AlexandreApós a conversa que tive com o Max na cantina do hospital, pedi um café para a senhora que estava acompanhando a garotinha, paguei a conta e voltamos para a sala de espera.
Ao chegar o Max foi para sua sala, eu entreguei o café para a senhora e me sentei ao seu lado para lhe fazer companhia e esperar por resultados da cirurgia que garotinha estava passando nesse momento.
- Anahí é uma guerreira desde que veio ao mundo, a mãe dela entrou em trabalho de parto prematuro no sexto mês de gestação e não havia médicos para ajudá-la. Quando a criança nasceu estava com o cordão umbilical todo enrolado em seu pescocinho e já estava com a pele arroxeada com a falta de oxigênio, por ter nascido muito pequena, abaixo do peso e havia imaturidade do funcionamento dos seus órgãos vitais precisou ficar durantes cinco meses internada na UTI Neonatal. Por duas vezes os médicos disseram para a senhora Deborah que a menina não sobreviveria a um novo dia, mas contrariando as expectativas deles e de todos ela sobreviveu. - Ela diz após ficar por alguns minutos em silêncio enquanto tomava seu café.
- Ela vai sair dessa, tenha fé. - Lhe respondo.
- Ela e a mãe sempre viveram em cárcere privado, escondidas do mundo por causa do preconceito de quem deveria ama-las acima de tudo. Nós duas iríamos embora, eu iria fugir com ela para salva-la daquele inferno já estava tudo certo para irmos, mas infelizmente isso aconteceu. - Ela diz com lágrimas rolando por seu rosto.
- Não se culpe por isso, a culpada não é você e muito menos ela. - Lhe respondo.
- Como alguém pode fazer algo assim com uma criança frágil e que não tem como se defender? É uma monstruosidade tudo que ela sofreu hoje, e o pior de tudo foi que parte dos seus ferimentos foi causado pelo homem que lhe deu a vida. - Ela diz desolada.
Seguro a sua mão lhe passando conforto e ela fica silenciosa após o seu desabafo, as horas passam lentamente aumentando ainda mais a ansiedade por ter que ficar esperando.
- Familiares de Anahí. - Uma médica diz chamando nossa atenção.
- Sou eu, como ela está? - A senhora pergunta e se levanta.
- O quadro dela é estável mas isso não quer dizer que ela esteja fora de perigo, quando ela chegou aqui estava tendo uma parada cardíaca e também estava entrando em choque por causa da perda de sangue e durante o atendimento ela teve outra parada cardíaca que quase a levou a óbito. Ela teve três costelas fraturas e precisou passar por duas cirurgias para drenagem do pulmão e do tórax e no momento está em tratamento na unidade de terapia intensiva. Como ela já havia perdido muito sangue e ainda teve uma hemorragia grave durante as cirurgias precisamos fazer uma transfusão sanguínea para estabiliza-la, usamos tudo que tínhamos em nosso hospital mas ela ainda precisa de mais. O tipo sanguíneo dela é o O negativo e infelizmente não temos estoque suficiente para ela, já pedimos em outro hospital mas até agora não tivemos retorno, peço que entre em contato com seus familiares ou amigos que tenham o mesmo fator RH que o dela para doarem o sangue que ela necessita para sobreviver. - A médica lhe responde.
- Meu sangue é O negativo, meus exames estão todos em dia e fiz um check-up recentemente aqui mesmo nesse hospital, eu posso doar para ela. - Lhe digo.
- Que ótimo, vou te encaminhar agora mesmo para a área de coleta. - A médica me responde.
Saímos os três andando pelos corredores do hospital até pararmos em frente a porta da sala de coleta, entramos no estabelecimento a médica vai até a recepcionista conversa brevemente com ela e volta em seguida acompanhada de uma enfermeira.
Entramos em uma outra sala, me deitei em uma maca, a enfermeira fez os procedimentos e logo meu sangue começou a ser retirado para a doação.
- Infelizmente só poderemos coletar de você quatrocentos e setenta milímetros, ainda precisamos de mais. A paciente precisa de no mínimo um litro para se restabelecer. - A médica diz.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Seu amor me salvou
Roman d'amourAnahi vê sua vida inteira mudar após a morte da mãe em um acidente de carro no dia do seu aniversário de dez anos. Seu pai já ausente se torna também omisso e agressivo, e passa a culpa-la pela morte da esposa amada. Os dias vão passando e três me...