Meses se passam e a situação de Patrícia, digo, minha mãe só piora. O vírus se espalhou por todo seu corpo, a ponto de danificar seus órgãos mais sensíveis, como seus rins, pulmões e, segundo os médicos, se não começarmos logo o tratamento teria chance de danificar todo seu cérebro.
A minha vida profissional vai bem, a empresa está se reerguendo e, até então, estou indo bem em todas as matérias. Fiz amizades novas também, mas isso não é tão importante assim.
Enquanto a Emerson? Bom... Ele continua com sua nova namoradinha, desfilando e fazendo de tudo para me provocar ciúmes. E, para sua felicidade do mesmo, ele consegue.
[...]
Mais uma vez já é madrugada, olho meu celular, respondo algumas mensagens, bloqueio, jogo na minha bolsa-carteira, ou "bolsa de piriguete" como eu costumo chamar, quando eu abro a mesma vejo uns saquinhos com umas balinhas bonitinhas, não faço a mínima idéia do que seja, mas vou tomar. Tiro-as dos saquinhos, ponho todas na boca de uma vez só, mas não consigo engolir. Vejo uma vendinha, vou até a mesma, peço uma bebida (não me lembro a qual, mas tenho certeza que foi algo com álcool.) tomei a mesma e segui a vida. Por três minutos, depois minha visão apagou.
Eu não desmaiei, só fiquei chapada.
Tudo que passava na minha mente eram borrões, algumas músicas antigas e garotas da faculdade me dando colo. Quando dei por mim estava no colo de uma colega de sala, Louise seu nome, ela me explicou tudo o que havia acontecido e eu queria enfiar minha cara em um buraco, se possível o do meu cu. Conversamos bastante e, quando ela me deixou em casa, já era dia.
- Bom dia, a empresa esta tão má assim? - perguntou Patrícia da forma mais sínica possível. – Não, por que para estar chegando a essa hora, para ser mais exata às oito e meia da manha, a situação por lá deve...
- Sabe o que está péssimo? – Iniciei de forma grossa. – Está péssimo toda essa situação. Tenho que lidar com você, com a empresa, com meus boletos, com a faculdade, com o Frances, com o Alemão. – falei quase gritando. – Tudo isso e ainda ter que receber médicos, remédios e ver você aí... Morrendo aos poucos, por que os médicos não têm competência de pesquisar e procurar uma cura...
Eu sei que o que eu disse foi um pouco pesado, mas releve, eu estava um pouco chapada ainda. Depois dessa discussão fui para o meu quarto atual, disse para meu pai deixar alguém no meu lugar e assim ele fez. Mas parece que ele entendeu errado.
À tarde, depois do almoço, resolvi ir até lá e dar um "oi". Me arrumei toda, estilo executiva e fui. Só que quando cheguei, encontrei minha mesa toda zoada, calcinhas penduradas na gaveta, um vIbRaDoR na minha cadeira e etc. Dessa vez não teve respirada fundo não, abri a porta da minha sala e gritei para que TODOS/AS viessem para minha sala.
Eu já sabia quem tinha sido, mas queria que saísse da sua própria boca.
Duda: Vou perguntar uma vez só: QUEM QUE FICOU TOMANDO CONTA DA MINHA SALA ENQUANTO ESTIVE FORA?
Emerson: Calma Duda... Não precisa se irritar tanto... A - a - aposto que está fazendo tempestade em copo d'água. Como sempre.
Duda: Ah é... – respondi sínica. – Vai olhar você mesmo, enquanto isso, vocês poderiam me dizer quem foi que cuidou da minha sala de manhã?
Marcos: Fui eu... Algum problema? – ele disse aparecendo do nada, com pastas na mão, em direção à minha sala.
Duda: Na verdade, há sim um problema. – respondi olhando dentro dos olhos de cada um que estava ali. – MINHA SALA ESTÁ CHEIO DE CALCINHAS, CUECAS E BRINQUEDOS EROTICOS!
Marcos: Droga... – resmungou. – Sabia que não devia ter deixado Letícia, sozinha com Emerson.
Duda: Como disse? – questionei ele me fazendo de surda.
Marcos: Agora à tarde, como pode ver, fui ao fórum resolver algumas coisas. – começou a se explicar. – Mas como sabia que não queria a sala sem ninguém, pedi para que minha filha ficasse no meu lugar.
Duda: Sua filha é a Letícia, né? – ele fez positivo com a cabeça. – Se importa se eu matar ou só demitir ela. Você escolhe o melhor.
Ele olhou pra ela com raiva, analisando toda a situação. Depois de alguns minutos respirou fundo e deu a resposta que fez meu humor mudar em questão de segundos.
Marcos: Demite, por favor – ele disse. – quanto mais cedo esta garota sair, mais chance nós teremos de lucrar e não sermos prejudicados.
Duda: Ué, como assim? – questionei um pouco desconfiada.
Marcos: Eu não ia contar, por que ela é minha filha, mas como passou dos limites hoje, preciso te dizer que ela vem usando todo o lucro que ganhamos com os processos do pessoal da elite para comprar roupas, sapatos, viagens e etc.
Letícia: PAAAAAAAI! – gritou de forma mais escandalosa que o normal.
Eu a ignorei o resto do dia, fiz o pagamento e toda burocracia e pedi para que ela não aparecesse mais na empresa. Emerson ficou "bravinho" e veio tirar satisfações comigo, eu expliquei toda situação (como se ele não soubesse) e disse que se ele falasse mais o próximo a ser demitido seria ele. Então ele saiu batendo o pé.
Ao chegar percebi que a casa estava um silencio só... O que eu poderia considerar um milagre, diante toda às situações que estavam ocorrendo. Fiquei surpresa e preocupada... Logo Regina desceu correndo, gritando meu nome e pedindo que eu chamasse a ambulância logo, pois minha mãe estava enfartando, entrei rindo de nervoso e achando que era brincadeira. Mas obviamente eu estava errada.
Depois de um tempo, a ambulância chegou, fomos voando até o hospital, fizemos o procedimento e me disseram que teriam que internar ela, pois seria mais seguro tanto para nós quanto pra ela, concordei.
Fiquei com ela no quarto até o dia amanhecer e a enfermeira me mandar para casa. Eu neguei, mas meu pai e Leonardo apareceram. Um ficou no meu lugar e outro me levou para tomar um café da manhã.
Wal: Eu sei que tá difícil, que você não está conseguindo conciliar tudo, sei e entendo perfeitamente. – ele disse enquanto nós tomávamos café. – por isso vou afastar você da empresa, licença provisória até sua mãe melhorar.
Duda: Ok pai, mas e as despesas, a casa, a faculdade... O que eu devo fazer?
Wal: Não se preocupe, eu cuido de tudo.
Duda: Até dos processos que estão em aberto? – disse preocupada.
Wal: principalmente disso. – afirmou. – e não vou mudar nenhuma de suas decisões. Mesmo que pareçam desnecessárias para mim. Só quero que você descanse e continue cuidando de sua mãe.
Apenas sorri.
Assim que terminamos pagamos os cafés, fomos até o carro, entramos no mesmo e logo o motorista deu partida. Digo, achou que estava em um dos filmes da "saga" Velozes e Furiosos. Mas foi até bom, conseguimos chegar vivos em casa...
Eu ia subindo para o quarto, quando meu pai me puxou pelo braço.
Wal: Olha ver você fazendo tudo isso pela sua mãe mesmo sabendo que sua mãe não faria nem metade do que você está fazendo por ela... Me impressiona a cada dia mais. – ele disse com uma lagrima no olho e também me arrancando uma. – Estou muito orgulhoso de você.
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Vulgaridade em pessoa [COMPLETA]
Short Story✨Sinopse: "Essa é a história de Maria Eduarda, que durante anos vem sendo abusada física e psicológicamente por seu primo Luan, até que ela decide se abrir com a família e acaba sendo nomeada: Vulgaridade em pessoa, então resolve fechar pro mundo. E...