Prólogo

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                                Anahi

Hoje é o dia do meu aniversário de dez anos, queria poder dizer que estou feliz mas seria uma mentira. 

Me aproximo da minha mãe que chora, mas ao me ver tenta disfarçar a sua infelicidade e decepção outra vez me presenteando com um dos seus lindos sorrisos. Sei que ela está triste e o motivo disso é o meu pai me tratar como se eu não existisse. 

Mais uma vez ele saiu para o trabalho sem nem se quer me parabenizar, eu não ligo para isso mas a mamãe está não.

Sei que o papai tem vergonha de mim e da mamãe, o motivo é por que somos negras e a família dele não nos aceita. 

A minha avó paterna uma vez me disse que a minha mãe destruiu a vida do papai ao ficar grávida de mim, ela também disse que a mamãe é uma golpista e interesseira, mas eu sei que ela está mentindo. 

Minha mãe ama muito o meu pai e ele também a ama, eu sinto isso quando vejo ele olhar para ela, mas é egoísta demais e a mágoa por não nos aceitar como somos. 

— Queria poder te dar a festa de aniversário que você tanto sonha minha princesa. — Ela diz e volta a chorar. 

Todos os anos é a mesma coisa no meu aniversário, a mamãe quer da uma festa para comemorar mas o papai não aceita.

E ao invez de ser um dia feliz, um dia repleto de sorrisos, um dia para ser celebrado com minha família é na verdade um dia de brigas e tristeza.

— Não chora mamãe, eu não me importo com isso. Para mim é mais do que suficiente te ter ao meu lado. — Lhe respondo. 

— Sempre tão madura né minha pequena, filha eu te amo muito meu amor. — Ela diz e beija a minha testa. 

— Eu também te amo mamãe. — Lhe respondo. 

— Agora vamos tomar o café da manhã, pois daqui a pouco a sua professora chega para te dar aula.  — Ela diz e aceno em concordância. 

Outra coisa que odeio em minha vida é ter que estudar em casa e não em uma escola como qualquer outra criança normal, tudo para não ofender a família aristocrática do meu pai e para que as pessoas não descubram a existência minha e da minha mãe.

Descemos as escadas de mãos dadas e fomos para a cozinha, me surpreendo ao encontrar um lindo bolo cor de rosa e inúmeros doces e salgadinhos em cima da mesa. 

— Parabéns Ana. — Minha mãe e todos os funcionários da casa falam ao mesmo tempo e cada um me abraça apertado. 

— Feliz aniversário para você minha menina, isso é para você. — A mamãe fala e me entrega um embrulho de presente. 

Abro e era um caderno de desenho novo e vários lápis de cor, eu amo desenhar e a mamãe sabe disso. 

— Obrigado mamãe. — Lhe respondo. 

Nos sentamos a mesa junto com os funcionários e a tia Janice, governanta da casa corta meu bolo e serve para todos nós. 

Após o café da manhã voltei ao meu quarto, escovei meus dentes e depois fui para a biblioteca pois a minha professora já estava me esperando. 

Ao fim das minhas aulas voltei para meu quarto, tomei um banho rápido, me vesti e fui para a cozinha almoçar.

Ao chegar a mamãe já está me esperando, me sentei em meu lugar e após ela servir meu prato começamos a comer em silêncio. 

Quando acabamos fomos para o jardim e começamos a cuidas das plantinhas da minha mãe, esse é um dos meus horários favoritos dos meus dias. 

O fim da tarde rapidamente chega e por mais que não queira sei que temos que entrar em casa, logo meu pai estará em casa e ele odeia quando não estamos esperando ele na sala de estar. 

O Seu amor me salvou Onde histórias criam vida. Descubra agora