Acorda Fernanda!

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Fernanda A.

Eram 6h da manhã de sábado, eu ainda estava super cansada por causa do dia de ontem, diverti-me muito, voltei tarde, queria dormir até às 11h da manhã, quando ouvi...
Toki... Toki... Toki.

- Acorda menina! Temos de ir ao supermercado, temos que reestabelecer a dispensa, ainda morremos à fome, acorda! Ouvi uma voz irritante doutro lado, só podia ser minha Mãe.
- Porquê me acorda à essa hora? É sábado. Disse eu, com a voz ainda trêmula.
- Temos que ir ao supermercado e, você falou-me que mais tarde tem de ir à festa da Carmen, então, levanta, vamos! Frizou.

Carmen Tavares, é a minha melhor amiga, desde a infância, somos irmãs de coração, o sangue não importa.
Ela tem um namorado, o Rodrygo, estão juntos à 6 meses, desde então, ela fez de mim uma profissional em pegar velas, sendo assim, tem sempre tentado arranjar-me um namorado, o Gustavo, "Gu" como eu o chamo.

Pois então, contra todas minhas vontades, levantei-me, porque deu a perceber que ela não ia parar de fazer barulho até que eu me levantasse, arrumei-me, fiz a minha higiene matinal, desci para tomar o pequeno-almoço, tudo estava pronto, que horas ela acordou para preparar tudo isso? Perguntei-me enquanto comia.

- Vamos! Falou ela.
- Deixa-me dirigir...? Perguntei...
- Nunca! Você não tem idade nem licença, eu não quero morrer hoje, agora entre, e vamos! Falou.
- Chata... Falei em um tom muito baixo para que ela não me ouvisse, não queria mais barulho logo de manhã...

Fomos ao supermercado, fizemos as compras, era meio-dia quando chegamos à casa, eu ainda estava super cansada, subi para o meu quarto, indo dormir, mas enquanto subia as escadas, ouvi...

- Para onde vai? Não quer ajudar-me a fazer o almoço? Um programa de mãe e filha... Que tal? Perguntou sorridente.

Era óbvio que ela não queria falar sobre o que houve ontem, apesar de ter estado super chateada com o que eu fiz, mas para mim, era boa aquela sensação, eu adoro estressar essa Sr., e ela estava tentando deixar as coisas num bom clima... Mas era de se adivinhar que eu não facilitaria.

- Não obrigada, divirta-se. Falei me virando e subindo as escadas. Deu para perceber o sorriso na face dela desaparecendo lentamente, mas eu não me importava com isso, porque não queria mesmo! Fui dormir.

Jéssica A.

Eu estava cozinhando sozinha, uma vez que ela recusou-se a ajudar-me, ela parecia gostar do que estava fazendo, mas devem ser coisas da idade, esses adolescentes nessa idade gostam de causar problemas, devo manter-me firme. Era nisso em que eu estava a pensar para não desanimar quando ouvi o celular tocar, era o Víctor...

Ligação On.
Linha 1.: Oi. Ouvi doutro lado da linha.
Linha 2.: Oi como está? Perguntei em seguida.
1.: Estou bem, e vocês, como estão? Perguntou-me.
2.: Estamos muito bem, obrigado. Respondi.
1.: Posso falar com a Fernanda? Perguntou-me.
2.: Não, ela está dormindo agora, ligue depois. Disse.
1.: Okay! Ligarei depois. Está tudo bem por aí...? Não estão precisando de algo?. Falou-me em seguida.
2.: Não! Está tudo bem. Tchau tchau...
  Ligação Off.

Por mais que a Fernanda estivesse a causar-me problemas nesses últimos dias, não quis informá-lo sobre isso, não queria que pensasse que não sei dar conta de uma adolescente de 17 anos de idade.

De tanto estar abalada ao ouvir que a sua voz não tinha mudado nada, até esqueci-me que estava cozinhando, mas logo em seguida, despertei, e continuei a fazer o que estava fazendo.
- Ah...! Suspirei de cansaço, quando terminei. Acordei muito cedo, deixa-me por tudo na mesa e descansar.

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