[CONCLUÍDA] Nossas vidas podem ser comparadas com o nosso próprio corpo, mesmo com os momentos bons que vivemos sempre há aquele machucadinho que cutuca, porém que se cuidarmos, mais tarde, pode se tornar apenas uma cicatriz.
Mas Jeon Jungkook tem t...
Esses últimos três dias não foram fáceis, foi muita coisa acontecendo em tão pouco tempo e eu não sei se estou conseguindo me sair muito bem.
Primeiro a minha mãe se despediu da gente, na forma mais pura e mais dolorosa desse mundo, foi sem falar nada e com um sorriso no rosto e lágrimas nos olhos que ela olhou para mim e para o Jaemin pela última vez, percebi todo o seu orgulho e felicidade e, então:
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A pior coisa que eu poderia presenciar junto ao meu filho em toda a minha vida.
Eu nem pude chorar, não com Jaemin gritando estérico ao perceber os olhos de sua vó, ainda abertos, sem vida. Ele gritou pelos médicos, gritou para que ele voltasse, gritou até para Deus pedindo que a devolvesse, mas a única coisa que ganhou foi um abraço apertado, um beijo na testa e sua retirada naquele quarto enquanto eu me segurava por longos e longos minutos que se tornaram horas para não chorar, eu tive muita sorte em ter a tia Mina e o Jimin para me ajudar a tranquilizar o meu filho, que "cessou" seu choro quando chegou a seguinte conclusão:
— Vovó está com Deus agora, melhor lugar não há.
Eu já cheguei a acreditar em Deus por muitos anos de minha vida mas, depois do que passei na cadeia, duvidei de sua existência e, até hoje, não sei se ele realmente existe pois como um ser tão bom e justiceiro — de uma maneira positiva — me deixou passar por tanta injustiça? Não faz sentindo, onde ele estava enquanto eu sofria tudo que sofri?
Mas, agora, principalmente vendo a maneira que Jaemin pensa, eu quero acreditar. Não quero me envolver com religião, não da maneira como minha mãe colocou o meu filhote para ir, mas quero acreditar que agora ela está bem, está descansando em paz já que merece por ter feito tanta coisa pela gente.
Ontem já foi o enterro dela, passei o restante do sábado até domingo às três da tarde organizando o funeral. Foi algo bem simples, só para nos despedirmos da mulher que nos ensinou o verdadeiro significado de amor incondicional, aquele fraterno que tanto sinto pelo meu filho hoje. Jae estava mais calmo, até que conseguiu sorri ao acenar para o caixão enquanto o enterravam. Eu nem tive tempo de chorar até então, e continuei com essa missão, não posso mostrar fragilidade para o meu filho, ele tem que sentir que pode contar comigo, coisa que sei que está acontecendo.
Não houve nada além do enterro, pelo menos não da minha parte. As minhas tias e minha vó, que estavam presentes além dos meus amigos, fizeram um culto na igreja onde frequentam em memória a ela mas eu me recusei a ir, eu até permiti o Jaemin caso ele quisesse ir com sua bisavó mas ele nem aceitou também, diz ele que precisava ficar comigo para cuidar de mim, da mesma forma que eu estava cuidando dele.
