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— Tem certeza que o Jeon Piu-Piu vai ficar bem sozinho, papai? Não podemos levá-lo com a gente? — Jaemin me pergunta literalmente pela décima quinta vez enquanto está sentado no chão diante da gaiola, admirando o bichinho que plana de um lado para o outro.

Ele é melhor pai do que eu e olha que só tem cinco, quase seis anos na verdade... Enfim, ele é tão novinho e tá aí, preocupado com a calopsita do qual decidiu compartilhar seu sobrenome.

— No prédio do seu Jimin hyung não aceitam animais, pirralho. Não é atoa que ele não tem um se quer. — mais uma vez eu explico, sempre paciente. Se é uma coisa que eu adquiri foi isso mas apenas com o Jaemin, Jimin e minha mãe, com os outros ainda tenho vontade de socar a cara se encher a porra do meu saco.

— E como é que o Jimin hyung ficava com aquele filho de vocês, o Romildo. — eu solto uma risada e nego com a cabeça, me sentando ao seu lado já que a minha mãe demora dois anos para se arrumar.

— Era Rodolfo e Jimin morava em outro lugar antes, esse lugar aceitava animais. — explico simples, enquanto ajeito minhas pernas para ficarem que nem índio.

— Entendi... Então ele foi o meu irmão mais velho? — perguntou inocentemente com a cabeça virada para a minha direção, seu cabelo tigelinha está quase no ponto de cortar, já já cobre os seus olhos e ele não irá conseguir me vê.

Que irresponsabilidade minha, tenho que levar ele para o cabeleireiro. Tô falando, Jae é melhor pai do que eu.

— Foi sim, amor. Acho que Jimin deve ter foto dele e aí te mostro, ele era aqueles gato preto dos olhos azuis, lindo pra cacete. — eu explico com uma leve saudades batendo em meu peito, realmente cuidavamos e mimavamos Rodolfo pra carai, eu o amava tanto e meu sonho era aumentar a família de animais, se dependesse de mim teríamos dois cachorros e um gatinho.

— Gato preto não traz maldição? — ele pergunta, curioso e realmente com dúvida, nego imediatamente com a cabeça.

— É maldade dizer isso de um bichinho tão inocente, isso sim. Gato preto não atrai nada de ruim não, esquece essa merda que te falaram.

— Ah, tá bom. Sabia que era mentira dos meninos da escola, já vi muitos e nunca aconteceu nada comigo, até carinho já fiz, papai. — ele solta um sorriso e eu o abraço de lado e beijo a sua testa, agora ele fica apoiado em meu ombro por um bom tempo enquanto olhava para o seu pássaro que voava de um lado para o outro.

— Cortar as penas das asas dele para deixa-lo andando pela casa vez ou outra, deve tá agitado assim porque fica preso aí. — novamente eu lembro, eu já tirei pena de algumas asas de pássaro que os amigos do Jimin pediam para mim mas faz anos, vai que eu mato o bicho sem querer. Ao mesmo tempo que confio em minhas habilidades um tanto esquecidas, tenho medo.

— Verdade, aí ele pode dormir no meu quarto abraçado, não é? — ele pergunta com um brilho nos olhos que é quebrado quando eu nego com a cabeça e explico:

— Não dá para ele dormir contigo, pirralho. Eles dormem em pé e com a cabeça enterrada nas costas, não é um gato ou cachorro pra você dormir numa boa com ele.

— Ah... — ele suspira triste, sua boquinha está com um bico gigante e seus olhos caídos.

— Mas... — eu continuo, chamando a sua atenção para novamente me olhar. — Posso vê de colocar um prego e a gaiola dele fica lá, não será sempre pois ele precisa de um ar puro mas vez ou outra... Possível.

— Aeh! — ele se levanta e dá soquinhos no ar como se tivesse ganhado o melhor presente do mundo, em seguida me abraça e diz: — Obrigado, papai!

— Que fofura é essa dos meus dois bebês, hein? — minha mãe pergunta enquanto adentra a porta da cozinha, com o seu vestido até o joelho da cor cinza e um sinto preto, além das sapatilhas pretas também.

Cicatrizes - Pjm + JjkOnde histórias criam vida. Descubra agora