Capítulo 27 - Que os jogos comecem

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Cidade de Sacramento, Kitnet da família Beauchamp, 10:00h.

Cidade de Sacramento, Kitnet da família Beauchamp, 10:00h

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Josh Beauchamp

A casa estava silenciosa, porém não vazia.

Com excessão de Lamar, todos os funcionários e meus amigos do Dark red estão na minha pequena sala.

Em silêncio, estamos sentados aqui, encarando uns aos outros, o chão, o teto e até mesmo a janela embaçada desde que saímos do cemitério.

Eles não queriam nos deixar sozinhos. Nós não queremos ficar sozinhos.

Lágrimas silenciosas caem de meu rosto. Estou sentado ao lado da porta de entrada, encarando meus sapatos sujos de lama. No fundo, espero que minha mãe entre desengonçada pela porta, tentando equilibrar suas sacolas de compras e a chave de casa. Isso não aconteceu. Prendo cada soluço com receio de que meus amigos me encarem com mais pena. Não sei se estou pronto para dizer algo. Não sei se em algum momento estarei.

Sofya voltou da cozinha com alguns sanduíches e os colocou em cima da mesa, me lançou um olhar pesaroso e eu me neguei a encará-la nos olhos. Menos de um segundo depois, sinto o calor humano ao meu lado. Enxugo minhas lágrimas e tento inutilmente oferecer a Hina um pequeno sorriso.

- Você precisa comer - sussura. Antes que eu possa negar, ela me entrega um sanduíche, obrigando minhas mãos a segurarem as fatias de pão de forma. Engulo em seco, nem um pouco a fim de ingerir alguma coisa. Meu estômago protesta, indo contra minha vontade.

- Talvez mais tarde, Hina - afago seus cabelos. A expressão comumente suave e amigável da pequena Jeong muda completamente. Com uma expressão fechada, ela trás o sanduíche até meus lábios.

- Joshua Olsen Beauchamp - exclama meu nome completo e eu estremeço - você vai comer isso agora - relaxo meus músculos me sentindo um egoísta do caralho quando ela se encolhe ao meu lado. Lágrimas se formam ao redor de seus olhos avermelhados e sem dizer mais nada, dou uma mordida no sanduíche simples.

Todos estão machucados. Suzana não era mãe de somente três desde que entrou no Dark red. Ela aconselhava, ajudava, dava broncas e um lenço para enxugar as lágrimas. A dor exala do poros de todos. Possivelmente, meus amigos estão pensando a mesma coisa que eu. Como vamos manter a nossa sanidade sem a presença materna que nos sustentou durante meses?

Sou retirado com brutalidade de meus pensamentos por um choro agudo. Joalin explode em lágrimas depois de passar um bom tempo encarando suas unhas roídas. Me levanto de imediato, surpreso com a demonstração de emoções de minha irmã e assustado com a enxurrada de lágrimas que descem por suas bochechas avermelhadas.

Shivani é mais rápida e antes que eu chegue, seu abraço aconchegante já alcançou ombros de minha irmã. Paliwal me olhou por entre os cabelos loiros de Joalin e eu pude ver o quanto ela estava se controlando para não acompanhar minha irmã nas lágrimas.

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