Capítulo Dois

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Alexandre

Eu estava exausto tanto física quanto mentalmente, o dia havia sido exaustivo e cheio de trabalho.

E quando pensei que poderia descansar o meu pai me lembrou que hoje teríamos que ir ao jantar na casa dos meus avós para comemorar o aniversário da minha avó.

Mas infelizmente o momento que era para ser perfeito e de de comemoração acabou em uma discussão horrível, e que também culminou na separação dos meus pais.

Não culpo o meu pai por enfim pedi o divórcio, muito pelo contrário estou é aliviado por ele finalmente ter tomado essa sabia decisão.

Meu pai vem sofrendo por vinte e cinco anos nas garras da minha mãe, uma mulher cruel e de mal caráter que só se importa com o dinheiro e consigo mesma.

E no meio de tantas discussões por causa do seu egocentrismo, nascemos eu e a minha irmã que é dose anos mais nova do que eu. Já sou adulto o suficiente para entender o que está acontecendo, mas a minha irmã não e a mais prejudicada no meio dessa guerra por dinheiro e bens materiais é ela.

Por lei meu pai não tem a obrigação de dar nada a ela, pois quando ela engravidou de mim e ele se casou com ela para me dar um nome eles fizeram um acordo pré-nupcial e se casaram por separação total de bens.

Só que meu pai é um homem honrado e justo, e apesar da minha mãe te-lo traído e infernizar as nossas vidas  ele ainda está disposto a lhe dar uma casa e uma pensão que é o suficiente para sustentar quatro famílias.

Mas ela não aceita as condições dele, e quer metade de tudo para assinar o divórcio. Como meu pai se recusou e o processo está correndo na justiça, ela se irritou e foi até a casa dos pais dele pertubá o nosso momento em família.

Ao fim do encontro familiar, eu meu pai e minha irmã nos despedimos dos meus avós, entramos em nossos carro e sai dirigindo em direção a nossa casa que fica a a quase uma hora de distancia da deles.

Já estávamos a trinta minutos na estrada e eu estava entediado e estressado. O dia havia sido horrível e tudo que eu queria era chegar em casa, tomar um longo banho, me jogar em minha cama e dormir.

— Filho cuidado aquele carro está vindo em nossa direção. — Meu pai fala.

Olho para frente e vejo uma carro vindo em alta velocidade na contra mão, desvio e o mesmo passa quase raspando ao nosso lado, paro o carro no acostamento e respiro fundo tentando me acalmar do susto que acabamos de levar.

Abro a porta do carro e saio, com a intenção de andar um pouco. Não dou nem dez passos quando vejo marcas de  e pedaços de partes de um carro na cor prata.

Começo a andar de volta para meu carro e escuto um grito de socorro, acendo a lâmpada do meu telefone e começo a descer a ribanceira procurando a pessoa que precisa de ajuda.

Meu pai também sai do carro e chama por mim, faço um sinal para ele esperar que já volto e ele faz o que pedi.

Ando por cerca de trinta metros e encontro um homem muito ferido caído no chão, me abaixo ao seu lado e vejo que ele sangra muito e não sobreviverá muito tempo sem socorro.

— Você pode me ouvir? — Lhe pergunto, pego meu telefone no bolso da minha calça e disco no número da polícia.
— Você precisa salva-las. — Ele me responde.

— É a sua esposa e a sua filha? — Onde elas estão? Lhe pergunto.

— Elas são a família do meu patrão, e estão lá em baixo. — Ele me responde apontando para o final do relevo.

— Tudo  vai ficar bem, aguenta firme eu estou ligando para a polícia e logo o socorro irá chegar. — Lhe digo e seguro a sua mão tentando passar força e encorajamento.

Olho para ele preocupado com a sua perca de sangue, o socorro precisa chegar logo mas a minha ligação nem se quer foi atendida ainda.

— Ajude-as, a menina está doente precisa de um médico. —  Ele diz e fecha os olhos.

Me abaixo e percebo que ele não está respirando, tento reanima-lo fazendo massagem cardíaca, mas é em vão. Ele se foi, mas ainda posso salvar a família dele.

Me levanto, pego meu celular e começo a correr descendo a ribanceira. Algumas vezes cheguei a cair, mas me levanto e continuo correndo até chegar ao carro que estava todo amassado.

Aponto a lanterna do meu telefone para dentro e encontro uma mulher e uma criança dentro do carro.  Tento abrir uma das portas para tirá-las lá de dentro o mais rapidamente e sem danos mas é impossível, estão todas retorcida e o pelo para brisa elas poderiam se cortar.

Procuro por algo que me ajude a encontrar  forma de conseguir entrar e encontro uma pedra grande e pontudo a alguns passos de onde o carro estava, pego-a e acabo de quebrar o vidro de uma das janelas. Aperto o botão que abre o porta malas o único local do carro que estava intacto e é grande o suficiente para passar com elas.

Passo por cima dos cacos de vidro até ter acesso a elas, toco o pescoço da mulher e vejo que ela já não respira mais. Me aproxima da  garotinha que está deitada no banco com a cabeça apoiada na perna da mãe e segurando a mão dela,  toco seu pescoço e percebo que tem pulsação.

Com muito cuidado consigo alcança-la e tira-la de dentro do carro sem lhe causar maiores danos. Sei que é errado fazer isso, mas ela precisa de ajuda urgentemente.  Estamos muito longe do centro da cidade, e todo tempo nesse caso é crucial.

Ajeito a pequena menina em meus braços e começo a subida ingrime com todo cuidado para não cair e machuca-la ainda mais.

Após cerca de meia hora de subida e alguns escorregões, finalmente consigo chegar ao acostamento. Paro um pouco para respirar e sinto um toque em meus cabelos, olho para baixo a pequena menina está me olhando com seus lindos e inocentes olhos azuis.

— Você é um anjo, ou um super herói? — Ela me pergunta com sua doce voz de criança e geme de dor logo em seguida.
— Não sou nenhum dos dois pequena, não fale muito logo logo você será cuidada. — Lhe respondo.

— Cadê a minha mamãe? — Ela me pergunta, e apaga outra vez, antes que eu posso responder o que foi um alívio não quero ser eu a ter que dar uma notícia tão devastadora para ela.

Corro com ela até o nosso carro, entro  e me sento no banco do carona, meu pai assumi a direção e começa a dirigir em direção ao centro.
— Eu já liguei para a emergência, eles estão a caminho. — Ele diz.

— Só tem ela de sobrevivente. — Lhe respondo, e logo me arrependo, havia esquecido que a minha irmã está no carro também.

Olho para trás e respiro aliviado ao vê-la dormindo, ainda bem que ela não terá que presenciar esse momento. Rafaella é muito sensível, e iria ficar devastada ao presenciar algo assim.

— Coitadinha tão pequena e já perdeu ambos os pais, que triste. — Ele diz e aceno em concordância.

O percurso até o hospital foi rápido, já era quase uma da manhã e não havia trânsito. Assim que chegamos a garotinha foi encaminhada para a sala de emergência.

Me sentei em uma das cadeiras e fiquei esperando por notícias do estado de saúde dela. Não sou muito religioso mas pela primeira vez em anos eu estava pedindo a Deus que olhasse pela vida de alguém.

O Seu amor me salvou Onde histórias criam vida. Descubra agora