Capítulo 30 - Fim

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Any Gabrielly

Josh e eu agora temos "algo".

Não rotulamos, e também não acho que seja necessário.

Em algum momento construimos uma cumplicidade invejável e nossa relação, seja lá qual seja, somente se fortificou depois dos beijos e da exposição de nossos sentimentos.

Queria, gostaria muito de dizer que passamos o resto da tarde aos beijos. Que eu pude me deliciar novamente com seus lábios e que meus suspiros prazerosos foram recorrentes.

Mas eu estaria mentindo.

Josh Beauchamp ficou comigo até o último segundo possível, me contando o plano, esclarecendo todas, e foram muitas, as perguntas que eu fazia, pacientemente e me lançando um daqueles olhares dele de "Você está lidando bem com tudo isso?"

Lhe sorri confiantemente. Fiz anotações mentais de tudo que teria que fazer e fui uma boa menina para Carter assim como ele me instruiu.

No bar, achei que perderia a consciência ao ver Nour a ponto de agarrar o loiro na frente de todos. Queria avançar sobre seu pescoço como uma leoa marcando território.

Mas, considerando que isso colocaria nosso plano em risco, eu ficaria com a segurança redobrada por Carter e principalmente, sairia como a louca e possessiva do relacionamento, me contentei em roer minhas unhas e desviar meus olhos para qualquer outro ponto.

A ficha do que eu realmente estava a ponto de fazer, caiu no exato momento em que eu acordei na segunda-feira.

Até então, a importante data parecia estar muito longe. Tudo parecia tranquilo e pacífico. As ondas do mar não se retrairam com antecedência para avisar a chegada de um tsunami.

Assim que abri meus olhos, fui golpeada pela adrenalina. Meus batimentos cardíacos aceleraram. Meus olhos ficaram úmidos de excitação e minha boca estava grudenta. A saliva densa em minha boca, tornava-se difícil de deglutir. Perdi o ar por alguns segundos durante toda a manhã, esquecendo por um tempo de respirar enquanto me recordava das palavras de Josh minuto após minuto.

"Aja naturalmente."

Repeti a frase em voz alta como um mantra durante todo o dia. Não é como se a vida de todos dependesse do quão bem eu posso atuar.

Já o plano, preocupadamente, o repassei em meus pensamentos. Como uma atriz prestes a entrar em cena no projeto que mudaria minha vida, cobro-me a ser perfeita.

Nada pode sair errado.

Um passo meu em falso e todos vão pagar.

Não conseguirei lidar com o peso de mais mortes em minha bagagem e com certeza não quero de maneira alguma perder a pessoa pela qual acabei de revelar meus sentimentos mais lindos. Em meio ao caos encontrei minha calmaria e farei de tudo para que Josh encontre a dele também.

Quando Jones passou pela porta do cômodo úmido, jurei que fosse desmaiar.

Meus pelos se eriçaram e eu senti uma gota de suor gelada escorrer por minha coluna.

Mantive a expressão neutra, deixando-me ser levada até o escritório bem como o combinado. Quieta, obriguei meus pés a se moverem com pesar como em todos os dias, e não a correrem escadas a cima para os braços de Josh como eu profundamente desejo.

Ele assobia alguma música dos Beatles quando me lança dentro do escritório. Meus pés acertam o piso e eu viro minha cabeça de imediato em direção ao relógio em cima da porta.

Tenho dois minutos.

Shivani se encarregou de sincroniza-lo com o horário dos celulares de todos os envolvidos para termos tudo, exatamente tudo sob controle então, respiro aliviada quando percebo que a obviedade de Jones continua intacta.

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