halloween na rua baker | cth

o preço que se paga por amar

— Espera — Anita pede e interrompo a história. — Então, você não foi encontrá-la na floresta?

Ergo uma das sobrancelhas pra ela e nego com a cabeça, sentindo o ódio por Ernest Capuleto crescer dentro de mim.

— Mais uma das incongruências do Ernest, eu imagino. — Ashton diz, sentado na outra ponta do sofá onde Anita estava.

— Então você não chegou a vê-la antes dela desaparecer? — ela questiona, cautelosa e eu deixo que meu olhar se encontre com o do Ashton, como se confidenciasse um segredo.

— Não — é só o que eu respondo, antes de continuar.

"Depois de tanto esperar, eu fiquei sentado no sofá por um bom tempo, talvez a noite inteira. Foi só quando ouvi um barulho na porta que notei que eu tinha pego no sono, já era dia. Ouvi as batidas mais uma vez e levantei apressado para abrir a porta. Fui surpreendido com Ashton parado do lado de fora e ele me olhou com certa curiosidade.

— Sabia que ia te encontrar aqui... — ele disse em um tom diferente dessa vez. — Quando você não voltou pra casa na noite passada, eu imaginei que pudesse ter vindo para a cabana.

Ficou um silêncio esquisito entre nós dois e o olhar dele denunciava que havia algo de errado.

— Aconteceu alguma coisa? — perguntei, sendo direto.

— Apenas me diga que você não saiu daqui, Calum —Ashton disse calmamente —, me diga que você não saiu dessa cabana desde que pisou aqui.

— Eu não saí — falei, em um tom sincero até demais. — Eu estava esperando a Becca, ela ia me encontrar aqui. Mas, por algum motivo, ela não conseguiu vir, Ashton. Ernest deve ter prendido ela em casa...

Percebi que ele engoliu em seco, como se estivesse preocupado com alguma coisa. Ele adentrou a sala da cabana, olhando ao redor como se estivesse procurando alguma coisa, provavelmente desconfiado da veracidade do que eu acabei de lhe contar.

— Não estou mentindo pra você — falei em um tom ofendido, quando percebi que ele estava revistando a cabana à procura dela.

— Eu sei do que você é capaz, Hood — Ashton falou em um tom duro, mas resolveu me dar esse voto.

Olhei pra ele mais uma vez me perguntando o porquê desse comportamento até que, antes que eu mesmo perguntasse, ele disse.

— Acho que ela tentou vir, Cal — ele fala, se aproximando novamente de mim e colocando uma das mãos no meu ombro —, mas Becca foi vista pela última vez na mansão dos Capuleto. Depois disso, não se teve nenhum vestígio dela.

Encarei Ashton de forma séria. Vista pela última vez na mansão? Como assim? Alguém deve ter visto ela em algum lugar. Então, um arrepio percorreu minha espinha quando me lembro dos latidos de ontem à noite.

Os cães pareciam raivosos o suficiente para atacar qualquer um que aparecesse em sua frente e eu não sabia se eles tinham contato suficiente com ela para resistirem à vontade de atacar.

— Tinham cães soltos lá fora ontem, Ashton — falei com uma preocupação na voz e sei que ele sabe o que estou prestes a dizer —, Ernest os mandou pra virem atrás de mim.

Ele balançou a cabeça em concordância e aos poucos sinto o ódio por Ernest Capuleto me invadir.

— Eles não tem nenhuma pista dela? Um pedaço de roupa, um sapato? Qualquer coisa? — perguntei e meu coração se apertou a cada sinal negativo que Ashton faz pra mim.