Um choro fino e sofrido me acorda durante a noite. Não sei que horas são ou onde estou em um primeiro instante, mas quando o choro intensifica entendo que é Jinwoo quem me chama.
Acendo o abajur e coço os olhos rapidamente antes de trazer o corpo pequeno para perto de mim. Como não tive ainda como comprar um berço, meu bebê dorme comigo. A cama fica contra a parede, eu durmo do lado de fora, e o lado de dentro deixo cheio de travesseiros e almofadas para não arriscar que meu filho se bata ali. Ele tem seis meses, mal se move dormindo, mas nunca se sabe.
— Papai está aqui, Woo. — Digo baixinho, deixando-o deitado sobre meu peito. Acaricio suas costas com carinho. — E hoje durante o dia o papai vai fazer exames para começar a trabalhar, sabia? Vou ter dinheiro o suficiente para cuidar muito bem de você.
Sei que ele não vai me responder, mas nesses seis meses isso nunca me privou de conversar com ele. Nesses meses que passamos juntos me sacrifiquei ao máximo e não deixei que nada faltasse em sua vida.
Mas agora, ter um emprego de verdade, vai facilitar a minha vida nos mais diversos aspectos, incluindo em dar algum dinheiro aos meus pais por cuidarem de Jinwoo durante o dia para mim.
Tarde passada, quando fiz a entrevista, não esperava que fosse passar. Fiz tantas nos últimos tempos que não saberia enumerá-las, então estava pronto para receber mais uma resposta negativa ou alguém que me dissesse palavras frias enquanto silenciosamente me julgava. Jinwoo não foi uma escolha, mas eu o escolheria mil vezes ainda assim. Ele não foi um erro em minha vida, caramba.
Eu deveria ser motivo de orgulho para a nossa sociedade, porque não abandonei nem a mãe do meu filho e nem a ele. E foi assustador desde o primeiro segundo, mas o medo me deu forças para batalhar e ir atrás de algo melhor tanto para mim quanto para meu pequeno.
Então quando o tal Park Jimin me disse que era meu novo colega de trabalho e que eu estava contratado, algo dentro de mim pareceu vibrar em alegria, porque finalmente teria um emprego verdadeiro. Não que todos os trabalhos avulsos que fiz tenham sido sem honra ou qualquer coisa do tipo, mas acontece que ter algo fixo é muito mais saudável para a minha ansiedade. Saber que vou trabalhar todos os dias e ter um salário a cada quinze dias me traz paz e tranquilidade.
Não pedir dinheiro emprestado para comprar fraldas é uma benção — mesmo que eu só tenha pedido uma vez.
Ainda no dia anterior descobri que o meu entrevistador se chama Seokjin e ele é dono do café juntamente de Jimin, que é seu melhor amigo. Eles me explicaram pouca coisa, mas foram amistosos e cuidaram bem de mim, me fizeram sentir acolhido e não me olharam com pena ou com qualquer sentimento que eu pudesse julgar como ruim. Certamente poderia fazer amizade com eles facilmente. Ou, ao menos, eu acho que posso.
Meu bebê não demora a dormir e é por isso que o coloco ao meu lado. Ele permanece na mesma posição que antes, exceto que agora agarra minha mão para dormir e é a coisa mais linda do mundo todinho. Eu sou um bobão com o meu filho? Sou mesmo, com orgulho.
— Eu amo você, meu Woo.
E, rapidamente, volto a pegar no sono.
Maldita seja a pessoa responsável pela criação dos despertadores — apesar de eu agradecer imensamente mesmo reclamando tanto. Caramba, qual a necessidade de me acordar de forma abrupta desse jeito? Ok, não é tão ruim, é uma música calma e baixinha, mas ainda assim.
Me estico, me alongo e dou uma olhada em Jinwoo antes de levantar e decidir que tomar um banho é o melhor jeito de começar o dia.
Ele está com a bochecha amassada contra o travesseiro e um biquinho na boca. Meu sorriso nasce e aumenta conforme me aproximo e deixo um beijo bem leve em sua bochecha gordinha. Coisa mais linda do mundo, sim.
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O Amor é Singular | jjk + pjm
FanficDescobrir que seria pai ainda na adolescência não foi a notícia mais fácil a se receber. Jeon Jungkook se encontra perdido com o nascimento do pequeno Jinwoo, sem a ajuda da mãe de seu filho ou de seus próprios pais. É conseguindo um emprego em um c...