Eu estou a desabar. Nada poderia me segurar.
Por toda a sua vida foi preparado para lidar com diversas situações, era respeitado pelos demais colegas; mas não estava preparado para isto. Era como se alguém tivesse arrancado meu coração e esfregado ele na estrada.
Katsuki e morto para Eijirou nunca combinaram numa mesma frase.
Ele parecia e era tão decadente. Sua situação é decadente. Só queria que alguém o apagasse por uns dez anos.
Sua cama não era das melhores, mas não poderia reclamar em uma situação como aquela. A garrafa que segurava estava quase vazia e em pé em seu peito. Estava deitado sobre o colchão, pensando enquanto o álcool agia em seu corpo. Não ficaria bêbado, não era esse seu objetivo. Só queria que sua mente refletisse de forma descontraída, então pegou a melhor forma de ficar relaxado: cerveja.
Kirishima nunca foi de se apegar tanto. Quando nasceu, foi tirado dos pais, que se voluntariaram para entregar o bebê já que não tinham condições para sustentar nem mesmo eles imagine uma criança. Bem, ao menos foram bem recompensados depois, foi isso que lhe disseram. Até os seis anos foi ensinado a fazer coisas básicas, como ler e escrever, a falar, andar e outras coisas que toda ciranda aprende. Também foi ensinado a fazer amigos, aliados eram sempre bons, principalmente quando ali naquele meio de isolamento e treino era tudo contra todos e todos contra si. As imagens de um futuro onde seriam independentes cumprindo missões entregadas pelo ministro e o rei era a meta que todos tinham ali, era um sonho para eles. Se lembrava de como o sistema era complexo e bem organizado, todos estabelecidos para as áreas onde tinham mais aptidão. Alguns virariam assassinos, outros detetives, médicos e assim por diante, era uma verdadeira mescla de tudo.
Algo que a maioria almejava era o cargo que si próprio ocupava hoje. Ou não também, muitos preferiam a pacificidade do que algo como sua área. O moreno era praticamente um correio ambulante. Viajava entre as vilas, passando informações para consortes do rei, militares aliados e coisas assim. Era meio chato lidar com certas pessoas, contudo, se acostumou em sua adolescência e o passar dos anos. O lado bom eram as culturas, paisagens e horizontes que tinha o privilégio de ver. Também tinha a parte do salário insigne e a aproximação com o rei, a rainha, a constituição e os anciãos reais.
Porém, realmente não achou que conseguiria essa intimidade com o palácio em outro reino. Aos quatorze anos foi enviado para Brishiget, não tinha tanta gente por lá, todavia, já foi suficiente para formar os esquadrões. O rei Masaru foi extremamente gentil e o ofereceu tudo o que pudesse. Poderia só ser algum tipo de chantagem para conseguir vantagem para conseguir a aliança com Ettarats, no entanto, digamos que funcionou. Já a rainha Mitsuki não foi tão caridosa como o seu marido, o filho único deles também não foi. Pelo menos não no início.
Talvez — tinha quase certeza — por pressão do pai, ele começou a falar mais consigo, só que ele não prestava atenção a nada que dizia. Do mesmo jeito, Bakugou cedeu depois de ver sua insistência; no começo eram só gritos por sua teimosia, entretanto, ele ficou dócil com o tempo. Se tornaram amigos, grandes amigos, companheiros e finalmente, amantes... Levaram uns dois anos desde sua chegada naquele reino para isso se tornar algo mais profundo.
Teve muita coisa no meio, principalmente o fato de suas posições ali naquele momento. O loiro era alguém da família real Bakugou, que governava um dos cinco reinos e ele ainda era o sucessor do trono. Já ele um informante, alguém de passagem, um carteiro que não ficaria lá para sempre. Esses fatos com certeza atrasaram o desenvolvimento de qualquer relacionamento acentuado, mas este era inevitável.
Os gritos e repreensões diminuíram, as presenças e visitas mais constantes, e seu amor só aumentou. E sabia o quanto era recíproco. Katsuki, apesar de tudo, poderia ser afetuoso quando queria e com quem queria. Não era sempre que ele mostrava um lado mais vulnerável, ele dizia que não seria o certo para um rei.
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Sarapintado (ShinKami)
FanfictionA praga se extendia por toda a região, os gritos de sofrimento e dor sendo ouvidos na calada das noites onde os lobos uivavam para saudar a lua. O reino coberto por aquela névoa de angústia, amarga. O castelo, afastado de todos e onde os nobres esta...