ᴄᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ 2

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Significados:

() - Ligação

{} - Pensamento

"" - Carta

𝗥𝗘𝗖𝗢𝗠𝗘𝗡𝗗𝗔𝗖̧𝗔̃𝗢! 𝗟𝗲𝗶𝗮 𝗲𝘀𝘁𝗲 𝗰𝗮𝗽𝗶́𝘁𝘂𝗹𝗼 𝗰𝗼𝗺 𝗮 𝗺𝘂́𝘀𝗶𝗰𝗮:

𝙅𝙚 𝙩𝙚 𝙡𝙖𝙞𝙨𝙨𝙚𝙧𝙖𝙞 𝙙𝙚𝙨 𝙢𝙤𝙩𝙨 - 𝙋𝙖𝙩𝙧𝙞𝙘𝙠 𝙒𝙖𝙩𝙨𝙤𝙣

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(1986)

- Bom, já que vocês se deram bem, eu vou indo mas já volto para levar vocês no refeitório. - Afirmou Helen. - Oh, mas uma coisa, Sayuri tem um uniforme para você dentro do armário. - Ela apontou em direção ao armário.

- Ok, obrigada por avisar. - Falei rapidamente por continuar com vergonha.

Agora que dei uma olhada direito no quarto, ele era bem simples, tinha duas camas dois armários com a cor de cinza meio escuro, uma janela e a porta por onde nós entramos.

- Vou indo. - Disse a mulher, que logo se retirou, deixando nós dois sozinhos.

- Bom... Eu vou arrumar, Sal, você sabe onde tem um banheiro? - Questionei o azulado.

- Claro, saindo do quarto a direita. - Disse ele, parecia que estava um pouco nervoso, mas acontece, então ignorei.

- Certo, vou lá e depois volto aqui.

- Vou te esperar.

Fui correndo para o banheiro de acordo com o que o Sal tinha me dito, achei o banheiro feminino, e me troquei rapidamente, para não deixar ele esperando, além do mais não queria me atrasar para a primeira refeição do dia. Voltei correndo para o quarto, abri a porta, e me sentei no chão e olhei para o azulado.

- Demorei?

- Não, a Helen não voltou ainda.

- Você tá aqui faz muito tempo? Desculpa pela pergunta, se não quiser responder tudo bem.

- Ah não tem problema, eu estou aqui a 1 mês.

Após ficar um clima meio constrangedor a moça de antes que eu acabei esquecendo o nome ela nos buscou e nos levou para o local onde nós íamos tomar café da manhã, e enquanto estávamos andando nos corredores:

- Olha se não é a aberração, achou uma pessoa pra te proteger? - Disse alguma criança maldosa.

- Seus pais não te deram educação? Aé você foi colocada aqui pois seus pais não queriam cuidar de você. -Eu retruquei, já que estava com pouca paciência, e é raro quando eu tenho.

ɴᴀʀʀᴀᴅᴏʀᴀ:

Bom após este acontecimento, Sayuri foi chamada para se explicar por causa dessa briguinha, mas logo tudo foi resolvido. 

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(1991)

Os anos foram se passando até o aniversário de 15 anos do Sal, ambos estavam no seu quarto compartilhado, os dois estavam sentados em suas camas em um completo silêncio, até que a garota resolve o quebrar.

- Feliz aniversário Sal. -Disse Sayuri empolgada.

- Obrigado Sayu, achei que você se esqueceria. - O garoto respondeu meio abalado pois tinha recebido a notícia que iria voltar a morar com o seu pai, sendo assim deixando Sayuri, nossa protagonista, para atrás.

A garota percebeu a tristeza e questionou ao azulado.

- O que aconteceu Sal? 

- Vem aqui. - O mesmo guiou ela até a janela de seu quarto e continuou - Lembra de que eu tinha dito a você, que um dia eu iria voltar para casa? - Sayuri assentiu e logo entendeu o que estava acontecendo, entendeu a tristeza repentina, o porque ele mal tocava na comida, e porque de quando ela chegou no quarto o azulado estava mexendo em seu armário. Sua ficha caiu, mas não "caiu" de compreender, e sim de realizar os ocorridos.

A garota rapidamente se jogou nos braços do mais velho e começou a chorar silenciosamente. Ele já sabia que isso ia ocorrer, mas não queria ver isto, era muito doloroso ver sua melhor amiga, sua primeira amiga, a pessoa mais próxima em sua vida inteira, a garota que mais confiava, a primeira pessoa que ele sentiu algo a mais que amizade ou seja seu primeiro amor. Ele se sentiu culpado por deixar a mais nova, ele no fundo sabia que não era sua culpa mas era o que seu coração sentia. Eles se abraçaram como se nunca mais fossem se ver, e logo veio na cabeça da Sayuri, "porque não fazer uma promessa?" e logo falou sua ideia a ele, o mesmo concordou e assim foi feito.

Sal e Sayuri prometeram usar um colar que eles tinham feito no primeiro ano da menina, para quando os dois saíssem e perdessem o contato, poderia usar para se reconhecerem.

- Sal, está na hora de ir. - Disse Helen.

Ambos se encararam, Sal pegou suas malas e chamou Sayuri para lhe acompanhar até o carro de seu pai. A garota estava abalada mas aceitou o pedido, pois não queria negar o possível último pedido do seu melhor amigo, e acabar ficando com peso na consciência.

O azulado avistou o seu pai, soltando as presilhas da máscara pois ali ele não seria julgado, e se despediu da garota, mas não com um simples aperto de mão ou um abraço qualquer...  E sim com um beijo, um beijo com sentimento em ambas as partes, já que os dois sabiam que iam sentir saudades um do outro. Foi um beijo longo pois eles não queriam que aquele momento acabasse. 

Helen que estava observando os dois ficou feliz pelo beijo, já que a menina havia contado que gostava do mais velho para ela a algum tempo, mas ela sabia que a garota iria desabar em seus braços, e com um bom motivo, ela não queria a separação dois dois mas infelizmente, ela não podia ajudar, já que Sal iria para outra cidade, então eles não poderia se comunicar nem com cartas. 

Enquanto Sal estava no hospital, ele conversava com seu pai, Henry, e lhe contava as notícias, novidades. Uma vez Sal contou que havia se apaixonado por sua colega de quarto, e o pai ficou feliz pois era a primeira vez que ele se apaixonava, mas sabia que uma hora eles precisariam ser separados ou por alguém, ou pelo tempo, iria acontecer de um jeito ou de outro, e isso não poderia ser impedido, mas no fundo  Henry acreditava que eles se encontraria mais tarde, talvez daqui a algumas semanas, alguns dias ou até mesmo alguns anos, mas no fim eles acabaria juntos.

Chegou a hora de ir, eles iam se encontrar, num futuro próximo, ou distante mas iam...

As últimas palavras de Sal enquanto juntava aa presilhas de sua máscara para Sayuri foram:

"I love you, I hope the next time we meet, we will remember each other"

"Eu te amo, eu espero que na próxima vez que nos encontrarmos, iremos lembrar um do outro"

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𝓒𝓸𝓷𝓽𝓲𝓷𝓾𝓪?


It's you...?Onde histórias criam vida. Descubra agora