Ni-juu Go

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Nunca em toda a sua vida, Hinata teve um verdadeiro contato com a música. De onde ele vem, música era apenas as batidas nos tambores que os tritões faziam em alguns festivais, para prestar homenagem aos seus deuses e aquelas melodias de embalar utilizadas pelas mães para adormecer os seus filhos. Naquele momento, ele ouviu pela primeira vez, uma música de verdade. Um conjunto de notas que formou uma melodia harmoniosa aos seus ouvidos e aquela voz incrivelmente afinada e encantadora.

- Senhora Kageyama, isso foi incrível! - elogia o ruivo a matriarca da casa, que estava sentada atrás de um piano.

- Eu gosto de tocar para relaxar. Lembro-me de quando Tobio era pequeno e sempre se acalmava ao ouvir o som do piano.

- Aprendeste a tocar Kageyama? - perguntou ao rapaz que estava apoiado na parede, apenas a assistir a conversa entre a sua mãe e Hinata.

- Não, nunca consegui e também não insisti muito nisso.

- Quando tentei ensiná-lo, ele apenas perguntava quando podíamos fazer uma pausa para jogar vólei. - a senhora sorriu ao lembrar-se da infância de seu filho que, mesmo não tendo a presença do pai que faleceu de cancro, conseguiu ser algo feliz devido ao esforço da mãe. - Mas se quiseres, eu não me importaria de dar umas aulas ao meu querido genro?

- Genro?

- Genro?

Os dois adolescentes perguntaram ao mesmo tempo e em seguida olharam-se com olhares de dúvida. Afinal o que eles tinham? Amizade não era com certeza.

- A gente namora? - a mulher que assistia colocou a mão na cabeça ao ver o quão tonto o seu filho poderia ser às vezes.

- Tudo que a gente faz, os namorados também fazem, então, talvez? - a Kageyama suspirou aliviada por ver que o seu filho tinha arranjado alguém tão tonto quanto ele.

- Sim, vocês namoram, agora vou fazer o nosso jantar meninos. - a mulher levantou-se e foi em direção à saída do cómodo. - Não fiquem com essas caras, vão jogar voleibol para o quintal enquanto não vos arrasto pelas orelhas para vir comer.

Com a saída dela, os dois ficaram a olhar um para o outro sem saber o que dizer.

- Nós namoramos! - desta vez Shoyo afirmou.

- Sim, nós namoramos! - concorda Kageyama. - Não pulamos a parte do pedido?

- Queres um pedido todo planeado e ficar constrangido depois? - Tobio negou com a cabeça rapidamente, já que a ideia de ser pedido em namoro de uma maneira tão cliché era embaraçosa para si. - Eu também não, então para quê pedido?

- Quem diria, tu até que consegues pensar! - provoca o moreno.

- Olha a forma que falas com o teu namorado baka! Vamos lá para fora jogar!

O ruivo saiu da sala e não viu o sorriso que Kageyama estava a tentar segurar desde que aquela conversa tinha começado, porém, mais tarde, ele viu a cara de indignação do Yamaguchi.

No dia seguinte, todos eles estavam reunidos novamente na casa de Daichi e de Sugawara e o rapaz com sardas queria muito entender como os miolos do amigo funcionam.

- Então vocês simplesmente concordaram que estão a namorar? - Tsukishima ouvia a conversa sentado no sofá, bem atrás de onde eles os dois estavam sentados no chão.

- Sim, o teu pedido foi muito fofo, mas eu e o Kageyama não vimos necessidade de fazer um pedido formal.

- Se o pedido de namoro foi assim, nem quero imaginar o pedido de casamento! - disse Sugawara que estava emocionado ao ouvir os relatos dos amigos. - E quanto a vocês os dois? O Nishinoya já deixou bem claro que vai ser o teu sugar daddy!

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