13- FUI UMA IDIOTA (CAROL)

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Andrew me amparava por eu ter levado um pé na bunda de Edu. Que mundo louco!

- Não tem problema. Isso é normal... - disse ele, sentado ao meu lado na cadeira de balanço da varanda. Fitava-me de esguelha com pena.

- Então avisa a sua mãe... Meu pai iria resmungar muito se eu chegasse com uma visita não planejada... - pedi, dengosa, enxugando as lágrimas que ficaram esquecidas no canto dos olhos. Ele assentiu esboçando um sorriso simpático. Sentia-me mal por tê-lo julgado. Não que eu tivesse mudado de ideia a respeito de McConie querer apenas sexo, entretanto, fui injusta ao tratá-lo como uma pessoa qualquer. Quem me chamaria, depois de ter sido xingado por mim, para passar o feriado de Ação de Graças junto de sua família?

 Quem me chamaria, depois de ter sido xingado por mim, para passar o feriado de Ação de Graças junto de sua família?

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A minha casa estava vazia, Nathy e seu namorado tinham acabado de sair e Mike participava de um campeonato de games.

Corri para o meu quarto e taquei tudo que era possível dentro da minha mochila: uma legging, dois shorts, biquíni, duas regatas, calça, moletom, um vestidinho preto básico, bastante calcinhas e um blusão de dormir... Detalhe, era uma camisa grande do meu pai.

Cheguei na sala, Andrew terminava de falar com sua mãe, voltado para à vista da janela. - Talvez eu faça uma parada. Vai depender do sono... Chegaremos antes das 18 horas com certeza... Está bem, mãe. Beijos, minha flor - finalizou. Achei fofo. Fiz um ruído com a garganta, mostrando que eu estava no recinto. Ele se virou, não vi o seu rosto com clareza, só a silhueta, pois a lâmpada estava apagada, nem tinha reparado a escuridão do ambiente quando entrei, por causa do transtorno que eu passava. Ele também não fez questão de acender a luz. Aproximei-me, carregando um peso absurdo nos ombros.

- Vamos - Andrew se comportava diferente de antes, no entanto, continuava doce, me trazia a estabilidade que eu necessitava. - Eu te falei que lá vai estar frio e provavelmente chovendo? - Fez uma careta, reconhecendo o esquecimento de uma informação essencial.

- Ah... não. - Revirei os olhos, fazendo um drama. Eu teria que refazer minha mochila.

- Me dá isso aqui. - Pegou o acessório como se fosse a coisa mais leve do mundo. - Tem um casaco pelo menos para agora? - indagou risonho.

- Aham... - Ajeitei a postura com o alívio.

- Vamos. O que precisar eu arrumo lá. - Puxou o meu braço, passando sua mão gentil para minhas costas, que logo deslizou até minha cintura, me colocando em sua frente, a fim de que eu abrisse a porta. Seu corpo encostou no meu. Arrepiei-me, tive dificuldade de destrancar a fechadura, mas disfarcei. Engoli em seco, confirmando que o sentimento ruim que eu vivenciara minutos antes, era pela traição da minha amiga de infância, não por Edu.

- Por quê? - Diminuí o som do rádio do carro que tocava "Just the way you are" de Bruno Mars

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- Por quê? - Diminuí o som do rádio do carro que tocava "Just the way you are" de Bruno Mars. Estávamos na rodovia.

- Por que o quê? - Ele franziu a testa, mantendo a atenção na estrada, porém na expectativa.

- Por que ir dirigindo? Avião não seria mais rápido? Não vai dizer que tem medo? - matraqueava quando ele confirmou com gesto. - Tem medo? - Espantei-me. - É sério?

- Poxa! Me sinto super estranho com a ênfase que deu - falou, encabulado.

- Não... Você não está entendendo, eu também tenho. - Estava tão empolgada falando sobre um problema que tínhamos em comum. Ele semicerrou os olhos, duvidando. - É verdade. Não é que eu tenha um medo absurdo. É que eu preciso...

- De ter uma companhia - completou. Gargalhei, boba.

- Exatamente isso. - Mordi o lábio e comecei a cantarolar baixinho. - When I see your face... There's not a thing that I would change... Cause you're amazing... Just the way you are...

De repente meu celular vibrou. Abri, revoltada, a mensagem de Ana:
- Carol, a gente precisa conversar.

- Vaca falsa - sussurrei com a voz alterada encarando o celular. Era difícil acreditar.

- Falou comigo? - Andy perguntou, se deparando com o início de uma nova crise de lamentação. - Não fica assim não. - Tocou minha mão. - Ele não merece você... Vai encontrar alguém melhor... - Suspirou e acariciou o meu rosto.

- Estou pouco me lixando para o Edu - explicava enquanto abria o Instagram, a fim de excluir suas fotos. - Eu não sabia... Eles já se conheciam antes de mim... Nossa, como brigavam. Não podiam ficar perto um do outro...

- Eu sinto muito. Não deixou de ser uma surpresa que ele fez... - Arqueou a sobrancelha. Fiquei em dúvida se me provocava de alguma forma.

- Bom, a surpresa que eu imaginava era pior, estava me deixando em pânico.

- Pior?

- Eu pensei que me pediria em casamento. - Balancei a cabeça me sentindo ridicularizada.

- Ué, mas pelo jeito que o defendeu, pensei que amava ele o suficiente para isso... - retrucou, intrigado. Olhei rapidamente para a janela oposta a ele, tímida.

- Eu queria me convencer de que fazia a escolha certa. - Hesitei por um momento, ganhando coragem para vislumbrá-lo. - Me perdoa ter falado aquelas coisas... Você está sendo maravilhoso para mim... - Virei-me de lado no banco, deitando a minha cabeça no encosto.

- Está tudo bem. Me desculpa também, te ofendi. Foi desnecessário, Carol.

- Eu fui uma idiota - reconheci.

- Só foi doloroso ver que acredita em tudo que falam de mim. - Respirou fundo, me encarando.

- Olha a estrada, Andy - Sorri, desconcertada. Ele fez o que eu pedi. Inclinei-me e beijei o seu ombro suavemente, permanecendo ali com a lateral do meu rosto apoiada, reflexiva. - A partir de hoje, vou me basear no que vejo e no que você diz. - Ergui meu olhar, recebi um selinho carinhoso na testa.

- Obrigado, Cawola - falou, brincalhão. - Agora senta direito e coloque o cinto de segurança - ordenou, protetor. Estalei a língua, desaforada.

- Chato. Ah... Isso eu não li em nenhum lugar. Estou constatando mesmo - zombei, apertando sua bochecha.

- Valeu, implicante. - Tentou morder minha mão, mas afastei-a depressa.

Sorrimos.

Sorrimos

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