The Bothy

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SUZANE R.M.STARK

— Para os testes que iremos fazer, precisamos de uma quantidade significativa de sangue, então, depois disso, recomendo um descanso e que coma bem. – O tal de Shadowhunter diz enquanto se prepara, tento me manter o mais calma possível quando ele aproxima a seringa do meu braço e o fura, não me mexo quando ele faz tudo, meu coração disparado no peito, um zunido baixo começa no meu ouvido.

— Estação 1. – Ele diz quando tira a primeira ampola com sangue, um dos homens atrás de si se adianta, abrindo sua maleta onde há dois espaços abertos e um ocupado com uma ampola com um líquido amarelado. O primeiro recipiente vai para o espaço em aberto, o segundo também.

— Estação 2. – O primeiro se afasta, e outro se aproxima, fazendo o mesmo procedimento que o primeiro, nessa maleta há, além dos espaços em aberto para meu sangue, um líquido avermelhado.

E assim segue, uma retirada constante de sangue. Em certo momento minha cabeça fica leve e nebulosa, pisco devagar tentando me manter sã, a perda de sangue me atingindo, memórias antigas passando sobre meus olhos a cada toque do homem e me confundindo entre atualidade e passado.

— Rochester. Rochester! – Minha cabeça está zunindo. Estalos na frente do meu rosto me fazem focar em Fury, o homem com o tapa olho no rosto está agora do lado da cama, onde o médico antes estava. — Você teve um desmaio, tiramos tudo o que precisavamos, coma bem e descanse. Voltaremos daqui a duas semanas.

Me forço a sentar, mesmo quando minha cabeça roda e parece que vou desmaiar novamente, uma dor de cabeça recorrente do alto zunindo incomodo começa a se formar contra minha nuca, encaro o homem com minha melhor carranca.

— Vocês sabem a saída, eu presumo. – É a única coisa que falo, todos eles saem.

Respiro fundo, estremecendo no ato, meu coração batia fortemente contra meu peito, parecendo que iria pular fora a qualquer momento, não era uma sensação boa e massageio o peito dolorido, olhando para meu braço, que está ficando roxo onde a agulha esteve fazendo pressão contra minha pele. Ótimo.

Me forço a levantar da cama, minhas pernas tremendo furiosamente em protesto, ignoro minha mente nublada e minha visão escurecida, ignoro meu corpo fraco, ignoro o alto zunido em meus ouvidos, que faz meu poder parecer tão pesado em meu sangue, ignoro tudo e saio do quarto em passadas largas.

— JARVIS. – Chamo do lado de fora.

— Sim, Suzane? – Responde, e acrescenta — O senhor Stark e a senhorita Potts estão cientes da visita do Senhor Pirata e estão a caminho de volta, o tempo de chegada é de meia hora.

— Onde fica a adega mais próxima? – Questiono, ignorando o que ele disse, ignoro tudo. Ele demora a me responder, como se hesitasse.

— Devo avisa-la que seu corpo se encontra fraco pela falta de sangue, beber nessas situações não seria esperto. E a idade permitida para beber nos Estados Unidos é de 21 anos, a senhorita ainda é de menor.

— Eu sei disso tudo, mas sou metade Brasileira. Onde fica a adega? – Me apoio na parede quando fica difícil demais ficar em pé sem apoio.

— Se me permite, senhorita, o que tem haver você ser metade Brasileira? – Franzo o cenho para o teto, sacando o que o esperto estava fazendo, me distraindo para que dê tempo para os dois adultos chegarem e eu não conseguir chegar na adega. Boa tentativa.

— Não somos muito bem seguindo regras. – Respondo, deixo meu poder ondular sobre minha pele, encarando o teto com raiva. — Onde fica, JARVIS, agora!

— Fica na parte debaixo da oficina. Devo insistir que...

— Fique no mudo até segunda ordem. – O interrompo, sua voz sumindo na hora. Mesmo sendo mais inteligente que a maioria, uma maquina ainda é uma maquina, e ainda obedece comandos.

A Garota de Cabelo AzulOnde histórias criam vida. Descubra agora