Dia seguinte
Cidade de Sacramento, 17:30hrs, Avenida próxima ao Dark red.Heyoon Jeong:
- Hina, já deu, eu não quero mais você trabalhando no Dark - falei com a minha irmã enquanto íamos descendo do ônibus.
Estávamos tendo essa conversa desde a hora que saímos de casa. Eu não quero mais minha irmã naquele lugar.
Desde que Carter bateu nela por conta da Ala B eu fiquei traumatizada, minha irmã, minha pequena se machucou por um erro meu e desde aquele dia eu tento tirar Hina de lá, mas esse toco de gente é tão teimosa quanto eu.
- Larga de ser teimosa Yoon, é só um trabalho, e se eu te ajudar a pagar aquela dívida logo, podemos sair de lá mais rápido e desaparecer da vida de Carter - Atravessamos a rua correndo, de mãos dadas quando o sinal na estava a ponto de abrir.
- Não é só um trabalho Hina, eu te coloquei em perigo. Meu coração acelera toda vez que eu lembro de como ele te tratou aquela noite....eu não quero que aconteça isso de novo, eu morro se algo de ruim acontecer com você - senti uma lágrima escorrer em minha bochecha e no mesmo instante Hina parou nossos passos apressados.
Estávamos na frente de uma loja de rosquinhas, o cheiro adocicado me deixava zonza. Minha irmã parou em minha frente e limpou minha lágrima.
- Heyoon Jeong - exclamou tentando ser brava - essa merda toda não é sua culpa, ele se aproveitou de um momento de fragilidade seu. E outra, o canalha errado da história é ele, por favor, não se culpe. Nada de ruim vai acontecer comigo ok? Nós vamos sair daquele lugar o mais rápido possível, juntas, como sempre foi.
- Eu não quero falhar com você Hina - a abraço.
- E você não vai. Eu te amo, e sempre vai ser assim, nós duas contra o mundo, você me protege desde o orfanato, nunca me falhou. Deixa eu te ajudar uma vez.
- Tudo bem - me dei por vencida, eu sabia que ela não desistiria - mas jura pra mim, que vai se cuidar e qualquer coisa você vai arrumar um escândalo naquele lugar e me chamar, seja onde for.
Estendo meu mindinho pra ela.
- Sim senhora - cruzou nossos dedinhos - pink promisse.
Voltamos a caminhar em direção ao bar, já estamos em cima da hora, e eu me lembrei da época do orfanato, péssimas lembranças.
Hina e eu fomos abandonadas na porta do orfanato Rincón quando eu tinha 3 anos e Hina era uma recém nascida. Não lembro dos meus pais, os psicólogos que eu visitei me diagnosticam com um tipo de amnésia pós traumática. Não lembro de rostos, nem de nomes e muito menos da nossa casa.
Desde o primeiro dia naquele lugar eu jurei que protegeria minha pequena, jurei que ela não sentiria falta nenhuma de uma família completa, porque eu seria tudo que ela ia precisar. Crescemos naquele enorme casarão, as moças que trabalhavam lá eram até simpáticas, mas o racionamento de comida era o que mais nos afetava.
Cada refeição contada, nem uma colher a mais, nem um copo de suco ( de pozinho, ruim pra cacete) a mais, tinha dias que eu abria mão de comer para dar a Hina, e foi vendo o quão minha irmã estava emagrecendo, a palidez em sua pele que eu comecei a me envolver com drogas. Não tinha lógica nenhuma, mas eu só queria esquecer toda merda que estava acontecendo naquela época da minha vida. E foi ali que eu conheci Carter.
Eu era uma adolescente burra no auge do meus 16 anos. Um homem estranho me oferecendo droga de graça e eu pensei que era por conta de minha beleza. Oh ingênua.
Carter me " Presenteou" com pacotinhos de maconha e heroína por 2 anos, e quando eu estava perto de completar meus 18, ele começou a me cobrar. Uma quantia absurda se acumulou durante esses anos e eu não tinha dinheiro pra pagar, e eu me neguei. Carter sumiu no véu do vento, e eu larguei as drogas.
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The Kidnap
FanfictionAny Gabrielly cresceu rodeada de luxos. Sendo a filha única de uma estilista famosa e de um renomado Marechal do exército, Any e sua família se tornaram os queridinhos da Califórnia. Mas um inimigo do passado dos Soares Collins ressurge e sequestra...