Confusão

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— Calma, meu bebê mais lindo do mundo, o papai vai achar seu cheirinho. — Digo quase chorando, observando meu bebê praticamente gritar de tanto que chora.

— O que houve? — Minha mãe é quem questiona, preocupada, parada na porta do quarto.

Eu respiro fundo, balançando meu filho e, ao mesmo tempo, revirando todas as gavetas e jogando todas as roupas em cima da cama na tentativa de encontrar a minúscula manta, que é o cheirinho do meu bebê, porque ele não dorme sem isso. A toalhinha era minha, de quando eu era bebê, e Woo está sempre agarrado nele quando não estou por perto ou quando precisa dormir.

É como se ele sentisse minha presença por meio do tecido, acredito eu, já que passei tanto tempo com aquilo quando era um bebê.

É então que me lembro da última pessoa que fez Jinwoo dormir: Park Jimin. É isso! Jimin hyung!

Eu tento rapidamente explicar a situação para a minha mãe e peço que ela segure meu filho por alguns minutos, mas as mãozinhas dele estão agarradas em minha blusa e impedem que eu me afaste um centímetro sequer. Então lembro de outra coisa que o acalmo e me deito na cama, deixando-o deitado sobre meu peito e acariciando suas costas enquanto, com a outra mão, pego meu telefone e disco o número do meu hyung.

É com a voz sonolenta que ele atende.

— Eu acordei você? — Pergunto preocupado, mas ouço sua risada baixinha.

— Não, é só o cansaço do dia. — Ele ri outra vez, mas logo se cala. — Esse é o Woo chorando?

— Sim! — Lembro-me do motivo de ter lembrado e quase grito, assustando ainda mais o meu pequeno. — Hyung, uma mantinha bem pequena ficou com você, por acaso? Woo não dorme sem ela, ele simplesmente não se acalma e eu não sei mais o que fazer. Tenho que trabalhar nisso e fazê-lo se acostumar, mas não posso deixá-lo chorando desse jeito também.

Jimin não responde, mas ouço sua movimentação, como se ele estivesse movendo peças de roupa e objetos dentro de sua casa. É então que ouço uma exclamação mais alta e ele me questiona se a mantinha é amarela. Quando eu confirmo que sim, ele apenas me avisa que em breve estará em minha casa para entregar ao Woo.

Quando finalizo a ligação, respiro fundo e começo a cantar uma música calminha, mas de nada adianta, porque Jinwoo simplesmente não dorme e nem cessa seu choro. Ele estava calmo, como sempre, então eu o dei banho, o deixei com o cheirinho de bebê mais delicioso do mundo, coloquei seu pijaminha e o levei para a cama para fazê-lo dormir, como todas as noites. Somente após isso é que eu tomo meu próprio banho e me permito relaxar.

Só que ele simplesmente se agarrou em mim e começou a chorar no momento em que tentei fazê-lo dormir. Mesmo com o bico na boca, com o silêncio do quarto, o abajur de estrelinhas aceso e a minha presença, ele simplesmente não se acalmou.

— Jungkookie! — A voz de Jimin soa quando me sinto exausto e preocupado, quase chorando junto com meu filho.

Ele chega perto de mim e coloca as mãos sobre as costas do Woo. E é como passe de mágica, ele começa a cessar o choro e simplesmente para. O que acabou de acontecer aqui? Jimin está com a mantinha em outra mão, então o tecido sequer teve influência nisso. Se foi o toque, a presença ou o cheiro de Jimin, eu não sei, mas que ele foi o responsável por isso eu tenho certeza.

— Hyung, você tem mãos mágicas? — Pergunto em tom de brincadeira, mas até minha voz sai cansada nesse momento. — Eu estava entrando em desespero total, ele chorou por mais de meia hora. Ele se acalmava um pouco e logo voltava a chorar. Será que ele sentiu sua falta?

— Ele dormiu em meus braços e acordou já em casa, deve ter se assustado, só isso. — Jimin comenta, dando de ombros.

— Não, ele estava calmo, começou a chorar quando tentei fazê-lo dormir. — Digo, respirando fundo.

O Amor é Singular  | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora