My fairy.

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Belgravia, 24 de Dezembro, 2054.

Louis estava sonhando novamente, aquele exato sonho de meses atrás, ele sentiu uma dor insuportável em suas costas, mas não conseguia olhar para elas e muito menos toca-lá, diferente dos últimos sonhos, dessa vez ele viu um quarto, era o quarto de seu namorado, exatamente igual, ele não saberia dizer o porquê de está sonhando com o quarto de Harry.

A poltrona está posicionada ao lado do espelho, e aquele espelho estava chamando sua atenção de uma forma que ele jamais conseguiria explicar, por isso, ele se levantou em passos lentos, já preparado para o que iria acontecer, ele sabia que não iria conseguir vê seu reflexo no espelho, porque aquele seria igual aos seus outros sonhos. Mas, ele decidiu que tentaria chegar perto do espelho uma última vez.

Ele não havia acordado, e ele estava conseguindo vê seu reflexo, primeiro ele observou os seus pés, depois ele olhou as suas pernas e por último ele se olhou por inteiro.

Uma expressão de choque formou em seu rosto, ele mal conseguia acreditar no que estava vendo, ele sabia que aquilo era um sonho, mas estava sendo real demais para ele, aquelas asas estava sendo real demais para ele.

Eram verdes, coincidentemente suas asas sendo da única cor que jamais havia possuído um dono, a cor que era tão rara, a cor favorita de Louis.

Ele tentou encostar em suas asas, mas não conseguiu, ele tentou controlar os movimentos dela, e outra vez falhou, mesmo sendo um sonho, ele estava decepcionado com ele mesmo, e estava quase confirmando sua teoria de que ele jamais seria bom o suficiente para ter um par de asas.

A última coisa que ele resolveu tentar foi voar, ele já sabia que falharia, afinal, ele não sabia como controlar suas asas, e provavelmente não iria nem conseguir tirar seus pés do chão. Mas para sua surpresa, ele havia conseguido, ele não estava voando tão alto, mas estava voando, e parecia tão real.

De repente, ele escutou algo, provavelmente alguém estava tentando o acordar, ou talvez ele mesmo estivesse tentando se acordar, mas a única coisa que ele sabia era de que ele acordaria em poucos segundos, por isso ele tentou aproveitar um pouco mais com suas asas, antes de finalmente perde-las para sempre.

O garoto abriu os seus olhos lentamente, sua cara de decepção foi nítida, ele sabia que estava sonhando, mas uma parte dentro de si torcia para aquilo tudo ser real.

Ao olhar para o seu lado da cama, ele notou que estava sozinho, o que na mesma hora ele achou estranho, já que o seu namorado havia dormido com ele naquela noite. Por isso, ele pegou seu celular, porque talvez o cacheado pudesse ter ido embora ou talvez tivesse acontecido algo, e ele realmente estava certo, Harry havia mandado uma mensagem para a ele explicando o porquê de ter ido embora.

Aparentemente, a escola tinha chamado todos os alunos responsáveis pela decoração para irem até lá bem cedo, um bico pequeno surgiu nos lábios da fada, porque isso significaria que ele só iria conseguir vê sua fada ao anoitecer.

Ao se deitar de lado em sua cama, ele sentiu algo em suas costas, ele não conseguia saber o que era, porque ele nunca havia sentido aquela sensação, portanto, ele decidiu que se levantaria, porque talvez aquela agonia passasse, mas é claro que não passou.

Louis olhou a data em seu calendário, mesmo sabendo que era seu aniversário, e depois foi andando preguiçosamente em direção ao banheiro, já que seu quarto não possuía um espelho, e ele queria checar se não havia nenhum machucado em suas costas.

Ele escutou sua mãe falando com gêmeos, provavelmente na cozinha, e então abriu a porta do banheiro e entrou. Ao olhar o seu reflexo no espelho ele ficou paralisado e em choque, porque aquilo era impossível, e não poderia ser real.

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