Belgravia, 15 de Setembro, 2054.
Harry nunca tinha uma má noite de sono, então foi uma surpresa para ele acordar no meio da madrugada apenas por causa de um sonho, que nem ao menos chegava perto de ser um pesadelo.
O cacheado gostava de todos os sonhos que tinha, ele acreditava que cada um tinha um significado, mas o fato de que ele nunca havia sonhado com um par de asas verdes antes, o deixou pensativo.
Ele achou que não conseguiria voltar a dormir novamente, então ele apenas pegou seu celular, olhou o horário, cinco e meia da manhã, e depois entrou no aplicativo de pesquisa, talvez ele achasse alguma explicação ou significado para o seu sonho.
Nada.
Harry não conseguiu achar nada, nenhuma pequena informação, não havia nada sobre um par de asas verdes, aquilo o deixou de alguma forma frustrado, porque ele sempre conseguia achar uma resposta para seus sonhos.
Talvez o sonho só precisasse ser mais detalhado, talvez assim ele conseguiria mais respostas, ele fechou seus olhos, e começou a pensar nas asas verdes, ele usava esse truque para voltar para seu sonho, e quase sempre funcionava.
Asas verdes, pensou ele, asas verdes, e logo pegou no sono novamente.
Ele acordou decepcionado, o seu truque não havia funcionado daquela vez, mas pelo menos ele havia tentado.
De qualquer forma, depois ele pesquisaria sobre pessoas que têm asas verdes, talvez assim ele descobrisse algo, ou alguém.
Ele olhou para sua janela, e observou pela sua cortina - que não estava fechada direito -, que já estava de manhã, então ele sabia que precisava se levantar.
Harry levava algum tempo para falar durante as manhãs, ele tinha uma certa preguiça para abrir sua boca e responder, e foi por isso que ele pegou a roupa que estava separada encima de sua poltrona e foi andando em direção ao banheiro.
*
O cacheado comia suas panquecas enquanto assistia ao jornal, os repórteres falavam algo sobre o clima, e Harry fingia está entendendo.
– Hazz. – ele tirou sua atenção da televisão, apenas para encarar sua irmãzinha, ela sorria dessa vez, parecia realmente animada para ir à escola, aquilo deixava o cacheado muito feliz. – Você pode fazer uma trança em mim?
E como ele negaria um pedido daquele serzinho loiro? exatamente, não negaria. Ele concordou, e ela acabou ficando de costas para ele, para só então ele começar a fazer o penteado em seu cabelo.
Harry estava treinando aquela trança nela, porque o próprio estava esperando seu cabelo ficar grande, ele sempre quis se ver com aquele penteado, então quando seu cabelo crescesse o suficiente, aquele seria o primeiro penteado que faria.
Ao terminar a trança, a garotinha o agradeceu, fazendo com que ele sorrisse para ela, ele amava tanto Alissa, parecia um irmão mais velho babão.
Enquanto Harry amarrava o cadarço do sapato de sua irmã, ele viu Gemma sair de casa apressadamente, sem nem ao menos se despedir, e concluiu que ela provavelmente estava atrasada para algo, o que o lembrou que ele deveria ver o horário.
Atrasado, essa era a palavra, ele chegaria atrasado dois dias seguidos, talvez ele devesse convencer o diretor de que ele não precisava do primeiro horário, talvez ele até tentasse.
Mas ele não poderia pensar muito naquele momento, porque ele não queria que Alissa se atrasasse também, então ele pegou a mesma no braço, gritou um "tchau" para sua mãe e Grace, e saiu voando em direção à escola da menina.
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My Fairy | l.s.
FantasyAos onze anos chega um determinado momento em que algumas crianças de Belgrávia ganham asas, se tornando fadas. Harry, logo na manhã do seu aniversário de onze anos, acorda com um belo par de asas azuis. Porém Louis, já tem treze anos e ainda não po...