Capítulo 15 - Leia meus lábios, N-A-D-A!!

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Pov. Cheryl

Mas uma vez estou aqui sentada de frente pra ela, e ela mal olha nos meus olhos, me pergunto todos os dias como uma pessoa tão alto astral como era a minha mãe chega nesse fim do poço e parece que nunca mais vai sair de lá, eu tento conversar, dar a minha mão pra ela segurar, mas é como se eu não existisse ali e mais uma vez as lagrimas por ver a minha mãe naquele estado começam a rolar, vou embora e me despeço dela com um beijinho em sua testa.

Antes de ir embora da clínica conversei com o médico dela pra saber por que ela não estava tendo melhoras, ele falou que os danos pela overdose tinham sido muito sérios e que não sabia se um dia a minha mãe voltaria a ser ela novamente, o que se me fez chorar ainda mais.
Fora tudo isso o dia estava especialmente lindo nessa manhã de segunda-feira, o sol brilhava embora estivesse fazendo um calor de matar era um dia especialmente bonito, não me pergunte por que, eu não saberia responder, mas depois de sair da clínica e de uma boa caminhada na orla da praia eu sentei no meu lugar favorito que eu ia sempre pensar, comprei uma agua de coco e tirei os chinelos, senti o mar tocando os meus dedos a agua estava morninha deu até vontade de me jogar no mar, mas como eu não sou mulher de passar vontades me joguei no mar com roupa e tudo mesmo, eu estava de folga da loja e então eu poderia me dar a esse luxo, senti aquela agua lavando a minha alma e me peguei rindo para cada onda que me fazia mergulhar, eu ainda estava me perguntando o porquê daquele sorriso idiota nos meus lábios e do nada soube que estava realmente fodida por que eu só conseguia pensar em um motivo e esse motivo era lindo e morava aqui do lado, sai da agua e atravessei a avenida toda molhada e sim bati na portaria do prédio da Toni toda molhada, talvez ela nem estivesse na faculdade mas por sorte seria aquele tiozinho na portaria que já me conhece e talvez me deixasse subir, bom eu não tenho a chave mas isso eu penso depois, cheguei na portaria e o tiozinho tava la escutando alguma coisa no rádio de pilha e já foi sorrindo quando me viu.

- Nunca mais tinha aparecido – disse ele já abrindo o portão e eu nem tinha falado nada – Olha a dona Toni não está em casa, mas outro dia ela já tinha liberado sua entrada – (uau tenho acesso livre? Tô podendo).

- Então seu Augusto– tinha escrito na blusa dele por isso sabia o nome – É que estava na praia e acabei perdendo a minha chave de lá, o senhor sabe que horas ela volta?

- Ela sempre volta no horário do almoço, mas a diarista dela acabou de chegar, quer que eu avise que a prima da dona da casa ta chegando pra pobre não morrer do coração?

- Ah ela ta ai? Ótimo pode avisar então.

Então tinha tudo corrido melhor do que eu tinha imaginado, subi e tinha uma senhora de mais ou menos uns 40 anos limpando a casa e fazendo uma comida que estava com um cheiro delicioso que eu senti assim que ela abriu a porta pra mim.

- Você é a prima da dona Toni? – disse parada na porta.

- Sim, Cheryl muito prazer.

- Huuummm, mas você nem se parecem. – disse a mulher me analisando (somos primas e não irmãs, pensei em dizer, mas achei melhor não)

- É que somos primas de segundo grau. – falei rindo.

- Ah entendi – disse ela com um sotaque muito carregado acho que ela era pernambucana ou algo assim – Eu tenho um primo de segundo grau. – disse ela me deixando entrar finalmente.

- Sério? Que bom. – Parei e o cheiro da comida estava realmente muito delicioso – Nossa que cheiro gostoso – falei parando no balcão da cozinha.

- É estrogonofe de franco e arroz de camarão.

- Meu Deus comida dos deuses então – Falei e já ia sentando no banquinho na cozinha, mas a mulher quase me fuzilou com os olhos daí eu lembrei que estava cheia de areia e molhada e acabando com a limpeza dela. – Ah desculpa eu vou tomar banho tá? Desculpa por sujar tudo – Falei indo em direção ao quarto da Toni.

Um só destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora