Eu te amo.

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- Liam? Eu sou o Justin, preciso conversar com você agora, de homem pra homem.

- Não faço a mínima ideia de quem seja, mas você aceita uma vodka? Não tem noção do quanto está deliciosa, cara. - Pelo seu tom eu pude perceber que o mesmo estava embriagado.

- Eu sou o amigo do Biller, um de seus caras, preciso conversar com você urgente, me passa o seu endereço.

- Eu estou no meu casebre, na quadra 2, em frente á um bar pouco movimentado, e inclusive eu comprei essa cachaça lá.

- Acho que sei onde é, não saia daí, estou chegando.

Desliguei antes que ele me respondesse. O cara estava tão na merda que me deu a localização dele sem se preocupar. Já vi que a situação é mesmo precária.

Olho o relógio em meu pulso, e vejo que já tinham se passado dez minutos. Finalmente havia chegado ao local. Liz me ligava sem parar e não dava pra eu atender agora, depois explicaria a ela que aconteceu um imprevisto, pois sei que se eu atendesse ela não pararia de falar. Eu mandei mensagem para o Nicolas levar a mesma em casa, não fico nada feliz com isso, mas é o que posso fazer no momento. Peguei minha arma e coloquei na minha cintura. Não sabia qual seria a reação do maluco, então é bom está prevenido.

Ao fechar a porta do carro, rodo o meu olhar em volta da rua, e percebo o bar que Liam falou, era um bar pequeno, e aparentemente muito velho. Alguns bêbados saíam de dentro do local, e uns entravam. Notei o tal casebre no outro lado da rua, e então atravessei a pista. A porta estava entreaberta, e o que eu fiz foi empurrar devagar. Havia um homem sentado ao chão, com uma garrafa de vodka em uma mão, e o charuto em outra, então percebi que era o tal Liam. Ao perceber a minha presença, ele começou a rir.

- Então você está aí. - Apontou pra mim, totalmente embriagado. O cheiro do ambiente era podre.

- Estou, e não tenho muito tempo. Preciso que você me escute.

- Pode falar, vai uma vodka? - Estendeu a bebida pra mim.

- Não, eu estou suave. - Cheguei mais perto dele.

- Fala o que você quer.

- Eu quero que você faça as pazes com o seu inimigo, o Biller me contou tudo, e graças a você ele está fugindo da cidade e eu estou tentando impedir. - Fui curto e grosso.

- Você ficou louco? - Gargalhou, negando com a cabeça. - Eu nunca me rebaixaria dessa forma pra aquele infeliz. - Deu um gole violento da bebida.

- Você já olhou seu estado deplorável? Eu já fui dono do tráfico, entrei com a cabeça erguida e saí com a cabeça erguida, mas olha você.

- Quer me humilhar mais do que já estou? - Perguntou com um sorriso sem vontade no rosto.

- Não, eu quero te ajudar, quero que você ligue pro seu inimigo e diga que vai dar um caminhão cheio de drogas pra ele como perdão, ele vai aceitar e a paz entre vocês vai reinar. Se você não fizer isso, pode curtir seus últimos momentos de vida, porque tenha certeza que em breve sua cabeça estará no saco.

- Eu não posso fazer isso. - Seus olhos estavam cheios de lágrimas, e seu orgulho já estava me tirando a paciência.

- Você pode e você vai, você quer que seu tráfico cresça ou afunda por conta de um erro? Seja o patrão porra, você está agindo feito um merda, os seus caras estão tudo com medo de morrer por sua culpa, você acha que eles não tem mulher? Filho? Família?

Ele ficou calado, pensativo, e eu estava querendo metralhar a cara desse cara. Só faltavam trinta minutos agora.

- Você está certo, eu irei ligar pra ele.

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