The Beast [ REYLO AU]

Cinco

Andor's House, Darnaway st.

Inverness, Escócia.

Rey

Existiam poucas coisas que eram boas durante o outono da Alta Escócia.

Leitura e chá inglês são duas delas que aprecio bastante, que graças à Jyn, mantenho dedicação em ambas.

Eu podia ouvir tão claramente pingos de chuva que caíam no asfalto, e provavelmente todas as janelas de vidro estavam embaçadas, uma consequência do ar frio do lado de fora que se chocava com o ar quente de dentro de casa.

Depositei a xícara de porcelana em cima de uma mesa de apoio que ficava bem ao lado da janela sacada a qual eu estava escorada, lendo avidamente a obra Corte de Rosas e Espinhos, que conta a história de Feyre e Tamlin.

Era impressionante a riqueza dos detalhes sobre o mundo mágico dos feéricos e o evidente distanciamento social deles em relação com os mundanos.

E a personagem que mais me cativava era Feyre, uma moça corajosa e independente, filha de um casal de mercadores humanos e falidos e que para sustentar sua família, caça arduamente na floresta todos os dias.

Pelo menos era assim até ela vir a conhecer o rude e bestial Tamlin, o grão senhor da terra Primaveril, que a mantém como refém em sua terra feérica graças a sua pequena rebelião acidental, o lobo a qual ela tinha assassinado na floresta era na verdade uma criatura mágica, fada zoomórfica.

A calmaria que antes pairava na sala de estar, agora já não existia mais e no lugar veio a agitação, o que me fez interromper minha leitura no capítulo 10.

O andar lento, firme e constante de saltos finos se tornavam cada vez mais evidentes e pareciam vir do corredor.

A origem do barulho se materializou em minha frente,   revelando um vestido com decote em v vermelho e justo cujo cumprimento mal ia até os joelhos.

Aquela que eu queria usar naquele jantar desagradável, mas acabei optando por uma outra pior infelizmente.

É claro, tinha que ser a estraga-prazeres.

Rose.

— Olá, irmãzinha.

Revirei os olhos, tamanho o desgosto que sentia ao ouvir sua voz.

— Poupe-me de seu falso afeto.

— Ora, não posso ser carinhosa com minha irmã mais velha?

Dissimulada.

— Você? — ri com escárnio, deixando o meu livro sob a bancada da janela saliente, me levantando em seguida. — Está mais para descarinhosa.