Tudo começou com a ideia de escrever um livro chamado "Criminosos do Tempo", cheguei até a publicar o primeiro capítulo no Wattpad. O problema é que não consegui desenvolver a história, me enrolei com os paradoxos e algumas cenas de ação, abandonando ele no bosque das ideias ruins.
Sabe quando você quer muito escrever sobre um assunto, como se fosse questão de honra? Nessa época, comecei a ler e também a assistir tudo que podia sobre viagem no tempo, escrevi outros livros, mas sempre pensava no que abandonei. Por fim, decidi abordar o tema pela visão infantojuvenil, deixando um pouco de lado a ciência. Ainda por cima consegui misturar isso com história, que tanto amo.
Foi a fórmula perfeita: Infantojuvenil + história + smartphone. Logo me apaixonei por isso, afinal, eu iria querer meu celular comigo ao viajar no tempo.
Não consigo nem contar quantas vezes o roteiro desse livro mudou, foi uma coisa bem dinâmica e divertida de escrever. Uma hora o final era um, no dia seguinte vinham outras cenas na minha cabeça. Meus livros geralmente são assim, eu sei o que escrever no capítulo 01, não no 02. A maioria das ideias só vêm quando a página do Word está aberta e os dedos no teclado.
Claro, tiveram muitas curiosidades no processo de escrita, como ideias descartadas e dificuldades que quero contar pra vocês.
01 — Inicialmente o Oliver, que é o segundo personagem mais importante, não estava nos planos. Desde o começo eu não queria que Judy soubesse falar "automaticamente" os idiomas conforme fosse viajando para os países, eu sabia que ia usar o Google tradutor. Porém, foi um pouco difícil escrever o arco da idade da pedra sem outro personagem que falasse para Judy interagir. A criação do Oliver, que falaria abertamente com ela no próximo arco por entender seu idioma, foi imprescindível.
02 — Um dos arcos de Judy se passaria na civilização Maia, e ela influenciaria na criação do calendário Maia, astrologia e a famosa previsão do fim do mundo em 2012. Foi com muita dor que descartei essa ideia. Infelizmente, por mais que estudasse, não consegui encontrar um meio viável e interessante de abordar o tema. Judy não conversaria com eles, obviamente não teria como usar o tradutor com o idioma dessa civilização tão antiga. Isso complicou tudo.
03 — Judy voltaria no tempo de maneira errada, para o ano de 2008, onde conheceria seu irmão jovem e ela mesma como bebê. Criei algumas situações interessantes para esta parte, mas, no geral, além de algumas cenas soltas, não havia um enredo sólido quanto ao que ia acontecer, como também a lógica das viagens se referirem às matérias em que ficou de recuperação seria quebrada.
04 — Na primeira versão do final, Oliver viajaria com Judy para o Egito e depois ficaria com ela em 2018. Porém, o fechamento do arco da revolução me agradou bastante, pois mostrou que Emma era a família de Oliver, e a França o seu lugar. Não consigo imaginar ele vivendo completamente perdido em um século dominado pela tecnologia, longe da família e de casa.
05 — Quando descartei a possibilidade de fazer Oliver viajar com Judy, fiquei preocupada com o arco do Egito, pois seria outra situação em que Judy não teria outro personagem para conversar. Foi aí que minha amiga ChellyAds me deu a ideia de acrescentar outra viajante do tempo e a Ava foi introduzida, tornando-se uma das personagens mais importantes da história, essencial para o desfecho.
06 — Pensei em, no final, fazer um reencontro de Oliver e Judy, só que isso seria um pouco forçado e caótico. Precisaria inventar outra viagem no tempo e criar mais paradoxos por essa união, sendo que tudo já estava bem fechado. Assim, preferi usar o talento de Ava como historiadora para Judy saber que o colega ficou bem.
07 — Ava viajou de 2024 e Judy de 2018. No começo pensei em ignorar o grande acontecimento de 2020, por tratar-se de um livro infantojuvenil, mas acabei introduzindo o tema de forma leve e indireta, sem citar o nome do vírus. Foi a forma que encontrei de não ignorar essa fato tão marcante na história.
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Judy Através do Tempo | Completo
PrzygodoweO que a presença de um smartphone na revolução francesa ou na idade da pedra mudaria no curso da história? Apavorada com a possibilidade de repetir a quinta série pela segunda vez, Judy Henderson deseja profundamente aprender os conteúdos das prova...