Capítulo 11 - "Muita coisa pode acontecer em uma semana..."

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"Diga a verdade, o que se passa na sua mente perigosa?"

Era depois do meio dia. Depois da conversa com Justin, o qual você quer evitar mas sabe que é impossível, você e Carol tiveram um almoço tranquilo e resolveram praticar algum esporte que a Casa de Lazer Romanov oferecia. Sendo a pessoa não convencional que você é, vestir alguns casacos e ir para a quadra pareceu uma ideia maravilhosa.

"Matar Justin." você sorriu presunçosa.

Como aquecimento, vocês passavam a bola distraidamente uma para a outra.

"Eu sei." Carol tentou equilibrar a bola na ponta do pé. "Mas além disso? Talvez sobre seu casamento arranjado que veio do nada."

"Ah, isso..." você zombou enquanto recebia a bola. "Tento me acostumar."

"Será que ela tirou a ideia do 365 dni?"

Carol riu com as mãos nos bolsos do casaco enorme que vestia.

"Foi bem criativo?" uma música de trap brasileiro tocava no celular em seu bolso. (Tô escutando VMZ, Sorry... ;)

"Como ela sabe que você vai ou não se apaixonar por ela no final?" a loira franziu a testa. "É esse o objetivo, não é?"

"Creio que sim..." seu foco estava na bola que você equilibrava no pé. "Eu não sei, Carol. Foi tudo tão repentino, conheço ela a apenas  uma semana e... Eu não sei. Sinto sentimentos familiares sempre que estou perto dela, eu não sei o que são exatamente."

"Você passou dois anos com ela antes de sumir..." Carol sorriu para te tranquilizar. "Você se lembra."

"Talvez..."

"Você acha que vai ficar?" Carol parou a bola.

"Quem sabe o que pode acontecer em 365 dias, Carol?" você encolheu de ombros com um sorriso pequeno. "Em uma semana, muito aconteceu."

"Você tem razão, futura Sra. Romanoff!"

"Claro!" você colocou um sorriso malicioso no rosto. "Agora, vamos falar de você, futura Sra. Maximoff."

"Ah, foda-se!" a loira choramingou brincando. "Só conheço ela a três dias..."





"Mas aonde está?"

Você suspirou irritada enquanto procurava seu celular pelo quarto que dividia com Natasha. Tentando lembrar de seus últimos passos com ele, você parou por um instante vasculhando sua mente. Uma grande ironia, você, uma assassina treinada —  para saber até as coisas mínimas — perder o celular dentro do próprio quarto sempre que tiver a chance.

Sua busca foi interrompida por uma batida na porta. Natasha teria entrado de uma vez, é o quarto dela e ela tem a chave; Carol faria o mesmo, porém, abriria a porta com um grampo só por diversão.

"Quem é?"

Silêncio. Você revirou os olhos e ignorou, voltando a sua busca pelo celular.

Mais uma batida, seguida por um silêncio proposital.

"Vou perguntar somente esta vez, quem é?"

Seus olhos focados na porta e qualquer possível movimento na maçaneta. Estava trancada, é claro.

Mais uma batida, sua paciência diminuindo com o silêncio.

Finalmente sedendo, você pegou uma de suas facas e escondeu na liga interna de sua lingerie vermelha, enrolada em sua cocha. Andando até a porta, você amarrou seu robe de seda branca, folgado propositalmente no busto.

Mais duas batidas urgentes e você abriu a porta.

Julia invadiu seu quarto com uma arma na mão e apontada para você. Com um rosto neutro, você levantou as mãos para cima em uma zombaria interna que a mulher não entenderia de qualquer forma.

"Dizer que estou surpresa seria um eufemismo..."

"Cala a boca!" sussurrou irritada.

Você avaliou a arma em sua mão, uma pistola com silenciador, agarrada firmemente de sua mão. Bem, ela sabia segurar uma arma sem tremer.

"Louca..." você resmungou.

"O que você disse?" empurrou a arma para mais perto de você.

"Eu disse que você é l.o.u.c.a." explicou pausadamente com deboche.

"Sabe, eu definitivamente não gosto de você." balançou a arma com desdém. "Essa atitude arrogante, como se você fosse a melhor! Tentando roubar Natasha de mim!"

"Uma louca obcecada por Natasha, eu mereço..." você sussurrou para si mesma.

"Eu não queria ter que matar você. Mas você surgiu do nada e tirou Natasha de mim!" gritou.

Não foi nem uma semana, só nos vimos duas vezes e essa mulher já acha que precisa se livrar de mim... sou tão ruim assim? É, eu sou.

"Ela não é sua, ela era minha noiva desde antes de você nascer garota!"

Você tem certeza que Julie tem um pouco menos de 20 anos, Natasha é 7 anos mais velha. Ela ver Natasha como uma Sugar Mummy?

"Somos destinadas uma a outra!" insistiu.

"E a vaca bebe leite!" você revirou os olhos.

"Não importa, vou me livrar de você de qualquer maneira... Mas antes..." você sentiu uma picada na cocha. Em segundos, uma pequena mancha de sangue surgiu em seu robe.

"Como ousa atirar em mim?!" seus olhos piscaram da sua cocha para o sorriso maníaco no rosto de Julie.

Você rapidamente a derrubou no chão, a arma agora na sua mão enquanto você a prendia.

"Eu sempre odiei levar tiros..." você a atingiu com um tapa. "Eu não vou te matar... Ainda."

Você se levantou de cima dela, a arma apontada para ela.

"Você vai sair do meu quarto e vou fingir que você não tentou me matar..." você acenou para a porta.

Segurando o rosto e choramingando de dor, a garota correu para a porta.

"E Julia..." você a parou. "Sugiro que tome muito cuidado depois dessa merda..."

Você colocou a arma em uma cômoda próxima e fechou a porta. Lembrando da, agora, grande mancha em sua cocha, você olhou para o robe antes branco. Pingos de sangue caiam pela sua bainha e manchava o carpete.

"Eu gostava desse robe..." você resmungou indo para o banheiro.

Pegando uma caixa de primeiros socorros, você voltou para a sala da suite e ligou para o serviço de quarto. Sem apontar para o real motivo e pedindo que apenas uma pessoa viesse.

Enquanto esperava, você voltou ao banheiro e abriu a caixa. A bala possou de raspão, então, não seria tão difícil de cuidar. Alguém bateu na porta e você voltou a sala para abrir, a moça do serviço de quarto sorriu tímida, sem fazer perguntas começou a limpar o carpete. Você presumiu que por ser o quarto de Natasha, ela já estava acostumada a lidar com situações que envolvam sangue no carpete.

"Se importa de queimar esse robe para mim?" você tirou o robe e a entregou antes de voltar novamente para o banheiro e o kit de primeiros socorros.

"Muita coisa pode acontecer em uma semana..." você trincou o maxilar irritada enquanto limpava o ferimento.

Destinada A Ela - Natasha RomanoffOnde histórias criam vida. Descubra agora