Prólogo

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Bishop's View

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Bishop's View

Craig Dunain, Escócia.

1998

Era apenas o final da tarde e o papai ainda não havia chegado em casa. Eu podia ver pela a janela a neblina visível pairar entre as árvores no alto da colina enquanto sentia o tédio se instalar. Eu estava com a minha mão apoiada em minha face enquanto a outra tocava o vidro com a ponta do meu dedo indicador. Embora a lareira estivesse com o fogo aceso na sala, ainda assim eu podia sentir um pouco de frio se apossar em minha pele.

— Rey?

Eu ouvi a minha irmã me chamar, voltando minha atenção em direção a sala de estar, onde ela estava sentada no chão brincando de chá com seu ursinho de pelúcia.

— Sim, Rose?

Eu respondi-a, vendo a mesma se levantar do chão e vir correndo em minha direção.

— Que horas o papai vem?

Ela perguntou-me, parando diante de mim com um semblante impaciente.

— Daqui a pouco, logo ele deve estar chegando.

Rose bufou, cruzando os braços.

— Mas eu tô entediada... Não tem nada divertido aqui dentro.

Ela disse em um tom manhoso.

— Você não é a única que está assim. — eu disse, me virando para olhar para a janela novamente.

Rose se dirigiu ao meu lado, apoiando seus braços na janela. Puxei- a suavemente para mais perto, de modo que ela pudesse se sentir quentinha e acolhida com o meu abraço.

Do lado de fora, o farfalhar dos arbustos e algumas pequenas árvores no quintal se agitavam violentamente, como um claro indício de que os ventos estavam mais fortes na região, o que era bastante comum nestas épocas de outono. Uma das coisas que eu mais amava em vir aqui nos fins de semana era que Craig Dunain Duck Pond é praticamente vizinho a esta casa, e geralmente pelas manhãs, o papai nos levava até o topo da colina para então adentrarmos juntos no meio da floresta, seguindo por uma pequena trilha até chegarmos ao pequeno lago dos patos.

Um cheiro forte e familiar se apoderou de minhas narinas, se assemelhando a algo parecido como terra molhada.

— Você está sentindo isso?

— Sentindo o quê? — Rose olhou para mim, confusa com a minha pergunta.

– O cheirinho de chuva... – eu disse, inspirando o que ela chamava de sua fragrância favorita em cada face da terra. – Significa que em poucos segundos vai começar a cair as gotinhas de água nas gramas de casa.

– Eu não sinto nada. Como você consegue fazer isso? – Rose indagou-me, em uma expressão curiosa.

– Sabe que eu não sei? – eu comentei, abrindo um sorriso enquanto ela me fitava com aquele brilho em seus olhos puxadinhos e escuros. – Mas sei que adoro ser capaz de poder sentir algo assim.

The Beast [ REYLO AU]Onde histórias criam vida. Descubra agora