30 - Capítulo "solto"

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— Como era minha mãe?

A pergunta saiu de seus lábios com curiosidade. Depois da reunião, sua tia pediu para finalmente passar um tempo com você e conhecê-la mais. Você realmente pensou em dizer não e evitar o provável desconforto que surgirá por passar um tempo com uma estranha que compartilha o mesmo sangue que você. Mas após um pouco de insistência da parte de Carol pelo fato de que pode ser uma ótima forma de adquirir mais informações sobre sua família e, principalmente, ela e seu tio.

Você aceitou.

Sua tia achou que seria uma ótima ideia levar você para a mansão da família – que você nem sabia da existência – e mostrar a você o lugar aonde aparentemente tivera crescido por sete anos. Vocês entraram na mansão, sua tia liderando o caminho e você no encalso. A pergunta surgiu exatos dois segundos depois de adentrar a enorme mansão.

— Ela era... — uma pausa para fechar a porta. — Diferente... Sua mãe era nem alegre, nem triste, ela era meio termo. Eu era a animada da família. Ela era sarcástica, séria nos momentos certos, forte e facilmente fria com pessoas que não eram o seu pai, eu ou você...

Você a seguiu enquanto ela passava pela sala, propositalmente para o enorme corredor da mansão. O primeiro quadro era uma foto, ironicamente de sua mãe, uma mulher de cabelos C/S/C e olhos C/S/O. Sentada em uma poltrona, a mesa cobrindo o restante de seu corpo, o escritório, provavelmente. Um rosto com um semi sorriso malicioso e um olhar aguçado.

— Ela fugia de todos os esteriótipos para uma capo de máfia, entretanto... — Sua tia, ao seu lado, sorriu. — Ela era divertida e gentil com seus funcionários, não os tratava com frieza, eles faziam parte da família. Para ela, eram da família. Ela também gostava do poder que tinha, ser uma criminosa não era um problema para ela. Ela simplesmente aceitou que foi criada para aquilo, ser a capo que era.

— Ela parecia ter personalidades controversas. — Você sussurrou, os olhos ainda admirando a pose prepotente de sua mãe.

— Ela era apenas uma pessoa comum, com suas oscilações de humor...

— Eramos muito parecidas então...— você resmungou baixinho para si mesma.

— Seu pai já era o oposto dela. — ela apontou para o próximo quadro.

Um homem usando terno caro da cor azul estava encostado em uma mesa de escritório. Sua posição relachada, nada rígida como sua mãe, elegante acima de tudo, um sorriso alegre no rosto. Seus pai não parecia ser o capo de uma das maiores máfias do mundo, apenas um empresário que era contente com sua vida.

— Seu pai era totalmente bem humorado, alegre e gentil com absolutamente todos. Ele era bom demais para o mundo sombrio em que vivia. Diferente do que todos pensavam, sua mãe é quem adorava fazer o trabalho sujo, já seu pai se contentava com a parte dos negócios.

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Por ser uma assassina de aluguel altamente mortal, forjada da pior maneira possível, que passou por diversas torturas – em especial, torturas psicológicas –, as pessoas – ninguém – imaginam que você é uma criatura extremamente fria, cheia de traumas mal resolvidos que prejudicam seu desenvolvimento emocional... Sim, você é tudo isso. Menos a questão de traumas mal resolvidos. Você possue traumas como todo mundo, mas são traumas que você tem conhecimento e superou.

Diferente do que as pessoas pensam, assassinos que aprenderam sobre a psicanálise para melhorar suas habilidades de entrar na mente de outros indivíduos, claramente também sabem que possuem problemas e transtornos mentais que precisam de cuidado. Ter uma ideia do contrário disso, é ignorância. Ah, mas e daí que você foi sequestrada com sete anos de idade e foi treinada para matar pessoas? Você é inteligente o suficiente para saber que tem traumas, além de que você ama uma terapia. Só não faz muitas porque... bem... Assassina, não é?

Enfim, o objetivo de tudo isso é que você sabe pelo menos o básico para uma mente mais "saudável". Seu cérebro precisa processar todas as suas emoções fortes. E se você evitar isso, seu cérebro vai dá uma de "você não vai parar, querida? Pois eu paro".  Quando você evita sofrer em uma situação, na próxima vez esse sofrimento vai vir mais forte. A mente humana precisa de equilíbrio, nem chorar demais, nem ser feliz demais. Mas equilíbrio.

E por isso que você se encontra agora, neste momento, sentada na praia, em um local afastado e pensando sobre tudo que aconteceu. Em reflexão sobre si mesma para ter uma ideia de como agir e reagir a tudo. Seu relacionamento precoce com Natasha, a possibilidade de ter encontrado sua família e se sim, a perca dos seus pais. Tudo que você quis, mas não teve coragem de procurar. A verdade sobre sua família.

— Carol... — a menina de onze anos, encarou a amiga loira com uma leve carranca em suas sobrancelhas. — Você lembra de alguma coisa sobre sua família? Antes de vir parar aqui?

— Eu...— Carol, de onze anos, olhou para a parede do dormitório em que estavam, logo uma careta surgido no rosto. — Não, não lembro de nada. E você?

— Eu também não...

— Você acha que eles nos deixaram aqui? Ou nos entregaram a eles?

— Eu não sei... — S/n murmurou — Você acha que nós os encontraremos de novo algum dia?

— Você quer encontrar eles? — a garota loira olhou para a amiga.

— Eu... — S/n suspirou tristemente. — Eu quero.

Carol desviou o olhar novamente para a parede, um perder nos ombros.

— Eu também.

Você nunca os encontrará... Não vivos.

Não há dúvidas de que os S/S/N são seus pais. Você parece a cópia de sua mãe quando mais nova, pelo que sua tia havia lhe dito. Você nunca os verá, nunca irá tocar ou abraçar eles, eles nunca saberão que você foi encontrada, não iram ao seu casamento. Eles estão mortos...

Uma lágrima desceu por seu rosto, então mais e outra. Você chorou silenciosamente pela realidade em que estava. O luto pela morte deles lhe atingindo. Você precisava passar por esse luto para superar a perda nada recente...

Essa não seria a primeira que você choraria, também não seria a última.










Hello!!
Não sei se fez sentido gente, rsrs. É que estou na disciplina de Tanatologia e vemos muito a questão do luto, acabei percebendo que poderia demonstrar um pouco aqui e que também é algo necessário. Eu percebi também que acrescentei muitos motivos para nossa protagonista ser traumatizada, mas não demonstrei que ela era traumatizada. Eu poderia com certeza futuramente editar toda a história e deixá-la mais "próxima" da realidade. Mas não sei se valeria a pena perder tanto tempo em editar ela por completo nesse momento, talvez no futuro, quem sabe.

Desculpe não ter atualizado com devia, pois a vida está um tumulto e estou tentando entender para resolver.

Não esqueçam de comentar e votar; gostaram da nova capa???

Destinada A Ela - Natasha RomanoffOnde histórias criam vida. Descubra agora