Um só destino

Capítulo 11 - Efeito Toni

POV. Toni

Acordei por volta das 11h da manhã, estava tomando tantos remédios que minha cabeça estava em constante confusão, não sabia mais o que era dia ou noite, olhei pro lado e a cama estava vazia então eu imaginei que tudo na noite passada tinha sido um sonho, que na verdade a Cher nunca tinha estado aqui, com muito esforço levantei da cama e fui até o banheiro lavar o rosto e escovar os dentes, eu estou simplesmente horrível, a minha cara está completamente inchada de um lado, levantei a blusa pra olhar a minha costela e não tava melhor que ontem, fiz cara feia só com o pequeno esforço de levantar a blusa.

- Espero que você apodreça na cadeia. – Falei encarando o espelho lembrando daquele animal.

Depois de dentes escovados e cabelo parcialmente arrumado caminhei até a cozinha, meu estomago se pudesse falar estaria me xingando muito no momento, minha louça tava lavada e o café estava pronto na cafeteira com um bilhete ao lado.

"Tive que ir trabalhar, mas eu volto à noite.
Com carinho Cher:*
PS: espero que goste do café"

- Meu Deus ela estava mesmo aqui, não foi um sonho. – juro que senti meu coração acelerar nessa hora, eu já estava tão acostumada a sonhar com a Cher dormindo do meu lado que com tanto remédio não seria de se admirar que eu tivesse alucinado com ela também. Então ela vai voltar, será que ela tava falando sério quando disse que iria ficar aqui pra cuidar de mim?
Tomei o café e voltei a ser criança vendo desenhos animados da TV, depois passei o resto do dia vendo série, nossa a quanto eu tempo eu não fazia esse tipo de programa, vou acabar engordando de novo, balancei a cabeça tentando afastar a lembrança dessa época da minha vida, por incrível que parece eu sou realmente uma ex sedentária, agora sou geração saúde meu bem, não que eu não coma umas bobagens de vez em quando mas prefiro ir correr na praia a encarar um hambúrguer.

- Nossa que delícia. – essa sou eu elogiando o café da Cher, não tô puxando saco não, a menina sabe mesmo fazer um café. – Já pode casar. – sorri.

Tomei meu remédio e pra variar fiquei com muito sono, arrastei meu corpo até a minha cama e coloquei 18 graus no ar condicionado, enquanto la fora fazia uns 30, deitei a cabeça sobre o travesseiro do meu lado e senti o perfume dela exalando dele, em questão de segundos eu apaguei.

*****************

Acordei com interfone tocando, era o porteiro perguntando se podia deixar a minha prima subir, a prima era a Cher e isso me fez rir de novo, ela ainda está se passando por minha prima na portaria, olhei no relógio digital que tinha na minha geladeira e vi que era quase 7h da noite, nossa como eu tinha dormido, autorizei a subida dela e com dificuldade já fui até a porta pra facilitar as coisas, alguns minutos depois ela bateu na porta que eu abri no mesmo momento.

- Estava me esperando ai? – perguntou ela sorrindo lindamente, olhei pra ela de cima a baixo e nem preciso dizer que ela estava linda né? Ainda usava a farda da loja o cabelo preso em um rabo de cavalo, uma mochila nas costas e umas sacolas de supermercado na mão.

- Estava, ainda tá meio ruim de andar. – falei

- Imaginei e por isso – ela me pegou pela mão com cuidado e me levou até o sofá – trouxe coisas para preparar o seu jantar.

- Vai cozinhar pra mim? – falei sorrindo.

- Vou, especialidade da casa – ela me olhou quando sentei no sofá se aproximou bem de mim meu coração acelerou pensei que ela fosse me beijar mas se afastou, quase fiz biquinho.

- E o que é?

- Macarrão com queijo – disse ela rindo já no balcão da cozinha tirando as coisas da sacola.