Talvez eu tenha passado longos minutos em silêncio, pensando em como falaria para uma pessoa que tem uma obsessão compulsiva por mim que estaria grávida de outra pessoa, que agora está no topo de sua lista. Deixei Henry mais irritado com todo aquele silêncio que se instalou pelo quarto.
- Sim! - Fui direta, mantendo minha postura ereta e encarando suas íris verdes.
Seu maxilar travou, ele já sabia da resposta - não sei como. - mas no fundo ainda assim ele esperava que a resposta fosse um Não!
- E você não vai ter essa criança, certo!? - Uma dúvida fluía pelos seus pensamentos.
- Sim, eu irei ter! - Fui firme.
- Você é uma vagabunda. Engravidou de um qualquer! - Disparou
- Você me respeite! Sabemos que o qualquer aqui é você, que não vale de nada. - Soltei como corda
De repente um estalo ecoou pelo ambiente, me vi tombando para o lado chocando-me contra a parede do quarto, sentindo uma ardência na minha bochecha direita, pus minha mão ali sentido meus dedos molharem com o sangue que escorria. Henry acabou de me dar uma tapa, e foi algo tão repentino e tão inesperado que me deixou boquiaberta em tamanha surpresa.
Meus olhos se encheram de água, a ardência me incomodava e ao mesmo tempo doía bastante. Henry parecia fora de si, ele veio novamente em minha direção e agarrou meus ombros fazendo-me encarar aquele rosto vermelho envolvido pela raiva.
- Eu falei que ia acabar com essa brincadeira. Você se acha tão forte, tão cheia de si, mas não passa de uma garota fraca. - Ele cuspia as palavras da boca.
- Eu vou acabar com sua vida, pode ter certeza! - Avancei pra cima dele. - Se você acha que tem direito sobre minha vida, está muito enganado. Eu vou me vingar de cada momento que você esteve presente! - A raiva cessou e eu metralhei as palavras pra cima dele.
- Maya? - A voz de Sabrina atrás da porta chamou a nossa atenção.
- Me aguarde Maya Cassie! - Ele correu até a janela, sumindo do quarto.
Encostei-me na parede desabando ali, a porta foi aberta e ali pude ver minha amiga e o pai do meu filho entrar no quarto.
- O que aconteceu? - Sabrina indagou com pavor, me ver naquele estado de repente trazia um certo desespero.
- Maya, o que foi que houve? - Anthony me agarrou e me guiou até a cama me fazendo sentar nela - Porque seu rosto está machucado? - Passou uma de suas mãos pela extensão da minha bochecha machucada, afastei-me de seu toque, por que doía.
- Henry esteve aqui... - Só pude dizer isso agora.
- Eu vou matar essa cara! - Anthony cerrou o punho e bateu em sua coxa demostrando tamanha irritação. -
- ELE QUEM TE MACHUCOU? - Sabrina gritou. - Por Deus, esse cara está morto na minha mão.
Não falei mais nada, eu apenas puxei Anthony e agarrei seu torso me acomodando ali, recebendo um carinho gostoso. Sabrina estava transtornada, parecia que ela iria cavar um buraco no meio do quarto andando de um lado para o outro.
Eu fui até o banheiro tomar uma banho, antes me olhei no espelho e consegui ver melhor o corte na minha bochecha, toquei no local e imagens se passaram pela minha cabeça.
***flashbacks on***
Caminhei até a biblioteca, tentando equilibrar vários livros amontoados em minhas mãos que me impediam de ter uma boa visão. Dobrei o corredor F e mesmo com os livros dificultando minha visão, eu consegui ver a biblioteca no fundo do corredor, eu estava perto de completar a rota, a linha final era logo ali, mas tudo na vida enfrentamos obstáculos
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Maya! Eu Posso Tudo
RomanceAos seus 20 anos de idade, Maya vive sua vida de uma forma mais leve e com poucas preocupações, sempre rodeada por seus amigos e familiares. Uma garota independente, de personalidade fortíssima, e quebra os padrões que a sociedade impõe. Uma garota...