulas, outros não, no meu caso, dei-me uma folga básica das aulas, saí para o jardim, precisava desligar-me um pouco do dia, das pessoas, sei lá, de tudo, para pensar/refletir no quem acontecido nos últimos dias...
Ao lado do jardim, havia lá um pequeno lago, foi, dali, que vi um pedaço de madeira flutuando, tive a curiosidade de saber de onde vinha aquele pedaço de madeira, por isso, segui os trilhos contrários aos do lago, depois de andar um pouco, vi uma casa, por detrás de muitas árvores que faziam o jardim, a casa era
flutuante, feita de madeira, muito velha ela (a casa), dali que vinha o pedaço de madeira que flautava no lago, a casa era composta por uma mini varanda, uma janela pequena e, uma única porta que dava acesso ao interior da casa. Fiquei espantada e admirada ao ver a casa ali, perguntava-me se era seguro entrar, de tão velha que a casa era, mas quando dei por mim, já encontrava-me dentro da casa…
Tudo estava empoeirado, sinal de que ninguém entrava lá, há muitíssimo tempo…
- WOW! Olha só o que eu encontrei! Falava para mim mesma, admirando o bom estado da casa, por dentro. É aqui onde vou matar as aulas, talvez, estudar aqui também... Falei para mim mesma em jeito de justificação para as minhas fugas das aulas.
Eu trazia uma mochila às costas, dentro, tinha lá um caderno, meu portátil e algumas frutas que peguei no refeitório quando saia do pátio, o dia parecia que ia ser bastante calmo, eu adorava essa ideia, pois, desde que cheguei aqui, ainda não tive tempo para mim, tudo movimentado, era bom ter um dia para relaxar. Peguei no meu portátil, por sorte, a internet do colégio cobria também onde eu encontrava-me. Assim passei todo o meu dia, com internet, alimentando-me de frutas, e nada de cadernos e/ou colégio e as suas pessoas nele (o colégio).…
(Celular vibrando. ‘‘Mensagem’’)
- Cadê você? Já está ficando tarde, e não vi-te o dia todo, você não participou em nenhuma das aulas de hoje, estou preocupada… Mandou-me uma mensagem de texto, a Megan. Pensei, sobretudo, no que ela queria, mas também não quis que ela viesse onde eu estava, esse canto deve ser só meu. Decidi, então, não complicar.
- Estou à voltar e, dirigindo-me ao dormitório mas, primeiro, vem ter comigo no pátio. Respondi.
Megan M.O dia foi bastante intenso, pelo menos para mim, a Fernanda nem sequer compareceu à nenhuma das aulas e, não sabia porquê. Tivemos quatro (4) aulas nesse dia, em meio à intervalos que permitiu com que a gente comesse, mas, nada da Fernanda, o dia inteiro!
Saí da sala, dirigia-me ao pátio respondendo ao chamamento dela, chegado lá…
- Por onde você andou? Perguntei logo que à vi.
- Olá! Estou bem obrigada, desde quando é que preciso dar explicações sobre o que deixo ou não de fazer? Respondeu-me. Eu sabia que ela não era fácil, mas esperava outra resposta vindo dela, eu fiquei mesmo preocupada com ela… A resposta dela deixou-me triste e, ela percebeu isso.
- Calma, eu estou bem, só andei ocupada hoje, mas já passou. Ah! Sim, tenho algo por mostrar-te amanhã de manhã. Disse aproximando-se de mim, ela sabia que eu não ficaria brava com aquilo, fazia meu sangue ferver e, para finalizar, deu-me um “Celinho…”.
(Silêncio)
- Vou dormir, vamos? Perguntou-me.
- O quê? Não! Sim! Primeiro preciso consultar as listas dos dormitórios. Falei segundos depois, ainda estava atrapalhada depois de tocar nos seus lábios leves, estava à recuperar o fôlego.
- Está bem então! Vou descansar, até amanhã. Disse ela indo embora.
Eu, estava toda animada, por aquilo que acabou de acontecer e, porque ela disse que tinha algo para mostrar-me, não sabia o que era, mas, animou-me muito.
Depois de ver as listas, fiquei à saber que, passaria a dormir no quarto 6, da secção II, pois então, andei em direção aos quartos. Para a minha surpresa, quando entrava no quarto, senti um cheiro das roupas dela, atravessando as paredes, vi uma moça de cabelos longos, deitada e enrolada nos cobertores, como sempre, só podia ser ela, percebi que estava lá também, a Carla e a Ashely, achei maravilho por ter que dividir o quarto com elas e, especialmente com a Fernanda, mas todas elas já estavam à dormir…
- Desliga a lâmpada por favor! Sussurrou a Carla, em meio ao sono.
- Desliga logo isso! Disse logo depois a Fernanda.
Sem querer contrariar, desliguei a lâmpada, fui para o quarto de banho, tomei o banho, vesti o pijama e deitei-me, toda animada, porque agora as coisas começavam a andar conforme eu gostaria…
Fernanda A.
Pelos vistos, ela não sabia que, passaríamos a dormir no mesmo quarto, mas eu não a disse nada, quis deixar como elemento surpresa.
- Durma bem, beijinho (Risos). Falei terminando.