A Garota de Cabelo Azul

Nick Fury

Suzane...

Abraço o corpo de Ingrid com força, com medo de que a tirem de mim.

- Oh, merda, são duas?!- Stark pousa atrás de nós e olha para a ruiva. - Natasha, é hora da soneca do grandão, ele está perto da casa.

Ouço um suspiro e então a mulher se afasta correndo na direção de onde nossa casa fica.

- Suze... - Ingrid sussura, sua coragem momentânea sumindo e dando espaço para o medo, ela se encolhe, se escondendo mais em meu colo, pedindo que eu a proteja. Acato seu pedido, a arrumando em meu colo e encarando com seriedade o grupo de circo atrás de nós. Penso, penso, penso.

- Quero fazer um acordo... - Digo e me sento no chão, minha irmã no meu colo com as pernas ao redor de minha cintura, sua cabeça no vão de meu pescoço. Ela amolece em meu colo, o desgaste havia chego por sua explosão de coragem e emoções, eu ja sentia o meu chegando, amolecendo o meu corpo e tentando desligar meu cérebro, mas luto contra ele, preciso proteger minha irmã.

- Olha, smurfet, so venha com a gente logo e... - Stark é interrompido.

- Estamos ouvindo. - O capitão diz, aceno, suspiro e os encaro novamente.

Estou cercada, fraca, machucada e com o corpo tentando entrar em um sono profundo, minha irmã está nesse sono e não acordaria tão facilmente, estou sem opções. E se eu não posso contra eles... tenho que me juntar a eles, mesmo odiando isso.

- Nós vamos com vocês... - A arrumo em meu colo e seguro o grito quando suas pernas apertam minhas costelas machucadas. -... se, e apenas se, vocês protegerem Ingrid. Podem fazer o que quiserem comigo, mas protejam minha irmã, não deixem que ela vire um rato de laboratório, deixem ela viver! É isso, ou nada.

O grupo parece pensar, o capitão principalmente, encarando a mim e a minha irmã enquanto parecia lutar consigo mesmo.

- Eu... farei o possível para isso. - Diz e se aproxima. - Eu prometo.

- Não! - Nos afasto e trinco o maxilar. - Não quero que faça o possível, quero que faça o impossível, você é o capitão América! - Aponto e ele apruma a postura, olho para Stark e sorrio sarcástica. - Aquele ali é mais rico que muitos presidentes juntos.

- Sou mesmo! - A máscara de sua armadura sobe e deixa a mostra seu rosto onde um sorriso igualmente sarcástico ao meu reinava.

- O grandão ali é um deus nórdico! - Continuo e aponto para Thor que sorri e levanta seu martelinho.

- Sou Thor, filho de Odin e deus do...

- Do trovão, sim sim, sabemos disso, Barbie. - Interrompo revirando os olhos, consigo ouvir a risada baixa de Stark, mas ignoro e volto a falar. - O grandão verde é o Hulk e um dos maiores cientistas que existe. O passarinho aí e a ruiva mal encarada são super agentes da S.H.I.E.L.D, vocês tem influência e são poderosos. Quero o impossível para isso, quero que protejam minha irmã de tudo que possa lhe fazer mal!

- Feito! - Surpreendente não é o capitão que diz, mas sim Stark, que estica a mão e sorri ladino.

- Outra coisa. - Digo ao fechar a cara e me levantar com minha irmã no colo. - Não nos toquem. Se tocarem em minha irmã sem a autorização dela, se a machucarem, se sequer a fazerem chorar... Eu. Acabo. Com. Vocês. - Prometo e posso ver Thor dando um passo atrás, talvez assustado com a mudança drástica da cor de meus olhos.

- Como eu disse... feito! - Ele repete dando de ombros - Também não gosto de contato físico, se quer saber.

- Não quero. - Respondo e saio andando em direção a nave deles, seguindo as coordenadas da voz de Estrela.

Chegando onde estava o quinjet posso ver a ruiva e o doutor - dessa vez em seu tamanho de bolso comum e não um chuchu verde gigante - nos esperando.

- Como conseguiram traze-la? - A ruiva pergunta aos homens atrás de mim, reviro os olhos e começo a subir a rampa traseira. Estou tão cansada...

- Eu me entreguei. - Digo ao passar ao seu lado, ela me lança um olhar frio, respondo com um mortal. - Fizemos um acordo, que é melhor seguirem, ou eu os mato, não importa como, eu os esmago do mesmo jeito que alguém esmaga uma barata.

- Chega de ameaças, Suzane. - Repreende o Rogers, solto uma risada sem vida e passo os olhos pelo doutor, passo a língua sobre os lábios antes de responder.

- Não são ameaças, são promessas. - Bruce se encolhe sob meu olhar e entra na nave, sumindo das minhas vistas. Ignoro e me sento em uma das poltronas, suspirando baixo e arrumando Ingrid em meu lado de um jeito que fique confortável e que possa descansar o tempo que precisar para se recuperar.

- Vamos logo. - O passarinho fala passando por mim e indo para o painel de comando, fecho os olhos e apoio a cabeça na parede da nave, um braço envolta de Ingrid. Escuto tudo ao redor, deixando meu corpo descansar, mas sem cair no sono, forço meu cérebro a pensar, a agir o tempo inteiro da viagem.
Estrela me ajuda ao conversar comigo durante o caminho. Traçamos planos, analisamos nossa opções e crio novas ordens a ela.

Faço tudo isso de olhos e bico calado, os heróis com certeza pensando que eu estava dormindo o caminho todo por eu ficar imóvel.

- Quem vai acordar a garota? - Essa é a voz do arqueiro, estamos pousando agora mesmo.

- Eu estou ocupada aqui... - O resmungo vem da Viúva. - Capitão?

- Tudo bem, eu a acordo. - O homem fala depois de suspirar sofregamente, seus passos se aproximam e ele para a minha frente.

- Suzane... - Chama baixo, continuo na mesma posição. - Ei, garota.

- Eu disse para não encostar, Rogers. - Sibilo e abro os olhos, o loiro trava, sua mão estendida na direção de meu braço, ele ia me balançar, para ver se seu acordava.

- Eu esqueci, desculpe... - Resmunga e se afasta, indo em direção à traseira do quinjet, que se abria.

- Estrelinha... ei. - Chamo Ingrid, acariciando seu rosto. Nada. Suspiro, minhas esperanças de que as horas de viagem foram o suficiente para que seu corpo e mente tivessem descansado escoando ralo abaixo. Nos solto dos cintos de segurança e a pego no colo de novo, estremecendo pela dor que sobe pelo meu corpo.

- Está olhando o que?! - Bufo para a ruiva que me encarava, as sobrancelhas franzidas. - Está surpresa por eu não ser um monstro sem sentimentos?

- Eu ainda não confio em você. - Responde, bufo baixo e paro ao seu lado brevemente.

- Você acha que eu me importo? Aliás, não se preocupe, continuo um monstro e não ligo para as vidas alheias, todo o meu sentimento está guardado, bem aqui, nos meus braços. - Rio e passo por ela, indo para a rampa.

Antes de descer eu ja posso ver o tanto de agentes me esperando, esperando um animal enjaulado, furioso. Bem, eu sou uma loba selvagem, o único problema, para eles, é que não importa onde eu esteja, nunca conseguirão me enjaular.

- A trouxemos sim, só tem uma controvérsia...

- Que controvérsia, Rogers? - Ouço e finalmente consigo ter a visão de todos que estavam me esperando. O homem, negro, com um tapa olho na cara e roupas negras muda seu olhar, o levando a mim quando apareço.

Ele se mostra surpreso ao ver o pacote encolhido em meus braços, ainda mais ao ver a forma como a seguro com tanto cuidado e proteção.

Sim, seu idiota, eu sei o que é o amor.

- Olá, Nick Fury. - Cumprimento ao parar a sua frente, ignorando veemente todos as armas apontadas para minha cabeça.

Ele parece pensar por um momento, analisando meu rosto e expressões, até que um sorriso ladino e quase inexistente surge em seu rosto.

- Olá, Suzane.

E é isso, agora estou nas mãos dos Vingadores e da S.H.I.E.L.D.

Capítulo 3
1306 palavras.
Sem revisão
Sujeito a mudanças.
Data de publicação: 15/11/21