Ni-juu

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Aquilo definitivamente era estranho, mas um estranho que Hinata estava a apreciar imenso. Uma pessoa energética como o tritão dourado normalmente não tem problemas para se levantar da cama pela manhã, porém, desta vez, tudo estava diferente.

O colchão era diferente, o ambiente do cómodo e até mesmo os cobertores em cima de si eram muito diferentes. O colchão não era esponjoso, o ambiente era aquecido e dormir com algo a cobri-lo era algo novo, visto que tritões não usam cobertores, mas sem dúvidas a parte diferente que Shoyo mais gostava era o novo tipo de almofada. Kageyama em algum momento da noite puxou Shoyo para deitar em cima de si e pela forma que abraçava o seu corpo, parecia bastante confortável mesmo tendo um peso em cima de si.

 Pela primeira vez, Hinata Shoyo não queria sair do conforto da cama, porém a sensação de querer liberar algo começou a possuir o seu corpo e ele sabia perfeitamente o que era. Foram raras as vezes na vida que ele sentiu esta necessidade e ainda bem que Sugawara já lhe tinha explicado como funcionam alguns objetos dos humanos.

Com todo o cuidado para não acordar o humano, Hinata saiu da cama e foi apressadamente em direção à casa de banho para suprir uma das suas necessidades humanas. Ele só agradecia a Sugawara por ter explicado antes como tudo aquilo funcionava, senão poderia ter passado uns momentos constrangedores em questionar Kageyama como tudo aquilo funcionava.

Depois disso, Shoyo foi escovar os seus dentes e isso ele fez sem qualquer dificuldade, pois escovar os dentes era algo normalizado entre os tritões para a felicidade daqueles que gostam de beijar. O ruivo de início estranhou o cabo da escova ser de plástico e não de pedra, mas o resto era igual. Com os dentes escovados, Hinata ainda observou as duas escovas juntas naquele copo e por momentos pensou em como seria morar com Tobio no futuro.

Ao abrir a porta para voltar para o quarto, o tritão apanhou um grande susto ao encontrar Kageyama ali, parado, apenas à espera que Hinata saísse e sem falar nada, entrou ali dentro e fechou a porta, deixando Hinata confuso no quarto.

Ele sentou-se na cama e ficou apenas a admirar a parte de cima do equipamento do Kageyama pendurado num cabide. A camisola preta com detalhes em laranja não era novidade para Hinata, já que o mesmo já tinha usado uma igual pertencente a Daichi antes dele tornar-se capitão, mas o fato de aquela pertencer ao Kageyama, dava a Hinata um sentimento de orgulho do distribuidor. 

Tobio, ao voltar para o quarto e ver aquela cena, imaginou por momentos Hinata vestido com o seu equipamento, mas tratou de arrancar essa ideia da sua cabeça. Só de imaginar aquele tritão com a sua roupa de jogo, dava-lhe umas sensações estranhas na barriga.

- Deita Hinata! - pode ter sido um pouco abrupto, mas a intensão de Kageyama não foi ser bruto quando empurrou os ombros da sua companhia para a mesma deitar na cama. - Hoje é um dia de tranquilidade, está bem?

O dono do quarto pegou no comando da televisão e começou a procurar um anime bom para eles poderem ver. O seu plano era passar um dia sem fazer nada colado ao tritão e só planejava sair daquele quarto para buscar comida.

- Vou buscar comida, já venho!

O rapaz saiu do quarto e ao chegar na sua cozinha começou a abrir os armários à procura do que fazer. Acabou por apenas tirar o pão para fazer umas sandes e o resto do que precisava veio do frigorífico.

Ele estava a encher duas canecas com leite quando ouviu os passos do ruivo entrarem na cozinha e fingiu que não tinha notado a sua presença, apenas largou o leite ao saber já o que o tritão faria.

Shoyo começou a apressar o passo para poder atirar-se para as costas de Kageyama, mas não esperava que ele fosse virar e agarrá-lo pela cintura.

- És muito previsível! - o de cabelos escuros girou e colocou Hinata sentado no balcão da cozinha.

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