Cap 7

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⚠Esse capítulo contém flashbacks um pouco pesados. Quem sofre de ansiedade por favor leia só se conseguir⚠

- Me responde algo, você já tentou fazer alguma terapia? Ou até mesmo fazer uma visita a um hospício? - tentei não debochar da situação, mas quando me dei conta já tinha soltado. Ele parecia se irritar cada vez mais ao ver a tranquilidade estampada no meu rosto, e na verdade eu estava muito assustada com tudo aquilo, com seu aperto contra meu corpo, com seus olhos exalando fúria e com suas atitudes, mas eu não precisava demonstrar a ele o quanto ele me deixava assustada. - Bom, já te falei tudo o que tinha que falar, espero que tenha entendido meu aviso, fique longe de mim, senão terei que acionar a polícia.

- Bom, vamos ver o que vai acontecer daqui em diante, mas eu tenho total certeza que você não vai escapar de mim - ele disse com total convicção. - Você não sabe do que eu sou capaz...

- Isso é pra ser algum tipo de ameaça? - o interrompi, se ele acha que pode me ameaçar estar enganado. - Você acha que eu sou o que? Eu tenho vida garoto, nunca quis e nem quero me prender a alguém, e principalmente com uma pessoa totalmente maluca feito você. Fique longe  de mim, eu já avisei. - bruscamente me soltei dele, e saí andando deixando-o para trás. A possibilidade de voltar para meu apartamento estava fora de cogitação, eu iria voltar pra casa de Sabrina.

***

Segunda-feira chegou, mais dias cansativos, mais trabalhos da faculdades, mais ensaios da academia e uma nova de responsabilidade morando sozinha. Minha cabeça esta um turbilhão, dormir na casa de Sabrina me fez ficar um pouco mais calma. Contei a ela sobre o que aconteceu mais tarde com Henry antes de voltar pra sua casa, ela sem hesitação me acolheu em sua casa para que eu pudesse dormir lá noite passada, e eu agradeço por ter ela em minha vida, sempre podemos contar uma com a outra seja em momentos de necessidades, de aflição, de alegria, seja o que for, estamos lá uma pela outra.

Sabrina estava animada, não sei como, em plena manhã de segunda-feira indo em direção a faculdade, ela conseguia buscar tanta energia. Já eu, parecia que um caminhão tinha passado por cima de mim de tão cansada que eu estava.

Deitei minha cabeça na janela e fechei os olhos, Sabrina deu uma freada no carro me fazendo voar pra frente, por sorte eu estava de sinto de segurança.

- Bora piranha, acorda! - Ela disse entre risos. Essa cachorra faz cada brincadeira, que um dia ela me mata.

- Queria voar minha mão na sua tua cara agora! - Fingi que ia bater nela, mas recuei. - Muda a rota, vamos comprar um celular novo pra mim.

- É pra já! - Fomos em direção ao shopping conversando, aquela freada que ela deu, me fez acordar de vez. 

Deixamos o carro no estacionamento e fomos em direção a loja desejada. Eu precisava urgentemente de um celular novo, eu necessitava falar com minha mãe, liguei ontem pra ela pelo celular de Sabrina, mas a nossa conversa foi breve, ela estava ocupada mais uma vez com o trabalho. A relação com minha mãe é ótima, mas nos últimos dias ela tem ficado um pouco distante por conta do trabalho.

Com o celular já em mãos, fomos direto ao estacionamento para irmos a faculdade, e enquanto andávamos esbarrei em uma mulher derrubando-a no chão

- Desculpe, estava distraída - Estendi minha mão para que ela pegasse, mas ela não pegou, ela estava me analisando de cima a baixo, me criticando de alguma maneira com aqueles olhos. Ela se levantou sem ajuda, e me olhou nos olhos que mudou pra uma feição de nojo. Eu já começava atender o porquê daquele comportamento.

- Além de negra, é cega! - Fiquei boquiaberta, não com suas palavras preconceituosas, mas com o tapa que Sabrina deu na cara daquela mulher a nossa frente. - Tá louca?- a mulher pôs as mãos no rosto, ainda sem acreditar no que havia acabado de acontecer

Maya! Eu Posso TudoOnde histórias criam vida. Descubra agora